Também conhecido como
Pressão alta
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Este artigo foi modificado pela última vez em 30 de Novembro de 2019.
Resumo

Hipertensão arterial, também chamada pressão alta, é uma elevação persistente da pressão arterial (força que o sangue exerce sobre as paredes das atérias), que sobrecarrega o coração e pode, com o tempo, causar lesões em órgãos como rins, cérebro, olhos e coração. Ela depende da força da contração cardíaca, que bombeia o sangue oxigenado do ventrículo esquerdo do coração através das artérias para o resto do corpo, e da resistência ao fluxo. Esta depende da elasticidade e do grau de contração das artérias periféricas.

A pressão arterial varia dependendo do nível de atividade e de tensão física e emocional. É controlada em grande parte pelo sistema nervoso autônomo e por alguns hormônios, incluindo:

  • Angiotensina II – Produzida nos rins, aumenta a resistência vascular periférica.
  • Aldosterona – Produzida pelas glândulas suprarrenais em resposta à angiotensina II, afeta as quantidades de sódio, potássio e água excretados pelos rins.
  • Catecolaminas – Como a adrenalina, são produzidas pelas glândulas suprarrenais em resposta a estresse, aumentam a frequência cardíaca e a resistência vascular periférica.

A hipertensão arterial ocorre quando um ou mais fatores de regulação não reage de modo adequado.

Na medida da pressão arterial são feitas duas anotações: sistólica (pressão máxima exercida quando o coração se contrai) e diastólica  (pressão mínima durante o relaxamento do coração entre dois batimentos). As duas são medidas em milímetros de mercúrio (mm Hg). Por exemplo, uma pressão arterial de 120/80 mm Hg corresponde a uma pressão sistólica de 120 mm Hg e a uma pressão diastólica de 80 mm Hg, e é relatada como 120 por 80. Os níveis de pressão arterial são classificados pelo National Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI), dos EUA, como visto na tabela em seu site.

Em geral, aumentos da pressão sistólica são acompanhados por elevações da pressão diastólica. Em idosos, há uma tendência a aumentar a pressão sistólica com manutenção da pressão diastólica normal, chamado hipertensão sistólica isolada. Quanto maiores são os períodos de hipertensão arterial, maior é a probabilidade de lesões.

Sinais e sintomas


Na maioria das pessoas, a hipertensão arterial raramente causa sinais e sintomas. Muitas não sabem que são hipertensas até que ela seja detectada em um exame de rotina. Quando os níveis estão muito altos, podem causar sintomas como cefaleia, tonturas e sangramentos nasais. Por isso, é importante verificar regularmente a pressão arterial.

Causas


Na maioria dos casos, a hipertensão arterial é idiopática, quando é chamada hipertensão essencial ou hipertensão primária. Pode afetar qualquer pessoa, mas sua incidência aumenta com a idade e é maior em descendentes de africanos. O National Heart, Lung, and Blood Institute avalia que uma em três pessoas nos EUA apresenta pressão arterial elevada, mas apenas um terço dessas tem a doença diagnosticada.

Na maioria dos casos, a hipertensão não causa sintomas até o início das lesões de órgãos. Por isso, é chamada de “assassino silencioso”. Aumenta lentamente o risco de acidente vascular cerebral, doença cardíaca, infarto do miocárdio, lesão renal e cegueira. Como é uma doença comum e silenciosa, a pressão arterial costuma ser medida em todas as consultas médicas.

Embora em geral não seja possível identificar uma causa, são conhecidos alguns fatores que aumentam o risco de desenvolver hipertensão arterial ou piorar uma hipertensão presente. Eles incluem:

  • Obesidade
  • Estilo de vida sedentário
  • Fumo
  • Uso excessivo de álcool
  • Ingestão excessiva de sódio
  • Uso de anticoncepcionais orais
  • Uso de medicamentos, como esteroides, e de drogas, como cocaína e anfetaminas

A hipertensão arterial também pode ser provocada por uma doença ou estado identificável, quando é chamada hipertensão secundária. É importante identificar essas causas porque, com frequência, elas podem ser resolvidas ou controladas, corrigindo a hipertensão. As causas incluem:

  • Doença ou lesão renal – Com acúmulo de sódio e água no corpo, aumentando o volume sanguíneo e a pressão arterial. Como a hipertensão arterial pode causar lesão renal, esse problema pode ser progressivo se não for tratado.
  • Diabetes – Possibilidade de provocar lesão renal e das artérias.
  • Arteriosclerose – Endurecimento das artérias que limita sua capacidade de dilatação e constrição.
  • Síndrome de Cushing – Distúrbio em que há aumento da produção de cortisol pelas glândulas suprarrenais.
  • Hiperaldosteronismo (síndrome de Conn) – Produção excessiva de aldosterona, com retenção de sódio e de água pelos rins, que aumenta o volume de sangue e a hipertensão arterial. Pode ser resultado de tumores das glândulas suprarrenais, em geral benignos.
  • Feocromocitoma – Tumor das glândulas suprarrenais que produz quantidades excessivas de adrenalina e noradrenalina, hormônios secretados normalmente em situações de estresse. É possível que os pacientes apresentem episódios de hipertensão arterial grave.
  • Doenças de tireoide – Excesso ou deficiência de hormônios da tireoide podem causar aumento da pressão arterial.
  • Gravidez – Existe a possibilidade da hipertensão arterial se desenvolver em qualquer momento da gravidez, mas é mais frequente no último trimestre, quando faz parte do quadro de pré-eclampsia, um estado caracterizado por aumento da pressão arterial e retenção de líquidos.
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Sobre Hipertensão Arterial
  • Exames

