Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 30 de Novembro de 2019.
Resumo

A insulina é um hormônio produzido pelas células beta do pâncreas. Pequenas quantidades são secretadas após cada refeição, permitindo o transporte de glicose para dentro das células do corpo, onde é necessária para a produção de energia. Resistência à insulina é uma diminuição da resposta de células a esse hormônio, especialmente células musculares e adiposas (de gordura). Como as células precisam de glicose para sobreviver, o organismo compensa a resistência à insulina produzindo quantidades adicionais do hormônio. Isso resulta em um excesso de insulina no sangue e estimulação exagerada dos tecidos que permanecerem sensíveis a ela. Com o tempo, esse processo provoca um desequilíbrio na relação entre glicose e insulina, com efeitos nocivos no corpo.

Hiperinsulinemia e resistência à insulina podem alterar a proporção de lipídios no corpo, aumentando os níveis de triglicerídeos e de colesterol LDL (lipoproteínas de baixa densidade) e diminuindo os níveis de colesterol HDL (lipoproteínas de alta densidade). Podem, também, aumentar o risco de coágulos, alterações inflamatórias, retenção de sódio e hipertensão arterial.

A resistência à insulina não é uma doença ou um diagnóstico específico, mas foi associada a doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, síndrome do ovário policístico, diabetes do tipo 2, obesidade e fígado gorduroso não alcoólico. O mecanismo dessas associações não foi explicado. É importante lembrar que muitas pessoas com resistência à insulina não apresentam esses problemas e que outras em que eles ocorrem não têm resistência à insulina.

Síndrome metabólica e resistência à insulina são termos usados como sinônimos para caracterizar algumas anormalidades associadas à resistência ao hormônio e à hiperinsulinemia e para reconhecer essas alterações como fatores de risco de doenças futuras. A síndrome metabólica é essencialmente um subconjunto da resistência à insulina, com foco em obesidade, sedentarismo, alterações dos níveis de lipídios e dificuldade no processamento da glicose. A identificação de pessoas com essas condições tem o objetivo de mostrar-lhes a importância de alterar seu estilo de vida para diminuir fatores de risco.

A causa da resistência à insulina é desconhecida. Talvez seja, em parte, resultante de fatores genéticos, inclusive etnia, e, em parte, do estilo de vida. A maioria dos pacientes não apresenta sintomas durante muitos anos. Quando a produção de insulina não corresponde à demanda, ocorre hiperglicemia, que pode causar lesões vasculares em muitos órgãos. Hiperglicemia mantida acima de um nível definido nesses pacientes constitui o diabetes do tipo 2. Alterações dos lipídios estão associadas a aterosclerose, doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais.

Accordion Title
Sobre Resistência à Insulina
  • Exames

    Não há um exame para detecção direta da resistência à insulina. O médico examina todo o quadro clínico do paciente e suspeita de resistência à insulina quando encontra níveis aumentados de glicose, triglicerídeos e colesterol LDL, e níveis baixos de colesterol HDL.

    Exames mais comuns:

    • Glicose - Em geral, é feita em jejum, mas o médico pode pedir uma curva glicêmica, com várias dosagens após o paciente ingerir uma quantidade padronizada de glicose.
    • Lipidograma - Inclui colesterol total, colesterol LDL, colesterol HDL e triglicerídeos. Se os triglicerídeos estiverem aumentados, pode ser necessária uma dosagem direta de colesterol LDL.
    • Insulina - A medida em jejum em geral está aumentada em pacientes com resistência à insulina.
    • Para medida da resistência à insulina pode ser usado o modelo HOMA, que calcula um índice baseado nas dosagens e glicose e de insulina. A Sociedade Brasileira de Diabetes fornece uma calculadora do HOMA on line gratuita (clique aqui).

