Também conhecido como
Genotipagem para fibrose cística (FC)
Análise do DNA para FC
Painel para mutação do gene da FC
Análise genética molecular
Nome formal
Painel para mutação do gene da fibrose cística
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 24 de Maio de 2019.
De Relance
Por que fazer este exame

Para detectar mutações genéticas para fibrose cística (FC) visando estabelecer o estado de portador de FC ou para o diagnóstico de FC em um indivíduo. O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) e o Colégio Americano de Genética Médica (ACMG) recomendam a triagem do gene alvo quando um casal pensa em gravidez ou, então, no início da gravidez.

Quando fazer este exame?

Quando um bebê recém-nascido apresenta íleo meconial ou quando uma pessoa apresenta sintomas de FC (suor salgado, infecções respiratórias persistentes, chiado no peito, diarreia persistente, fezes gordurosas e com mau cheiro, desnutrição, deficiência de vitamina ou infertilidade masculina); se uma pessoa apresenta um teste de cloreto no suor ou teste IRT positivo, ou um parente próximo que tenha sido diagnosticado com FC; quando uma paciente é visto por um obstetra para aconselhamento pré-natal ou em uma visita de pré-natal inicial, ou durante um aconselhamento genético para testes de triagem pré-natais disponíveis e deseja descobrir seu estado de portador para FC; ou para propósitos diagnósticos pré-natais quando ambos os pais são portadores conhecidos para FC

Amostra:

Uma amostra de sangue retirada do calcanhar de um bebê, algumas gotas de sangue colocadas sobre um papel de filtro ou uma amostra de sangue retirada de uma veia do braço. Também podem ser utilizados swab bucal (raspagem do interior da bochecha) ou amostras pré-natais (amniocentese ou vilosidade coriônica).

É necessário alguma preparação?

Nenhum preparo é necessário.

O que está sendo pesquisado?

A análise para mutação do gene de FC identifica mutações no gene regulador de condução transmembrana da fibrose cística (CFTR) no cromossomo 7. Cada célula no corpo humano (exceto espermatozoides e óvulos) tem 46 cromossomos (23 herdados da mãe e 23 do pai). Os genes nesses cromossomos formam o modelo de referência do corpo para produzir proteínas que controlam as funções corporais. A fibrose cística é causada por uma mutação em cada uma das duas cópias do gene CFTR localizadas nos cromossomos 7. Ambas as cópias (alelos) desse gene devem ser anormais para causar FC. Se apenas uma das cópias do par de genes sofre mutação, o indivíduo é um portador de FC. Portadores geralmente não têm a doença nem apresentam sintomas de FC, mas podem passar a cópia anormal do seu gene de FC para seus filhos.

Até hoje, já foram identificadas mais de 1.000 mutações diferentes do gene CFTR, mas apenas poucas delas são comuns. A maior parte dos casos de fibrose cística nos Estados Unidos é causada por uma mutação chamada deltaF508 (F508). Recomendações do Colégio Americano de Genética Médica (ACMG) e do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) levaram a adoção de um painel padrão para mutação do gene de FC. Ele inclui 23 das mutações mais comuns (aquelas com frequências acima de 0,1% na população geral naquele país. Alguns laboratórios utilizam painéis ampliados de até 97 mutações desenhados para reconhecer mutações mais raras particulares para populações étnicas específicas. A grande maioria das mutações raras de FC é “privada” e específica para um único indivíduo ou família.

Na análise da mutação do gene de FC, o laboratório examina especificamente o gene CFTR em cada cromossomo 7, para as 23 mutações. Se o painel inicial de 23 mutações evidencia uma mutação, a análise adicional para outras menos comuns pode ser indicada se há suspeita de que o indivíduo tenha a doença.

How is the sample collected for testing?

Uma amostra de sangue é retirada do calcanhar de um bebê, algumas gotas são colocadas sobre um papel de filtro ou uma amostra de sangue é obtida inserindo-se uma agulha em uma veia do braço. Também podem ser utilizadas a raspagem do interior da bochecha, chamada de amostra de swab bucal, ou amostras pré-natais (amniocentese ou vilosidade coriônica).

Is any test preparation needed to ensure the quality of the sample?

Não é necessária nenhuma preparação para o teste.

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Perguntas Frequentes
  • Como o exame é usado?

    A análise da mutação do gene de FC pode ser realizada para triagem da população geral ou de um subgrupo alvo (maior risco) da população para o estado de portador. Ela também é feita para confirmar o diagnóstico de fibrose cística (FC) em um paciente sintomático com um tripsina imunorreativa (IRT) aumentado ou um teste de cloreto no suor positivo.

    O teste pode ser utilizado como parte de um exame pré-natal, para estabelecer o estado de portador dos futuros pais e, desse modo, determinar o risco de FC em seus filhos. Isso pode ser feito por análise sequencial ou análise do casal. Em uma estratégia sequencial, geralmente a mãe é testada primeiro. Se ela não for uma portadora, então, qualquer criança que ela venha a ter será, no máximo, uma portadora pelo lado do pai. Utilizando essa lógica, o pai não é testado. Se ela é uma portadora, então o pai também é testado para o estado de portador. Com a análise do casal, ambos os pais são testados ao mesmo tempo. Nos dois é essencial o acompanhamento por aconselhamento genético para fornecer aos casais informações sobre o que significa ser um portador e para explicar as limitações do teste, incluindo o risco residual de ser um portador, mesmo que os resultados do teste sejam negativos (por exemplo, ainda existe um pequeno risco que possam estar presentes mutações raras, não incluídas no painel padrão).

