Nome formal
Contagem de linfócitos CD4; Contagem de linfócitos CD8; Relação CD4/CD8
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 17 de Fevereiro de 2019.
De relance
Por que fazer este exame?

Em geral, esse exame é usado para avaliar a função do sistema imunológico em pessoas com diagnóstico de infecção pelo HIV. Ocasionalmente pode ser usado com outros problemas (veja perguntas frequentes 4).

Quando fazer este exame?

O exame é feito logo após o diagnóstico de infecção pelo HIV, para avaliar o estado basal do sistema imunológico, entre duas a quatro semanas após o início do tratamento antiviral e depois a cada três a quatro meses.

Amostra:

Uma amostra de sangue obtida de uma veia do braço.

É necessária alguma preparação?

Nenhuma

O que está sendo pesquisado?

O exame determina a quantidade no sangue de linfócitos com marcadores de superfície chamados CD4 e CD8. São tipos de leucócitos que têm funções importantes no sistema imunológico. Formam-se no timo, nos linfonodos e no baço e circulam na corrente sanguínea.

Os linfócitos CD4 são também chamados linfócitos “helper” ou auxiliares. Têm um papel importante na identificação, no ataque e na destruição de bactérias, fungos e vírus que invadem o corpo. Os linfócitos CD4 são o principal alvo do HIV. Ele se liga à superfície dessas células e as penetra e/ou se replica (produz cópias de si mesmo) imediatamente, destruindo-as, ou permanece em repouso, adiando a replicação. O número de linfócitos CD4 circulantes diminui com o aumento da infecção. Essa diminuição progressiva pode durar anos até o aparecimento dos sintomas associados à AIDS. O tratamento reduz a quantidade de vírus no corpo e retarda a queda dos linfócitos CD4.

Os linfócitos CD8, também chamados supressores ou citotóxicos, participam da identificação e da destruição de células infectadas por vírus ou afetadas por câncer. Produzem substâncias que dificultam a replicação do HIV.

Esses exames determinam a quantidade de linfócitos CD4 e CD8 no sangue, para avaliar o estado do sistema imunológico em pessoas infectadas pelo HIV. Em geral, são feitos em conjunto com a carga viral do HIV. Com o progresso da doença, o número de linfócitos CD4 diminui. Essa diminuição pode ser expressa em números absolutos ou em relação ao total de linfócitos, como uma percentagem, ou como uma relação entre linfócitos CD4 e CD8.

A contagem de linfócitos CD4 e CD8 é usada com maior frequência para monitorar o progresso da infecção pelo HIV, mas pode ser usada em outras ocasiões, como em linfomas e transplantes de órgãos. Veja Perguntas frequentes 4)

Como a amostra é obtida para o exame?

Uma amostra de sangue é obtida inserindo uma agulha em uma veia do braço.

NOTA: Se exames médicos em você ou em alguém importante para você o deixam ansioso ou constrangido, ou se você tem dificuldade de lidar com eles, leia um ou mais dos seguintes artigos: Lidando com dor, desconforto ou ansiedade durante o exame, Conselhos sobre exames de sangue, Conselhos para ajudar crianças durante exames médicos, e Conselhos para ajudar idosos durante exames médicos.

Outro artigo, Siga essa amostra, fornece uma visão da coleta e do processamento de uma amostra de sangue e de uma amostra de cultura da garganta.

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Nenhuma preparação é necessária.
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Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    Quando uma pessoa tem o diagnóstico de HIV, a contagem de CD4, a percentagem de CD4 e a relação CD4/CD8 são usadas para avaliar o progresso da doença. Os linfócitos CD4 são o principal alvo do HIV, e seu número diminui com a evolução da doença. Como os CD4 são destruídos com maior rapidez que outros tipos de linfócitos, e as contagens absolutas variam a cada dia, é útil determinar o número de CD4 comparado com o de outros tipos de linfócitos. Com frequência, a contagem de CD4 é comparada com a contagem total de linfócitos, e os resultados são expressos como uma percentagem. Ou a contagem de CD4 é comparada com a contagem de linfócitos CD8, e o resultado é expresso em uma relação.

    A contagem e a percentagem de linfócitos CD4, assim como a relação CD4/CD8, avaliam o estado do sistema imunológico e o risco de complicações e de infecções debilitantes. Esses exames são usados juntamente com a carga viral do HIV, que mede a quantidade de vírus no sangue, para avaliar o progresso e o prognóstico da doença e a eficácia do tratamento.

    Algumas vezes, esses exames são usados para diagnosticar ou monitorar outras situação clínicas, como linfomas, transplante de órgãos ou a síndrome de DiGeorge.

  • Quando o exame é pedido?

