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Este artigo foi modificado pela última vez em 25 de Dezembro de 2019.
Resumo

O câncer de ovário é a quinta causa de morte por câncer mais comum em mulheres. De acordo com a American Cancer Society, dos EUA, o risco de uma pessoa desenvolver câncer de ovário durante a vida é 1/71. Nos EUA, a cada ano são diagnosticados 21.000 novos casos, e 15.500 mulheres morrem por causa dessa doença. O câncer de ovário invasivo é uma causa de morte mais frequente que outros tumores mais comuns detectados com maior facilidade, como o de útero e o de colo uterino. Menos de 20% dos casos de câncer de ovário são diagnosticados antes de se disseminarem para fora do ovário. A principal razão para isso é que os sintomas desse tipo de câncer são muito pouco específicos, e incluem:

  • Desconforto, sensação de pressão, distensão ou aumento de volume do abdome
  • Urgência urinária e alteração dos hábitos intestinais
  • Dor ou desconforto pélvico
  • Perda do apetite, indigestão, gases ou náuseas

Os ovários, localizados nos dois lados do útero, no abdome inferior, têm duas funções principais: produção de estrogênios e progesterona, hormônios responsáveis pelo desenvolvimento de características sexuais secundárias e pela regulação do ciclo menstrual, e desenvolvimento e liberação de um óvulo por mês na trompa uterina durante os anos férteis.

Os tumores de ovário podem ser benignos ou malignos. Não é possível dizer se um tumor é maligno até que seja feita uma biópsia ou o ovário seja removido, ou se detecte a disseminação do tumor para outras partes do corpo. Há três tipos de tumores:

  • Tumores epiteliais – Cerca de 85% dos tumores de ovário se iniciam no epitélio que reveste os ovários
  • Tumores de células germinativas – Ocorrem nas células produtoras de óvulos e são vistos com maior frequência em mulheres mais jovens
  • Tumores do estroma – Derivam do tecido conjuntivo dos ovários, que produz estrogênios e progesterona

Tumores benignos não formam metástases, mas o câncer de ovário sem diagnóstico e sem tratamento dissemina-se por todo o ovário e depois para o útero, a bexiga, o reto e a parede abdominal. Após atingirem os linfonodos, as células cancerosas espalham-se por todo o corpo.

O principal fator de risco de câncer de ovário é um histórico familiar positivo. Em cerca de 10% a 15% de todos os casos há uma tendência familiar. Mutações dos genes BRCA-1 e BRCA-2 estão associadas a um risco aumentado. Esse risco é calculado entre 35% e 70% para mutações do gene BRCA-1 e entre 10% e 30% para mutações do gene BRCA-2. Mulheres sem mutações têm um risco total de cerca de 1,5%.

A prevalência desse tipo de câncer é baixa em mulheres jovens, mas aumenta com a idade, chegando ao máximo a partir dos 80 anos de idade. O risco de desenvolver a doença é maior em mulheres com história de câncer de mama e um pouco mais alto naquelas que não tiveram filhos, que fazem tratamento contra infertilidade, que foram obesas no início da vida adulta e, talvez, nas que fazem reposição hormonal. O risco pode ser um pouco mais baixo em quem fez ligadura de trompas, em quem toma anticoncepcionais orais, nas grávidas e nas mulheres que estão amamentando.  

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Sobre Câncer de Ovário
  • Exames

    Não há exames de triagem específicos para câncer de ovário. Pesquisas em andamento procuram um método confiável para detecção em mulheres assintomáticas. Entretanto, é importante fazer periodicamente exames físicos e pélvicos e conhecer os sintomas e a história familiar da doença. Os exames de mulheres sintomáticas podem incluir os da lista abaixo, dependendo do tipo de tumor. Esses exames não são diagnósticos, mas podem ser usados para acompanhar o tratamento e para detectar recidivas.

    Exames não laboratoriais podem incluir:

    • Ultrassonografia pélvica e/ou transvaginal, para examinar o útero e os ovários. Pode distinguir um câncer de um cisto de ovário
    • Tomografia computadorizada
    • Radiografias do trato gastrointestinal

    Como os sintomas de câncer de ovário são sutis e inespecíficos, e podem ser causados por outros distúrbios, é importante consultar o médico e fazer exames periódicos, especialmente se houver sintomas.

  • Tratamento

    Quando há suspeita de câncer de ovário, é necessária uma biópsiacirúrgica para confirmar o diagnóstico. Se o câncer for comprovado, faz-se uma cirurgia para remover o tecido canceroso (ooforectomia). A extensão da cirurgia depende do estágio da doença. O câncer de ovário é classificado em quatro estágios:

    • Estágio 1 – Câncer restrito a um ou aos dois ovários
    • Estágio 2 – Disseminação para o útero e/ou as trompas uterinas
    • Estágio 3 – Disseminação para a parede abdominal e para os linfonodos vizinhos (é o estágio mais frequente no momento do diagnóstico)
    • Estágio 4 – Disseminação para órgãos além do abdome

    O tratamento subsequente envolve quimioterapia, às vezes radioterapia e monitoração de marcadores para avaliar a resposta e detectar recidivas. Os marcadores mais usados são: CA-125, alfa-fetoproteína e gonadotrofina coriônica

Fontes do Artigo

Fontes usadas na revisão atual

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Sources Used in Previous Reviews

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