A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica que afeta o sistema nervoso central, provocando inflamação e destruição da mielina, que reveste fibras nervosas e isola e acelera os sinais elétricos transportados por elas. A perda da mielina prejudica a transmissão de impulsos nervosos, o que resulta em sintomas motores, sensitivos e psicológicos. Com o tempo, a lesão da bainha de mielina se resolve e os sintomas desaparecem, mas crises repetidas podem gerar um processo contínuo de desmielinização e remielinização, com fibrose progressiva e incapacidade permanente.
A causa da esclerose múltipla é desconhecida. Considera-se que seja um processo autoimune dependente de predisposição genética e fatores ambientais, podendo ser desencadeado por uma infecção (Vírus). A doença se inicia em geral entre 20 e 40 anos de idade, é mais comum em mulheres, em caucasianos provenientes do norte da Europa, e ocorre com maior frequência em locais de clima temperado. O risco de desenvolver a doença na população geral é menor que 0,1%, aumenta para 3% nos membros de uma família com um indivíduo afetado, e para 30% caso o indivíduo seja irmão gêmeo idêntico de quem apresenta a doença. Isto reforça a hipótese do componente genético como fator causador.
Sinais e sintomas
A EM pode afetar qualquer área do sistema nervoso central. Por isso, os sinais e sintomas variam de acordo com as funções desempenhadas pela região afetada. Sua duração pode variar entre dias e meses. Alguns exemplos:
- Alterações sensoriais, como perda de sensibilidade, formigamento, dor, queimação, prurido e distúrbios visuais.
- Alterações motoras, como fraqueza, tremor, dificuldade de coordenação (ataxia), incluindo dificuldades com a fala, a deglutição e a marcha, incontinência ou retenção urinária, e constipação.
- Sintomas psicológicos, como alterações cognitivas e de memória, depressão, instabilidade emocional e dificuldade de aprendizado.
- Fadiga ocorre na maioria dos pacientes.
- Sensibilidade à temperatura é frequente, com piora dos sintomas com o calor.
A evolução da doença também varia bastante. Cerca de 85% dos pacientes inicialmente têm a forma remitente recorrente, com crises intercaladas com períodos de remissão. Desses, metade desenvolve a forma progressiva secundária, com piora a cada crise, sem recuperação completa durante as remissões. Cerca de 10% dos pacientes têm a forma progressiva primária, com piora constante, sem haver remissões e exacerbações.