    As contagens de linfócitos CD4 e CD8 são pedidas com uma carga viral do HIV quando é feito o diagnóstico de HIV, como parte de uma avaliação basal. Devem ser repetidas cerca de duas a oito semanas após o início ou após uma modificação do tratamento, e a cada três a quatro meses enquanto o tratamento for mantido.

  • O que significa o resultado do exame?

    A contagem de linfócitos CD4 pode ser interpretada como um número absoluto, em relação à contagem de CD8 ou como uma percentagem do total de linfócitos. Em geral, os valores diminuem com o progresso da doença. Os resultados variam mesmo quando não há alteração do estado clínico do paciente. Deve ser considerada a tendência de variação de diversos resultados seguidos, e não um resultado isolado.

    Se a contagem de linfócitos CD4 diminuir durante vários meses, o médico pode iniciar ou alterar o tratamento com antirretrovirais ou iniciar o tratamento profilático de infecções oportunísticas, como pneumonia por Pneumocystis ou infecção por Mycobacterium avium. A contagem de CD4 deve se estabilizar ou aumentar com o tratamento eficaz.

    De acordo com a orientação das autoridades de saúde pública, o tratamento preventivo deve ser iniciado quando a contagem de linfócitos CD4 estiver abaixo de 200/mm3. Alguns médicos preferem começar mais cedo, com uma contagem de 350/mm3. As autoridades consideram que pessoas com contagens abaixo de 200/mm3 têm AIDS, mesmo que não apresentem sinais ou sintomas da doença.

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    A contagem de CD4 tende a ser mais baixa de manhã que à tarde. Doenças agudas, como pneumonia, gripe ou infecção por herpes simples podem causar diminuição temporária das contagens. Quimioterapia pode diminuir muito as contagens.

    A contagem de linfócitos CD4 nem sempre reflete o estado clínico do paciente. Algumas pessoas com contagens mais altas ficam doentes e têm complicações frequentes, e outras com contagens mais baixas sentem-se bem e têm poucas complicações clínicas.

  • Como o HIV é diagnosticado?

    A triagem e o diagnóstico de HIV são feitos com uma pesquisa de anticorpos anti-HIV cerca de duas a oito semanas após a exposição ao vírus. Se a exposição for mais recente, podem ser usadas a pesquisa de antígeno p24 ou a carga viral de HIV ou o teste molecular qualitativo para detectar o vírus no sangue.

  • Quais são as infecções oportunísticas mais frequentes em pessoas com HIV?

    O Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos EUA, relaciona 26 infecções oportunísticas em sua definição de AIDS. Veja aqui uma lista das mais comuns.

  • Quais são as opções de tratamento quando as contagens de linfócitos CD4 estão baixas?

    O paciente e o médico devem discutir as opções de tratamento para determinar qual é a melhor. A página da Mayo Clinic HIV/AIDS: Treatment and drugs, dos EUA, tem informações detalhadas (em inglês) sobre os diversos tratamentos. No Brasil, as opções de tratamento são guiadas pelo Ministério da Saúde.

  • A contagem de CD4 é usada em outras circunstâncias além do HIV?

    Sim. Pode ser pedida quando um paciente recebe um transplante de órgão, para avaliar os efeitos de medicamentos imunossupressores. Nos transplantes, o sistema imunológico deve ser suprimido para que não ataque o órgão transplantado e cause rejeição. Nesse caso, é desejável uma contagem baixa de linfócitos CD4, que pode ser repetida periodicamente para monitorar a eficácia do tratamento.

    As contagens de linfócitos CD4 e CD8 também podem ser usadas para classificar linfomas. Esses marcadores de superfície de linfócitos e diversos outros são usados para determinar o tipo de célula que está proliferando e indicar o tratamento adequado.

    Esses exames podem ser usados também no diagnóstico da síndrome de DiGeorge, um distúrbio congênito que inclui deficiência de linfócitos T no sangue. Mais informações sobre a síndrome de DiGeorge podem ser obtidas no site da Mayo Clinic (em inglês), dos EUA.

Fontes do artigo

NOTA: Este artigo se baseia em pesquisas que incluíram as fontes citadas e a experiência coletiva de Lab Tests Online Conselho de Revisão Editorial. Este artigo é submetido a revisões periódicas do Conselho Editorial, e pode ser atualizado como resultado dessas revisões. Novas fontes citadas serão adicionadas à lista e distinguidas das fontes originais usadas.

 

Fontes usadas na revisão atual

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Fontes usadas em revisões anteriores

Thomas, Clayton L., Editor (1997). Taber’s Cyclopedic Medical Dictionary. F.A. Davis Company, Philadelphia, PA [18th Edition].

Pagana, Kathleen D. & Pagana, Timothy J. (2001). Mosby’s Diagnostic and Laboratory Test Reference 5th Edition: Mosby, Inc., Saint Louis, MO.

Janice K. Pinson MT, MBA. Molecular Business Strategies, Birmingham, MI.