Também conhecido como
Anticorpos anticardiolipina
Anticorpo aCL
Nome formal
Anticorpos anticardiolipina (IgG, IgM, e IgA)
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 24 de Maio de 2019.
De relance
Por que fazer este exame?

Para auxiliar na investigação de anormalidades na formação de coágulos, ajudar a determinar a causa de abortamentos recorrentes, ou como parte da avaliação de pacientes com síndrome antifosfolipídio.

Quando fazer este exame?

Em pacientes que tiveram um ou mais episódios trombóticos sem explicação, em pacientes com abortamentos espontâneos recorrentes, especialmente quando ocorrem no 2º e 3º trimestres.

Amostra:

Amostra de sangue colhida em veia do braço.

É necessária alguma preparação?

Nenhuma.

O que está sendo pesquisado?

Esses testes detectam a presença de três classes  (IgGIgM, e/ou IgA) de anticorpos antifosfolipídios. Produzidos pelo sistema imune em resposta a uma ameaça presumida, essas proteínas são a forma mais comum de anticorpos antifosfolipídios. São autoanticorpos adquiridos que podem, por uma via não bem compreendida, afetar a capacidade do organismo de regular a coagulação sanguínea.

As cardiolipinas e outros fosfolipídios relacionados são moléculas de lipídios normalmente encontradas em membranas celulares e plaquetas. Elas têm um papel importante no processo de coagulação do sangue. Quando são produzidos anticorpos contra as cardiolipinas há aumento do risco de evolução com distúrbios da coagulação (trombos) tanto em artérias quanto em veias. Os anticorpos anticardiolipina também estão associados à trombocitopenia, abortos recorrentes (especialmente nos 2º e 3º  trimestres) e com parto prematuro e pré-eclampsia.

Os anticorpos anticardiolipina são encontrados com frequência em doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico (LES) e associados a outros anticorpos antifosfolipídios, como o anticoagulante lúpico. Também podem ser encontrados temporariamente em pacientes com infecções agudas, HIV/AIDS, alguns cânceres, uso de medicamentos (como fenitoína, penicilina e procainamida) e, de forma assintomática, em idosos.

Quando um paciente se apresenta com trombos, abortamentos recorrentes, trombocitopênico (trombocitopenia), anticorpos anticardiolipina e/ou outro anticorpo antifosfolipídio, pode ser diagnosticado como portador da síndrome do anticorpo antifosfolipídio (SAF). Esta pode ser primária (sem doença autoimune subjacente) ou secundária (associada a uma doença autoimune).

Como a amostra é obtida para o exame?

Amostra de sangue obtida em veia do braço. 

NOTA: Se exames médicos em você ou em alguém importante para você o deixam ansioso ou constrangido, ou se você tem dificuldade de lidar com eles, leia um ou mais dos seguintes artigos: Lidando com dor, desconforto ou ansiedade durante o exame, Conselhos sobre exames de sangue, Conselhos para ajudar crianças durante exames médicos, e Conselhos para ajudar idosos durante exames médicos.

Outro artigo, Siga essa amostra, fornece uma visão da coleta e do processamento de uma amostra de sangue e de uma amostra de cultura da garganta.

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Não há necessidade de preparo para o teste.

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Perguntas frequentesCommon Questions
  • Como o exame é usado?

    Os testes para anticorpos IgG e IgM anticardiolipina são solicitados para ajudar a determinar a causa de episódio trombótico sem explicação, abortamentos recorrentes ou trombocitopenia. Podem ser pedidos em conjunto com o teste para anticoagulante lúpico para auxiliar na investigação da causa de prolongamento do TTP  (tempo de tromboplastina parcial ativada), especialmente se o quadro clínico sugerir a possibilidade do diagnóstico de LES ou outra doença autoimune. Se os resultados iniciais forem inexpressivos e a suspeita clínica persistir, pode-se solicitar o teste para anticorpo IgA anticardiolipina. 

    Se forem detectadas uma ou mais classes de anticorpos anticardiolipina, os mesmos testes devem ser repetidos com pelo menos seis semanas de intervalo a fim de determinar se os anticorpos são persistentes ou temporários. Se um paciente sabidamente portador de doença autoimune apresentar testes negativos para anticorpo anticardiolipina, é indicado repetir os exames porque os anticorpos podem surgir a qualquer momento.

  • Quando o exame é pedido?

    Os testes de anticorpo anticardiolipina podem  ser feitos quando algum paciente apresenta sintomas sugestivos de episódio trombótico, como dor e inchaço nos membros, falta de ar ou cefaleia (dor de cabeça). Também podem ser solicitados quando uma paciente se apresenta com história de abortamentos espontâneos recorrentes, ou, ainda, junto com teste para anticoagulante lúpico no acompanhamento de casos com prolongamento do TTP . Quando se detectam IgG, IgM ou IgA anticardiolipina, o exame deve ser repetido algumas semanas depois para determinar se os anticorpos são temporários ou persistentes.,

    Quando os testes para anticorpos anticardiolipina são negativos em paciente com uma doença autoimune, como LES, há indicação para serem repetidos no futuro a fim de verificar se surgiram.

  • O que significa o resultado do exame?

    O resultado negativo significa apenas que a classe de anticorpo anticardiolipina testada (IgG, IgM, e/ou IgA) não está presente naquele momento.

    Como os anticorpos anticardiolipina são os mais comuns entre os antifosfolipídios, não é raro detectá-los surgindo temporariamente em razão de infecção ou uso de medicamentos, ou de forma assintomática em idosos. As concentrações baixas a moderadas de anticorpos encontradas nessas situações frequentemente não são significativas, mas devem ser consideradas em conjunto com os sintomas do paciente e com outras informações clínicas.

    Níveis moderados a altos de uma ou mais classes de anticorpos anticardiolipina que persistam quando testados novamente após seis semanas indicam presença continuada daquele anticorpo específico

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    Ocasionalmente são solicitados testes para anticorpo anticardiolipina para determinar a causa de VDRL/RPR positivo para sífilis. Os reagentes usados para teste de sífilis contêm fosfolipídios e podem causar resultado falso positivo em pacientes com anticorpos anticardiolipina.

  • Se tenho anticorpo anticardiolipina, é certo que terei trombose?

    Não necessariamente. Os anticorpos anticardiolipina são um fator de risco, mas não predizem se o indivíduo terá trombos recorrentes ou outras complicações associadas. Se o indivíduo apresentar trombos, a presença dos anticorpos não prediz sua frequência ou gravidade.

  • Devo comunicar aos médicos que consultar que sou portador de anticorpos anticardiolipina?

    Sim, considerando que se trata de parte importante de sua história clínica. Seus médicos necessitam dessa informação, mesmo em pacientes assintomáticos, a fim de que possam adequar qualquer procedimento ou tratamento medicamentoso a esse fator de risco.

Fontes do artigo

NOTA: Este artigo se baseia em pesquisas que incluíram as fontes citadas e a experiência coletiva de Lab Tests Online Conselho de Revisão Editorial. Este artigo é submetido a revisões periódicas do Conselho Editorial, e pode ser atualizado como resultado dessas revisões. Novas fontes citadas serão adicionadas à lista e distinguidas das fontes originais usadas.

 

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