Também conhecido como
[muitas vezes referida pelo nome da marca (veja MedlinePlus Drug Information)]
Nome formal
Carbamazepina total
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 23 de Maio de 2019.
De relance
Por que fazer este exame?

Para determinar a concentração de carbamazepina no sangue; para estabelecer uma dose apropriada e manter os níveis terapêuticos.

Quando fazer este exame?

Em intervalos regulares, para monitorar os níveis do medicamento. Quando indicado, para detectar concentrações baixas ou elevadas (potencialmente tóxicas).

Amostra:

Uma amostra de sangue é coletada de uma veia do braço.

É necessária alguma preparação?

Nenhum.

O que está sendo pesquisado?

A carbamazepina é um fármaco (medicamento) usado principalmente para tratar certas doenças convulsivas (também denominadas epilepsia), mas também é usada para estabilizar o humor de indivíduos com transtorno bipolar e ajudar a aliviar algumas dores nevrálgicas. Pode ser prescrita isoladamente ou em combinação com outros fármacos antiepiléticos. Este exame mede a quantidade de carbamazepina no sangue.

Os níveis de carbamazepina são monitorados porque o fármaco precisa ser mantido dentro de limites terapêuticos estreitos. Se os níveis ficarem muito baixos, o indivíduo pode vivenciar recorrência dos sintomas (ou seja, convulsões, mania ou dor); se os níveis se elevarem demais, podem ocorrer efeitos colaterais tóxicos. A manutenção do nível terapêutico da medicação é um desafio a ser superado, por várias razões diferentes:

  • As doses orais de carbamazepina são absorvidas no trato gastrointestinal em taxas muito variáveis.
  • Como a carbamazepina é metabolizada no fígado, qualquer coisa que comprometa a função hepática pode comprometer os níveis sanguíneos do medicamento. 
  • Grande parte do fármaco está ligada a proteínas do plasma, mas é a parte livre do medicamento que é ativa. Doenças ou estados clínicos que comprometem a proteína ligadora do fármaco podem comprometer a efetividade terapêutica. Isso pode ocorrer quando o indivíduo apresentar baixa albuminemia, insuficiência renal ou quando são muito jovens (recém-nascidos) ou idosos. 
  • O metabólito da carbamazepina, o epóxido carbamazepina-10 11, é também ativo e contribui para o efeito global da medicação.
  • Muitos fármacos, se tomados em conjunto com a carbamazepina, podem interagir ou comprometer o metabolismo e os níveis sanguíneos.

As dosagens de carbamazepina devem ser ajustadas cuidadosamente, até ser atingida uma concentração sanguínea estável. A quantidade real do fármaco para que se alcance esse equilíbrio varia de pessoa para pessoa e pode mudar ao longo do tempo.

A carbamazepina é normalmente monitorada em longo prazo, porque é prescrita para o tratamento de doenças/estados clínicos crônicos: epilepsia, transtorno bipolar ou nevralgia do trigêmeo.

A epilepsia compromete as habilidades cerebrais de transmitir impulsos elétricos e de regular a atividade nervosa. Durante uma crise epilética, o indivíduo pode vivenciar alterações de consciência, alterações da visão e paladar e convulsões. A frequência dos ataques epiléticos varia de um único episódio, episódios ocasionais e episódios recorrentes. Os ataques epiléticos são classificados de acordo com a região do cérebro ou do corpo que foram afetadas. A carbamazepina é prescrita para ajudar a prevenir a recorrência de tipos específicos de crises epiléticas.

O transtorno bipolar é uma doença/estado clínico mental que é caracterizado por ciclos de depressão e mania, que podem durar dias, semanas, meses ou anos. Durante o episódio depressivo, os indivíduos acometidos sentem tristeza, desesperança, desespero e têm pensamentos suicidas. Durante o episódio maníaco, os pacientes se tornam eufóricos e irritáveis, fazem uso de julgamento pobre e comportamentos de risco. A carbamazepina é prescrita para auxiliar a equilibrar os humores do indivíduo com transtorno bipolar, especialmente a mania.

A nevralgia do trigêmeo é uma doença/estado clínico associada à dor no nervo facial e espasmos musculares, que pode, da mesma forma que a coreatetose paroxística, ser tratada com carbamazepina.

Como a amostra é obtida para o exame?

Uma amostra de sangue é coletada de uma veia do braço.