    Outros exames que podem ser pedidos:

    • Curva de insulina - Envolve medidas da glicose e da insulina após uma infusão intravenosa do hormônio.
    • Testes de supressão de insulina são usados em ambientes de pesquisa.
  • Tratamento

    O tratamento da resistência à insulina envolve alterações da dieta e do estilo de vida. A American Diabetes Association, dos EUA, recomenda perda do excesso de peso, atividade física regular de intensidade moderada e aumento de fibras na dieta para diminuir os níveis sanguíneos de insulina e aumentar a sensibilidade a ela.

    Perda de peso e exercícios regulares podem:

Fontes do Artigo

Fontes usadas na revisão atual

(2008 December). Insulin Resistance May Hasten Diabetes Progression in Certain Patients. Medscape from Reuters Health Information [On-line information]. Available online at http://www.medscape.com/viewarticle/568888 through http://www.medscape.com. Accessed August 2009.

Jeppesen, J. et. al. (2007 May 29). Insulin Resistance, the Metabolic Syndrome, and Risk of Incident Cardiovascular Disease [On-line information]. Medscape from J Am Coll Cardiol. 2007;49(21):2112-2119. Available online at http://www.medscape.com/viewarticle/556743 through http://www.medscape.com. Accessed August 2009.

DeBusk, B. and Barclay, L. (2008 June 20). Severe Insulin Resistance Linked to Complications of Pregnancy and Birth CME. Medscape Medical News [On-line information]. Available online at http://www.medscape.com/viewarticle/576388 through http://www.medscape.com. Accessed August 2009.

Samuel T Olatunbosun, S. and Dagogo-Jack, S. (2008 August 13). Insulin Resistance. eMedicine [On-line information]. Available online at http://www.emedicine.com/med/TOPIC1173.HTM through http://www.emedicine.com. Accessed August 2009.

(2006 August). Insulin Resistance and Pre-Diabetes. National Diabetes Information Clearinghouse [On-line information]. Available online at http://diabetes.niddk.nih.gov/dm/pubs/insulinresistance/ through http://diabetes.niddk.nih.gov. Accessed August 2009.

(Released December 12, 2009) Homeostatic (HOMA) Calculator. University of Oxford, Diabetes Trial Unit. Available online at http://www.dtu.ox.ac.uk/index.php?maindoc=/homa/index.php through http://www.dtu.ox.ac.uk. Accessed September 2009.

Fontes usadas em revisões anteriores

Thomas, Clayton L., Editor (1997). Taber's Cyclopedic Medical Dictionary. F.A. Davis Company, Philadelphia, PA [18th Edition].

Pagana, Kathleen D. & Pagana, Timothy J. (2001). Mosby's Diagnostic and Laboratory Test Reference 5th Edition: Mosby, Inc., Saint Louis, MO.

Reaven, G. (2004 June). The metabolic syndrome or the insulin resistance syndrome? Different names, different concepts, and different goals. Endocrinology and Metabolism Clinics V33 (2).

(2004 May). Insulin Resistance and Pre-Diabetes. National Diabetes Information Clearinghouse, NIH Publication No. 04-4893 [On-line information]. Available online at http://diabetes.niddk.nig.gov/dm/pubs/insulinresistance/ through http://diabetes.niddk.nig.gov.

(2002 August, Updated). Insulin Resistance Syndrome. Familydoctor.org [On-line information]. Available online at http://familydoctor.org/660.xml through http://familydoctor.org.

Levin, A. (2003 July). Silent Scourge of Insulin Resistance. NCRR Reporter, Cover Story [On-line news article]. Available online at http://www.ncrr.nih.gov/newspub/jul03rpt/sotries2.asp through http://www.ncrr.nih.gov.

Sadovsky, R. (2004 February 15). Best Way to Identify Patients with Insulin Resistance. American Family Physician, Tips from other Journals [On-line journal]. Available online at http://www.aafp.org/afp/20040215/tips/17.html through http://www.aafp.org.

Sadovsky, R. (2004 June 15). Metabolic Markers Predict Insulin Resistance. American Family Physician, Tips from other Journals [On-line journal]. Available online at http://www.aafp.org/afp/20040615/tips/9.html through http://www.aafp.org.