    Os exames têm o objetivo de identificar a hipertensão arterial, confirmar sua persistência, determinar se ela é causada por algum problema clínico que possa ser resolvido ou controlado, e avaliar o estado dos órgãos do corpo, obtendo valores basais para monitorar o tratamento.

    Exames laboratoriais
    Exames laboratoriais não diagnosticam hipertensão arterial, mas são realizados geralmente para detectar ou excluir problemas que possam estar causando ou exacerbando a hipertensão e para avaliar as funções de órgãos.

    Exames gerais incluem:

    • Urinálise - Para avaliar a função renal.
    • Hematócrito – Pedido como parte do hemograma para avaliar a proporção entre células e líquido (plasma) no sangue.
    • Ureia e/ou Creatinina – Para detectar e monitorar disfunção renal e acompanhar o efeito de medicamentos sobre os rins.
    • Potássio – Pedido junto com outros eletrólitos para avaliar o equilíbrio eletrolítico. Alguns medicamentos usados no tratamento da hipertensão arterial provocam perda renal excessiva de sódio e de potássio.
    • Glicose em jejum – Como triagem para diabetes.
    • Cálcio – Atividade excessiva das glândulas paratireoides pode causar aumento dos níveis de cálcio e hipertensão arterial.
    • TSH (hormônio estimulante da tireoide) e T4 – Para detectar e monitorar disfunção da glândula tireoide.
    • Lipidograma – Para avaliar os níveis de colesterol total, colesterol HDL, colesterol LDL e triglicerídeos.

    São realizados outros exames com base na história clínica, no exame físico e nos exames laboratoriais de rotina para detectar e monitorar causas de hipertensão secundária. Incluem:

    Exames não laboratoriais
    Medida da pressão arterial
    Embora possa ser avaliada usando uma variedade de dispositivos eletrônicos, a medida tradicional e precisa é feita com um estetoscópio e um esfigmomanômetro, que inclui um manguito, uma bomba ou pêra manual e um mostrador de pressão calibrado em milímetros de mercúrio (mm Hg). Detalhes desse procedimento estão em “How is High Blood Pressure Diagnosed?” (em inglês), no site do the National Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI), dos EUA..

    O médico pode indicar um monitor que mede a pressão arterial em intervalos, para excluir aumentos ocasionais da pressão que ocorrem apenas no consultório.

    Raramente é necessário fazer uma medida direta da pressão arterial inserindo um cateter na artéria.

    Existem outros procedimentos para auxiliar o processo diagnóstico e avaliar o estado de órgãos, como:

    • Eletrocardiograma – Para avaliar a frequência, o ritmo de lesões do coração
    • Fundo de olho – Para verificar alterações nas artérias da retina
    • Exames de imagem, como radiografias de tórax e ultrassonografia renal
  • Tratamento

    Mudanças de estilo de vida ajudam a diminuir o risco de hipertensão arterial. Em muitos pacientes com hipertensão leve, o único tratamento necessário pode ser a manutenção do peso corporal, praticar exercícios regulares, limitar o uso de álcool e de sal e parar de fumar. Os riscos associados com sexo, raça e idade não diminuem com as mudanças do estilo de vida e, em muitos casos, o tratamento deve incluir medicamentos para controlar a hipertensão persistente. Há diversos grupos de remédios, com ações diferentes, usados no tratamento da hipertensão arterial. O médico escolhe os mais adequados para cada pessoa, incluindo as dosagens.

    Na hipertensão secundária, se o problema que causa a hipertensão puder ser resolvido (como remoção de um tumor suprarrenal ou suspensão de um medicamento) ou controlado (como diabetes e doenças da tireoide), a pressão pode voltar ao normal. Quando isso não é possível, procura-se minimizar as consequências da doença e controlar a pressão arterial com medicamentos.

    Hipertensão arterial assintomática acima de 180/110 mm Hg e formas graves de hipertensão maligna, em que a pressão ultrapassa 210/120 mm Hg, devem ser tratadas imediatamente e necessitar que o paciente seja hospitalizado para usar medicamentos intravenosos e ser monitorado.

    Grávidas com pré-eclampsia precisam de repouso e monitoração frequente. A solução definitiva é o parto, que é adiado o máximo possível para dar ao feto mais tempo para amadurecer. Esse adiamento deve ser avaliado porque há risco de convulsões e lesões de órgãos maternos, que podem ser fatais para a mãe e para o feto.

Fontes do Artigo

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