NOTA: Se exames médicos em você ou em alguém importante para você o deixam ansioso ou constrangido, ou se você tem dificuldade de lidar com eles, leia um ou mais dos seguintes artigos: Lidando com dor, desconforto ou ansiedade durante o exame, Conselhos sobre exames de sangue, Conselhos para ajudar crianças durante exames médicos, e Conselhos para ajudar idosos durante exames médicos.

Outro artigo, Siga essa amostra, fornece uma visão da coleta e do processamento de uma amostra de sangue e de uma amostra de cultura da garganta.

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Não é necessário preparo para o exame.

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Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    O exame de carbamazepina é usado para medir e monitorar a quantidade de carbamazepina no sangue, para monitorar se os níveis do fármaco (medicamento) estão dentro dos limites terapêuticos. Inicialmente, o exame pode ser usado para estabelecer a dose apropriada para o indivíduo. Dependendo do resultado, a dose do fármaco pode ser ajustada para mais ou para menos, até que os limites terapêuticos sejam alcançados nos níveis sanguíneos. Exames subsequentes são usados para assegurar que os níveis permanecem dentro dos limites terapêuticos. Se o indivíduo apresenta alterações de saúde, ou se, por exemplo, começa a tomar outros medicamentos, o exame pode ser usado para determinar se é necessário ajustar a dose prescrita.

    O médico pode usar o exame para carbamazepina como auxiliar na avaliação de um indivíduo que esteja sofrendo efeitos colaterais ou reações adversas, ou que apresente sintomas recorrentes.

    O exame de carbamazepina de rotina mede a carbamazepina total, ou seja, tanto a porção ligada à proteína, quanto a porção livre do fármaco. Algumas vezes pode ser pedido junto com o exame de carbamazepina total um exame que mede a carbamazepina livre ou o metabólito biologicamente ativo, epóxido carbamazepina-10,11, para avaliar suas contribuições para a terapia do indivíduo.

  • Quando o exame é pedido?

    No início, os exames de carbamazepina são frequentemente pedidos em intervalos regulares e quando é necessário garantir que as concentrações sanguíneas permaneçam em níveis terapêuticos. Exames adicionais de carbamazepina total podem ser solicitados se a dose do fármaco for alterada ou se o paciente inicia ou para de tomar medicamentos adicionais para avaliar se há algum efeito nos níveis de carbamazepina. Uma vez que as concentrações sanguíneas de carbamazepina tenham se estabilizado, elas serão monitoradas, em intervalos regulares, para garantir que permanecem dentro dos limites terapêuticos.

    O exame de carbamazepina pode ser feito quando o paciente parece não estar respondendo ao tratamento e apresenta sintomas recorrentes, como convulsões, dor nervosa ou alterações bipolares de humor. O nível sanguíneo pode não estar alto o suficiente, o indivíduo pode não estar tomando a medicação regularmente ou o fármaco pode ser ineficaz para aquela pessoa.

    O exame de carbamazepina também pode ser solicitado quando o indivíduo apresenta um nível preocupante de efeitos colaterais e/ou desenvolve complicações.  Os efeitos colaterais que podem ser observados em qualquer dose, mas são relacionados a concentrações mais elevadas, são:

    • Tonturas
    • Movimentos desordenados
    • Sonolência
    • Visão turva ou dupla
    • Movimentos involuntários do globo ocular para frente e para trás

    Outros efeitos adversos:                                                           

    • Vermelhidão, comichão
    • Náuseas
    • Diarreia
    • Constipação
    • Dor de cabeça
    • Confusão

    A carbamazepina pode também provocar disfunção hepática, diminuição dos níveis de sódio e de glóbulos brancos (GBs) ou aumento dos eosinófilos (um tipo de GB). Em alguns casos, a gravidade dos efeitos colaterais pode fazer com que seja necessária outra medicação anticonvulsiva, para o transtorno bipolar ou dor nevrálgica.

    O exame de carbamazepina total e/ou exame epóxido carbamazepina-10,11 também podem ser pedidos junto com o exame de carbamazepina total, quando o médico quer avaliar a contribuição do fármaco livre e/ou seus metabólitos para o tratamento. Ele pode optar por fazê-lo quando o resultado de um exame de carbamazepina total estiver dentro dos limites terapêuticos, mas o paciente apresenta efeitos colaterais. Algumas vezes os resultados são avaliados como uma proporção entre a carbamazepina livre e total.

    Indivíduos que tomam carbamazepina devem conversar com o médico sobre o momento da coleta da amostra. Muitas vezes, é recomendado que a coleta ocorra pouco antes da próxima dose (nível mínimo).

