Também conhecido como
Antitrombina III Funcional
AT III
Nome formal
Antitrombina (Atividade e Antígeno)
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 03 de Março de 2019.
De relance
Por que fazer este exame?

Para auxiliar na investigação da causa de um distúrbio de coagulação. Para ajudar a diagnosticar uma deficiência de antitrombina.

Quando fazer este exame?

Alguns meses após um episódio trombótico ou se você não está respondendo satisfatoriamente a uma terapia anticoagulante com heparina.

Amostra:

Uma amostra de sangue colhida de uma veia do braço.

É necessária alguma preparação?

Nenhuma.

O que está sendo pesquisado?

O teste de antitrombina mede a  função e a quantidade de antitrombina, proteína produzida pelo fígado para ajudar a controlar a coagulação do sangue. Normalmente, quando ocorre uma lesão em um vaso sanguíneo, o corpo ativa uma série de fatores de coagulação, em um processo chamado de cascata da coagulação, para formar um coágulo e evitar a perda adicional de sangue. A antitrombina ajuda a regular esse processo inibindo a ação de vários fatores de coagulação ativados, incluindo a trombina e os fatores Xa, IXa, e XIa, para retardar o processo e evitar uma coagulação excessiva ou inadequada.

Pacientes com deficiência hereditária ou adquirida de antitrombina apresentam um risco maior de trombose profunda. Deficiências hereditárias são raras (cerca de 1 em 5.000 pacientes).  Se uma pessoa tem um gene defeituoso e um gene normal (heterozigota), episódios de coagulação inadequada surgem tipicamente em torno dos 20 a 30 anos de idade. Muito raramente, um indivíduo apresenta os dois genes para antitrombina defeituosos, resultando em problemas trombóticos severos logo após o nascimento. Deficiências de antitrombina adquiridas podem ocorrer em qualquer idade. Elas estão associadas a uma variedade de condições, incluindo a doença hepática, trombose extensa, coagulação intravascular disseminada (CID), perda de sangue, câncer e síndrome nefrótica – uma forma de doença renal.

Há dois tipos de deficiência de antitrombina. No tipo 1, antitrombina normal é produzida, porém em quantidade insuficiênte. No tipo 2, a antitrombina é produzida em quantidade suficiente, porém ela é disfuncional (não funciona bem). Esses dois tipos podem ser detectados, diferenciados e avaliados utilizando-se dois testes de antitrombina:

  • Atividade da antitrombina, que avalia a função da antitrombina de um paciente.
  • Antígeno de antitrombina, que mede a quantidade de antitrombina presente.

Como a amostra é obtida para o exame?

Uma amostra de sangue obtida na veia do braço.

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Nenhuma preparação é necessária.

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Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    O exame de antitrombina é pedido, principalmente, junto com outros testes para distúrbio de hipercoagulação, para investigar a causa de trombose venosa recorrente. O teste de atividade de antitrombina é realizado antes do exame de antígeno, para avaliar se a quantidade total de antrombina funcional é normal. A atividade diminuirá nos dois tipos (1 e 2) de deficiência de antitrombina. Portanto, esse exame pode ser usado como uma triagem inicial para ambos os tipos. Se a atividade de antitrombina é baixa, realiza-se o teste de antígeno de antitrombina para determinar a quantidade de antitrombina presente. Se é detectada uma deficiência, ambos os exames de antitrombina são repetidos em uma data posterior para confirmar os resultados dos testes. O exame de antitrombina pode ser utilizado para avaliar pacientes que não respondem, como esperado, à heparina.

  • Quando o exame é pedido?

    O teste de atividade de antitrombina é solicitado, junto com outros testes para distúrbios de hipercoagulação (como a  Proteína C e Proteína S e o Anticoagulante lúpico), quando um paciente apresentou trombose venosa recorrente. A antitrombina deve ser medida após o coágulo ter sido tratado e resolvido, porque a presença do coágulo e a terapia adotada no tratamento afetarão os resultados do exame de antitrombina.

    O teste de antitrombina pode ser solicitado quando um paciente não está respondendo, como esperado, à anticoagulação com heparina – quando doses excepcionalmente elevadas de heparina são necessárias para atingir o nível desejado de anticoagulação.
     

  • O que significa o resultado do exame?

    Atividade de antitrombina e quantidade de antígeno de antitrombina diminuídos sugerem deficiência de antitrombina tipo 1. Neste caso, a atividade está diminuída porque há menos antitrombina disponível para participar na regulação do coágulo.

    Atividade diminuída de antitrombina e níveis normais de antígeno de antitrombina sugerem deficiência de antitrombina tipo 2. Isso significa que há antitrombina suficiente, mas que ela não está funcionando como deveria.

    Se a atividade de antitrombina é normal, geralmente não se faz o teste de antígeno de antitrombina. Neste caso, a antitrombina está funcionando adequadamente e os episódios trombóticos recorrentes investigados devem ter outra causa.

    Em geral, níveis aumentados de antitrombina não são considerados um problema. Eles podem ocorrer com:

    Não é recomendado realizar exames para deficiência de antritrombina, a menos que a condição do paciente seja estável. Uma diminuição temporária ou crônica dos níveis de antitrombina podem ocorrer em situações que afetam o seu consumo ou produção, como:

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    Se uma paciente com deficiência de antitrombina também apresenta outros riscos de coagulação (como deficiência de Proteína S ou C, mutação do Fator V de Leiden ou uso de contraceptivos orais), ela pode ter um risco muito alto de desenvolver um coágulo no sangue.

    Deficiência de antitrombina pode aumentar o risco de aborto recorrente.

    Pacientes com deficiência de antitrombina podem necessitar de anticoagulação preventiva antes de procedimentos médicos ou cirúrgicos.

    Concentrados de antitrombina podem ser usados para corrigir temporariamente deficiência de antitrombina aguda ou crônica.

  • Como posso determinar o meu risco de desenvolver um coágulo de sangue?

    Se você possui uma história pessoal ou familiar forte de coágulos de sangue recorrentes, o médico pode fazer um exame físico para determinar seu estado geral de saúde e solicitar uma série de testes para determinar o risco de ter um distúrbio de hipercoagulação. Quanto mais fatores de risco hereditários ou adquiridos você possuir (como presença do Fator V de Leiden ou uma mutação PT 20210, ou deficiência de Proteína C ou S), maior será o risco relativo de ter um coágulo. Esse risco pode aumentar ainda mais se você estiver acima do peso, for sedentário, apresentar hipertensão, fumar e/ou tomar contraceptivos (anticoncepcionais) orais. Entretanto, qualquer risco relativo geral determinado é um risco estatístico, ou seja, ninguém pode prever que um determinado paciente irá realmente apresentar coágulos recorrentes.

  • Devo relatar ao meu dentista ou outros médicos sobre minha deficiência de antitrombina?

    Sim. Essa é uma informação importante que eles devem saber porque ela afeta a capacidade do seu corpo de coagular adequadamente durante e após um procedimento médico.

Fontes do artigo

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