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Este artigo foi modificado pela última vez em 30 de Novembro de 2019.
Resumo

O cólon, dividido em cinco segmentos, compreende a maior parte do comprimento do intestino grosso (1,5 m). No tubo digestivo, ele é a parte que segue o intestino delgado e termina no reto. No cólon são absorvidos água, algumas vitaminas e minerais, e formam-se as fezes para eliminação do corpo.

Os tumores malignos do cólon e do reto são chamados em conjunto câncer colorretal. Neste artigo, câncer de cólon se refere a tumores do cólon e do reto. Nos EUA, o câncer de cólon é a segunda causa mais frequente de morte por câncer em homens e em mulheres. A American Cancer Society avalia que, por ano, morrem 50.000 pessoas e são diagnosticados 149.000 novos casos. No Brasil, foram diagnosticados 27.000 novos casos em 2008. Em sua maioria, o câncer é precedido por um pólipo benigno, uma protrusão alongada do revestimento do cólon para a cavidade intestinal. Os pólipos são bastante comuns a partir dos 50 anos de idade. Podem se tornar cancerosos, invadindo o cólon e se estendendo para outras partes do corpo (metástases).

As causas do câncer de cólon não são conhecidas, mas o risco está associado a fatores genéticos, dietéticos e de estilo de vida. Pessoas com colite ulcerativa, uma forma de doença intestinal inflamatória, com imunodeficiências ou com história familiar de câncer de cólon têm risco aumentado. Uma doença hereditária rara chamada adenomatose ou polipose familiar causa o desenvolvimento precoce de pólipos que se transformam em câncer em quase todos os pacientes, a não ser que o cólon seja removido antes. O risco também aumenta com a idade e com a presença de outros tipos de câncer. Outro fator de risco é uma dieta rica em gorduras e carne, em especial quando combinada a pouca ingestão de frutas, vegetais e fibras. Fatores de risco relacionados com estilo de vida são fumo, obesidade e vida sedentária.

Sintomas

O câncer de cólon com frequência se desenvolve sem sinais e sintomas. Os que ocorrem, incluem:

  • Diarreia, constipação ou outras alterações dos hábitos intestinais durando 10 dias ou mais.
  • Sangue nas fezes (de cor vermelha ou escura).
  • Anemia sem explicação.
  • Dor e sensibilidade no abdome inferior.
  • Desconforto abdominal (dores frequentes causadas por gases, distensão abdominal, sensação de plenitude e cólicas).
  • Obstrução intestinal.
  • Perda de peso sem causa aparente.
  • Fezes afinadas.
  • Cansaço constante.

Esses sinais e sintomas podem ter outras causas. É recomedável que a pessoa procure o médico para investigá-los. Quando identificados, os pólipos pré-cancerosos podem ser removidos, evitando o desenvolvimento de câncer. Se o câncer for detectado cedo, ele é curável em até 90% dos casos.

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Sobre Câncer de Cólon
  • Exames

    Exames de triagem para diagnóstico precoce

    Adultos devem iniciar a triagem para câncer de cólon aos 50 anos de idade. A escolha do método depende do risco individual. Por exemplo, se um parente próximo teve câncer de cólon, a triagem deve começar 10 anos antes da idade em que o parente foi diagnosticado, para detectar pólipos pré-cancerosos.

    Os exames de triagem para câncer de cólon podem ser classificados em duas categorias: exames estruturais parciais ou completos, que detectam câncer ou pólipos pré-cancerosos, e exames laboratoriais feitos nas fezes para pesquisa de sangue ou de células cancerosas. Outra diferença entre os grupos de exames é que pólipos e tumores iniciais podem ser removidos durante exames diretos, como a sigmoidoscopia ea colonoscopia. Os exames laboratoriais ou radiológicos positivos devem ser seguidos por outro procedimento para remover crescimentos suspeitos.

    Exames endoscópicos e de imagem

    Examinam o cólon e podem detectar câncer ou pólipos pré-cancerosos.
    Exame Descrição Intervalo Vantagens Desvantagens
    Sigmoidoscopia Exame do reto e do cólon terminal com um instrumento iluminado rígido ou flexível 5 anos Preparação mínima

    Não precisa de sedação

    Rápido e seguro
    Examina apenas 30% do cólon
    Não permite remoção de todos os pólipos

    Pequeno risco de sangramento, infecção e laceração do cólon

    Resultados anormais podem exigir colonoscopia
    Colonoscopia Exame do reto e de todo o cólon com um instrumento iluminado 10 anos Examina todo o cólon

    Pode remover pólipos e colher biópsias para exame
    Preparação extensa

    Sedação necessária

    Pelo menos dois dias de preparação e recuperação

    Risco de sangramento, infecção e laceração do cólon
    Clister opaco Série de radiografias do cólon e do reto. O contraste é feito com um enema de bário e insuflação do cólon com ar 5 anos Não exige sedação

    Pode observar todo o cólon

    Relativamente seguro; risco mínimo de laceração do cólon
    A mesma preparação necessária para a colonoscopia

    Pólipos não podem ser removidos

    Resultados suspeitos exigem colonoscopia
    Colonoscopia virtual (usando tomografia computadorizada) Exame do reto e de todo o cólon usando imagens tridimensionais obtidas a partir de tomografia computadorizada. O cólon é insuflado com ar. 5 anos Não exige sedação