  • O que significa o resultado do exame?

    Os limites terapêuticos para a carbamazepina, quando administrada isoladamente, é de cerca de 4 a 12 mcg/mL. Níveis acima de 15 mcg/mL são considerados tóxicos. No entanto, os limites variam ligeiramente entre os laboratórios e podem ser expressos em outras unidades, como em mg/L. O médico deve considerar os limites terapêuticos e as unidades estabelecidas pelo laboratório que realizou o exame.

    Dentro do limite terapêutico, a maioria das pessoas responde ao fármaco, sem muitos efeitos colaterais. No entanto, a resposta varia de acordo com cada pessoa. Em alguns indivíduos podem ocorrer convulsões, alterações de humor ou dor nevrálgica nos limites terapêuticos mais baixos. Por outro lado, outros apresentar os efeitos colaterais excessivos no extremo superior dos limites. As variações na carbamazepina livre e na epóxido carbamazepina-10,11 podem contribuir para essa resposta. Pacientes que usam essa medicação devem ajudar o médico a encontrar a melhor dosagem.

    Em geral, a dose de carbamazepina é considerada adequada quando os resultados dos exames de carbamazepina estiverem dentro dos limites terapêuticos e o paciente não estiver sofrendo convulsões, alterações de humor ou dor nevrálgica recorrentes e efeitos colaterais significativos.

     

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    Os indivíduos não devem aumentar, diminuir ou parar a medicação sem consultar o médico, pois isto pode elevar o risco de convulsões e comprometer outras medicações que estejam tomando. A determinação da regulação da dosagem deve ser avaliada caso-a-caso.

    A carbamazepina pode afetar ou ser afetada por muitos medicamentos que são vendidos com e sem receita médica, como acetaminofeno, warfarin, fluoxetina, isoniazida, teofilina, eritromicina, etossuximida e benzodiazepínicos. O metabolismo da carbamazepina também pode ser aumentado pelo uso de fármacos como fenobarbital, primidona e fenitoína, que diminuem as concentrações de carbamazepina no sangue. Alguns desses fármacos também requerem monitoramento por exame de sangue. Suplementos de ervas (como erva de São João) também podem afetar as concentrações de carbamazepina. Fale com o médico sobre todos os medicamentos e suplementos que estiver tomando.

    A Food and Drug Administration (FDA - agência de drogas e alimentos dos EUA) anunciou, em dezembro de 2007, que os rótulos e informações sobre prescrição da carbamazepina devem incluir a recomendação para que indivíduos de ascendência asiática realizassem exame genético de sangue antes de iniciar o tratamento com a carbamazepina. O exame genético que detecta variações no gene HLA-B* 1502 pode identificar aumento significativo do risco de desenvolvimento de uma reação de pele rara, mas grave. Essa variação genética ocorre quase que exclusivamente em indivíduos com ascendência asiática. Aqueles que apresentaram resultado positivo para o exame devem evitar o tratamento com carbamazepina.

    A carbamazepina pode aumentar o risco de malformação ao nascimento e morte fetal, e diminuir a efetividade dos contraceptivos orais. Mulheres em idade fértil devem conversar com seus médicos sobre esse assunto.

  • Meu médico irá pedir carbamazepina livre ou epóxido carbamazepina-10,11 com frequência?

    Geralmente não. Esses exames complementares podem ser pedidos uma ou duas vezes para ajudar a avaliar como o seu organismo está metabolizando e utilizando a carbamazepina, mas eles não são normalmente usados como exames de monitoramento de rotina.

     

  • Por quanto tempo vou precisar tomar carbamazepina?

    Indivíduos que apresentam epilepsia, transtorno bipolar ou dor nevrálgica crônica normalmente devem tomar carbamazepina ou outras medicações durante a vida inteira. Se a carbamazepina deixar de ser efetiva ou provocar efeitos colaterais, será preciso mudar o medicamento. Se o paciente apresentar convulsões causadas por uma doença/estado clínico temporária, a medicação pode ser necessária apenas por um período curto.

Fontes do artigo

NOTA: Este artigo se baseia em pesquisas que incluíram as fontes citadas e a experiência coletiva de Lab Tests Online Conselho de Revisão Editorial. Este artigo é submetido a revisões periódicas do Conselho Editorial, e pode ser atualizado como resultado dessas revisões. Novas fontes citadas serão adicionadas à lista e distinguidas das fontes originais usadas.

 

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