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Este artigo foi modificado pela última vez em 01 de Agosto de 2018.
Resumo

Distúrbios da hipófise se caracterizam por excesso ou deficiência de hormônios produzidos pela glândula hipófise, ou por sintomas causados pela compressão de tecidos vizinhos provocada por um tumor da hipófise. Esta é uma glândula do tamanho de uma ervilha, localizada no centro da cabeça, atrás do seio esfenoide. Está ligada à base do cérebro, abaixo do hipotálamo, e faz parte do sistema endócrino, um grupo de glândulas que produzem hormônios que regulam funções de tecidos em todo o corpo. O hipotálamo monitora a necessidade de hormônios e estimula a hipófise a secretar as quantidades necessárias.

A hipófise se divide em parte anterior e parte posterior, A hipófise anterior (adeno-hipófise) produz hormônio do crescimento (GH), hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio estimulante da tireoide (TSH), hormônio luteinizante (LH), hormônio estimulante dos folículos (FSH) e prolactina. Esses hormônios regulam o crescimento ósseo, a massa muscular, a resposta do corpo a estresse, o nível sanguíneo de glicose, a utilização de energia pelo corpo, o desenvolvimento de características sexuais secundárias, a fertilidade e a produção de leite. Essas ações ocorrem por ação direta dos hormônios sobre tecidos ou pela estimulação da secreção das glândulas tireoide, suprarrenais, ovários e testículos. A hipófise posterior (neuro-hipófise) acumula e secreta dois hormônios produzidos no hipotálamo: o antidiurético (ADH ou vasopressina), que regula a excreção de água pelos rins, e o hormônio ocitocina, que estimula a contração do útero durante e após o parto e a liberação de leite durante a amamentação.

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Sobre Distúrbios da hipófise
  • Principais distúrbios

    Tumores benignos (adenomas) são o problema mais comum da hipófise. Outros distúrbios resultam de defeitos hereditários, alterações congênitas, traumatismos, problemas de suprimento sanguíneo ou sequelas de tratamentos cirúrgicos ou radioterápicos de distúrbios anteriores dessa glândula. São raros os tumores malignos da hipófise.

  • Exemplos de distúrbios mais frequentes da hipófise
    • Tumores da hipófise: podem produzir hormônios ou não. A maioria é benigna (adenomas). Quando comprimem os tecidos vizinhos, podem provocar distúrbios visuais e dor de cabeça. Com frequência, produzem um hormônio em excesso, com deficiência de outros.
    • Deficiência de hormônio do crescimento: diversas causas. Em crianças, provoca retardo do crescimento e baixa estatura. É rara em adultos, mas pode causar fraqueza muscular, diminuição da massa óssea e obesidade.
    • Hipopituitarismo: diminuição geral dos hormônios hipofisários, resultante de tumores, traumatismos, redução do suprimento sanguíneo para a hipófise, infecção, sarcoidose, autoimunidade, irradiação ou cirurgia da hipófise.
    • Hiperprolactinemia: adenoma secretor de prolactina. Em mulheres, pode provocar galactorreia e amenorreia. Em homens, diminuição da libido e impotência.
    • Síndrome da sela vazia: a sela turca é uma estrutura do osso esfenoide que abriga a hipófise. Síndrome da sela vazia é uma descrição da imagem obtida por ressonância magnética em que a sela parece vazia. Está associada a cefaleia e, em alguns casos, a hipopituitarismo.
  • Distúrbios hipofisários menos comuns
    • Acromegalia e gigantismo: produção excessiva de hormônio do crescimento, em geral devida a um tumor. Em crianças, causa gigantismo, com crescimento ósseo exagerado e estatura alta. Em adultos, resulta em acromegalia, com aumento dos ossos da face, das mãos e dos pés, síndrome do túnel do carpo, cefaleia, sudorese, apneia do sono, fadiga e hipertensão arterial.
    • Doença de Cushing: sintomas de síndrome de Cushing causados por um tumor da hipófise secretor de ACTH, que estimula a produção de cortisol pelas glândulas suprarrenais, incluindo obesidade da parte central do corpo, rosto arredondado, pele fina, estrias abdominais, fraqueza muscular, osteoporose, aumento da glicemia e hipertensão arterial.
    • Diabetes insípido: produção insuficiente de hormônio antidiurético (ADH) pelo hipotálamo, com excreção renal de grandes quantidades de urina diluída.
    • Síndrome de Nelson: causada pela remoção das glândulas suprarrenais como tratamento da doença de Cushing. Ocorre escurecimento da pele como resposta à secreção excessiva de ACTH e hormônio estimulante dos melanócitos.
    • Neoplasia endócrina múltipla do tipo 1 (MEN1): mutação hereditária que aumenta o risco de tumores da hipófise e de outras glândulas endócrinas.
    • Síndrome de Kallmann: liberação deficiente do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) pelo hipotálamo causa deficiência dos hormônios estimulante dos folículos (FSH) e luteinizante (LH), que resulta em retardo ou ausência de puberdade. Está associada a anosmia (ausência de olfato).
    • Infarto da hipófise: limitação do suprimento sanguíneo para a hipófise pode causar hipopituitarismo.
    • Síndrome de Sheehan: hipopituitarismo provocado por perda excessiva de sangue durante ou após o parto.
    • Craniofaringioma: tumor que se desenvolve perto da hipófise, causando hipopituitarismo, cefaleia, distúrbios visuais e retardo do crescimento.
  • Exames

    Os exames usados em distúrbios da hipófise são feitos para detectar produção excessiva ou deficiente de hormônios, e também determinar a causa e avaliar a gravidade do problema. Os exames podem incluir a medida dos hormônios produzidos na hipófise e no hipotálamo, e dos hormônios das glândulas estimuladas, como suprarrenais, tireoide, ovários e testículos. Os níveis desses hormônios podem ser relativamente constantes, como os de TSH, podem variar durante o dia, como os de GH, ou durante ciclos maiores, como o FSH e o LH ao longo do ciclo menstrual. Com frequência, são usados protocolos que medem a ação de substâncias que estimulam ou inibem a secreção de hormônios.

    Os exames podem ser pedidos para confirmar um diagnóstico ou para monitorar a evolução e a resposta ao tratamento de um distúrbio. Em alguns casos, é necessária a monitoração a longo prazo.

    Exames laboratoriais

    Exames não laboratoriais

    • Ressonância magnética
    • Tomografia computadorizada
    • Teste de privação de água (para o diagnóstico de diabetes insípido)
  • Tratamento

    Dependendo do distúrbio, são usados medicamentos e hormônios que estimulam ou inibem a secreção dos hormônios hipofisários. Quando há deficiência de um hormônio, pode ser feita a terapia de reposição. Quando há um tumor, são usadas cirurgia ou radioterapia.

    A cirurgia da hipófise em geral é feita através do nariz (acesso transesfenoidal), mas, em alguns casos, é necessário abrir o crânio.

Fontes do artigo

NOTE: This article is based on research that utilizes the sources cited here as well as the collective experience of the Lab Tests Online Editorial Review Board. This article is periodically reviewed by the Editorial Board and may be updated as a result of the review. Any new sources cited will be added to the list and distinguished from the original sources used.

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