    A análise para mutação do gene de FC também pode ser utilizada para diagnóstico pré-natal se ambos os pais são portadores conhecidos e se suas mutações genéticas foram previamente identificadas. O DNA de procedimentos de amniocentese e amostra de vilosidade coriônica, embora  invasivas, podem ser utilizados para testar o feto para a s mutações conhecidas dos pais.

  • Quando o exame é pedido?

    O médico solicita a análise para mutação do gene de FC para descartar esta doença quando um paciente apresenta sintomas como suor salgado, infecções respiratórias persistentes, chiado no peito, diarreia persistente, fezes gordurosas com mau cheiro, desnutrição, deficiência de vitamina ou infertilidade masculina.

    Faz-se a análise para mutação do gene de FC para confirmar um diagnóstico de fibrose cística após um teste de cloreto no suor ou um teste IRT positivo. Também pode ser solicitada como triagem de uma população alvo geral, como parte de um exame de aconselhamento genético anterior à concepção, ou como uma triagem “de risco” se, por exemplo, o paciente tem um parente próximo diagnosticado com FC.

  • O que significa o resultado do exame?

    Resultados do teste diagnóstico
    Se a análise para mutação do gene de FC é positiva – ela vem com duas mutações genéticas identificadas – então, o paciente tem FC. No entanto, o teste não pode prever se os sintomas serão leves ou severos. Pessoas com exatamente as mesmas mutações podem apresentar evolução diferente da doença.

    Se a análise do painel para mutação do gene de FC revela uma única mutação ou é negativa e o paciente é sintomático, a análise de outras mutações, são necessários um teste de cloreto no suor e/ou outro teste laboratorial para verificar a função do órgão. O paciente pode ter uma forma mais rara de FC que não foi identificada ou apresentar uma doença pulmonar ou pancreática ou outra condição que não seja a fibrose cística.

    Resultados do teste de portador
    Se a análise para mutação do gene de FC vem com uma única mutação identificada e o paciente é assintomático, então, as chances são de que a pessoa seja portadora de FC. Esta é a informação que alguns indivíduos desejam saber antes de ter filhos. Se você é identificado como um portador, seus irmãos também podem querer identificar seus estados de portadores.

    Se o teste é negativo para mutações e o paciente é assintomático, há chances de que o paciente não tenha FC e que não seja um portador. Ainda existe um pequeno risco de que a pessoa possa ser portador de uma mutação rara não identificada com o painel padrão.

  • Há mais alguma coisa que devo saber?

    A detecção precoce de FC permite que os pacientes sejam encaminhados para centros de FC para cuidado especializado, planos de tratamento individualizado e monitoramento cuidadoso. Tratamentos iniciais, como tomar suplementos enzimáticos orais e vitaminas lipossolúveis, aprender como retirar o muco das vias aéreas e aprender a reconhecer infecções respiratórias podem melhorar a qualidade de vida do paciente e minimizar as complicações de FC.

  • A análise para mutação do gene de FC irá detectar qualquer outra doença genética?

    Não, ela é apenas uma verificação específica para mutações de fibrose cística. Cada doença genética necessita de teste de DNA específico para identificá-la (assumindo-se que o gene e as mutações causadores são conhecidos).

  • Qual é o meu risco de ser portador se eu sou de etnia mista?

    Geralmente, a frequência de portadores de FC é mais alta em caucasianos (1/25); cerca de metade desse valor em caucasianos hispânicos e afro-descendentes; e a metade desses em asiáticos. Alguns grupos étnicos, como descendentes de judeus da Europa Oriental podem apresentar FC confinada a um número muito limitado de mutações e, por isso, decidir fazer o teste utilizando um painel para mutações limitado. Uma vez que a etnicidade das populações está se tornando cada vez mais mista, os dados históricos e os riscos estatísticos também mudam. Riscos citados com base na etnia são estimativas e o risco para indivíduos de etnias mistas pode ser desconhecido. Algumas famílias também podem ser portadoras de riscos adicionais de mutações específicas raras dentro de sua linhagem familiar.

  • Quais são as vantagens da análise sanguínea com base no DNA sobre os outros testes de triagem para FC?

    Geralmente, a análise de mutação com base no DNA é muito mais específica que os outros testes de triagem, que podem produzir resultados anormais por razões diferentes que não a FC. Além disso, esses testes de triagem podem ter limitações na aplicação (por exemplo, recém-nascidos não podem ser testados para cloreto no suor até cerca de dois meses de idade). E, ainda, a análise com base no DNA é o único modo confiável de identificação de portadores para mutações de FC. É com este objetivo que o teste é mais usado.

  • O Governo exige ou oferece o teste de triagem para FC? Eu preciso solicitá-lo?

    No Brasil, o Programa Nacional de Triagem Neonatal, do Ministério da Saúde, no âmbito do SUS, inclui o teste para FC em todos os recém-nascidos.

     

View Sources

Fontes usadas na última revisão deste artigo

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