    Pode observar todo o cólon

    Relativamente seguro; risco mínimo de laceração do cólon
    A mesma preparação necessária para a colonoscopia

    Pólipos não podem ser removidos

    Resultados suspeitos exigem colonoscopia

    Exames laboratoriais

    Exames feitos em amostras de fezes que podem indicar câncer.
    Objetivo Descrição Intervalo Vantagens Desvantagens
    Sangue oculto fecal Pesquisa sangue nas fezes Anual Não é necessária preparação intestinal

    Não há risco para o intestino

    Amostras podem ser colhidas em casa
    Restrições dietéticas antes do exame

    Não detecta alterações pré-cancerosas

    Resultados positivos podem ter outras causas além de câncer
    Sangue oculto fecal (método imunoquímico) Pesquisa sangue nas fezes; método de análise e colheita diferentes Anual Não são necessárias restrições dietéticas

    Não é necessária preparação intestinal

    Não há risco para o intestino

    Amostras podem ser colhidas em casa
    Não detecta alterações pré-cancerosass

    Resultados negativos não excluem câncer; exame deve ser repetido
    Teste de DNA Detecta mutações específicas associadas a câncer de cólon no DNA isolado de células das fezes Em avaliação Não são necessárias restrições dietéticas

    Não é necessária preparação intestinal

    Não há risco para o intestino
    Não detecta alterações pré-cancerosas

    Amostras devem ser adequadas

    É necessária manipulação especial das amostras

    Além desses exames, o médico pode fazer um exame retal digital procurando palpar uma massa retal com o dedo enluvado. Entretanto, a maioria dos tumores está fora do alcance do dedo.

    Se algum exame produz resultados sugestivos de pólipos ou de câncer, deve ser feita a colonoscopia para examinar todo o cólon e colher biópsias de pólipos ou de outras áreas suspeitas.

    Exames para diagnosticar e determinar o estágio do câncer de cólon
    Quando há suspeita de câncer durante uma colonoscopia, é feita uma biópsia para exame ao microscópio por um patologista. Se for confirmado o diagnóstico de câncer, o passo seguinte é determinar o estágio (a extensão) da doença. O tratamento depende do estágio, que define o grau de disseminação a partir o local de início. Há diversos sistemas de classificação. Um bastante usado descreve os seguintes estágios:

    • Estágio 0: câncer restrito à superfície da parede intestinal
    • Estágio I: câncer invadindo camadas mais profundas da parede intestinal
    • Estágio II: câncer invadindo toda a espessura da parede intestinal e tecidos adjacentes
    • Estágio III: invasão de linfonodos locais
    • Estágio IV: disseminação para órgãos distantes

    Um exame laboratorial chamado antígeno carcinoembrionário (CEA) pode ser pedido nessa fase. Os níveis sanguíneos dessa proteína estão aumentados em muitos pacientes com câncer de cólon e se correlacionam com o estágio da doença. O CEA também é útil para determinar o prognóstico porque níveis altos estão associados a um risco aumentado de recorrência e de doença metastática.

  • Tratamento

    O câncer de cólon em todos os estágios é tratado com remoção cirúrgica do câncer e, se necessário, de alguns tecidos adjacentes. Nos estágios II e III, podem ser usadas radioterapia e quimioterapia para tentar extirpar o tumor ou diminuir seu tamanho, e no estágio IV, para melhorar os sintomas e prolongar a vida. Em alguns casos, também é possível adotar terapias biológicas e imunoterapia.

Fontes do Artigo

Fontes usadas na revisão atual

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(March 5, 2008) American Cancer Society. Colorectal Cancer: Early Detection (online information). Available online at http://www.cancer.org. Accessed April 2008.

Clarke, W. and Dufour, D. R., Editors (2006).  Contemporary Practice in Clinical Chemistry, AACC Press, Washington, DC. Pp 244-245.

Fontes usadas em revisões anteriores

Thomas, Clayton L., Editor (1997). Taber’s Cyclopedic Medical Dictionary. F.A. Davis Company, Philadelphia, PA [18th Edition].

Pagana, Kathleen D. & Pagana, Timothy J. (2001). Mosby’s Diagnostic and Laboratory Test Reference 5th Edition: Mosby, Inc., Saint Louis, MO.

AGA (2001). The Facts About Colorectal Cancer. The American Gastroenterological Association [On-line information]. Available online at http://www.gastro.org.

AGA (2001). Clinical Practice Recommendations -- People at Average Risk. The American Gastroenterological Association [On-line information]. Available online at http://www.gastro.org.

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DHHS (1996). “Screening for Colorectal Cancer” in Guide to Clinical Preventative Services, 2nd Edition, Report of the U.S. Preventative Services Task Force, U.S. Department of Health and Human Services, Office of Public Health and Science, Office of Disease Prevention and Health Promotion. [On-line information]. Available online at http://odphp.osophs.dhhs.gov.

MedlinePLUS (Page updated 2002, January 2). Fecal occult blood test (FOBT). MedlinePLUS Encyclopedia [On-line information]. Available online at http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/007008.htm.

National Digestive Diseases Information Clearinghouse: Virtual Colonoscopy. Available online at http://digestive.niddk.nih.gov/ddiseases/pubs/virtualcolonoscopy/.