Também conhecido como
Peptídeo C da insulina
Peptídeo C da pró-insulina
Nome formal
Peptídeo C
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 31 de Janeiro de 2020.
De relance
Por que fazer este exame?

Para monitorar a produção de insulina pelas células beta do pâncreas e ajudar a determinar a causa de hipoglicemia.

Quando fazer este exame?

Para determinar a produção da insulina em um paciente com diabetes. Para verificar a hora de suplementar a medicação oral com injeções de insulina ou com uma bomba de insulina. Quando o médico suspeita de resistência à insulina. Quando o paciente tem hipoglicemia.

Amostra:

Uma amostra de sangue obtida de uma veia do braço e, algumas vezes, urina de 24 horas

É necessária alguma preparação?

Pergunte a seu médico se é necessário jejum antes de colher o sangue.

O que está sendo pesquisado?

Esse exame mede a quantidade de peptídeo C em uma amostra de sangue ou de urina. O peptídio C é uma subtância (uma cadeia curta de aminoácidos) produzida quando a pró-insulina, uma molécula inativa, se divide para formar duas moléculas. Uma é o peptídeo C e a outra é a insulina. O peptídio C é produzido na mesma velocidade que a insulina, o que o torna um marcador útil da produção de insulina.

A insulina é vital para o transporte de glicose para dentro das células do corpo, e sua necessidade é contínua. Ela é produzida e armazenada nas células beta do pâncreas. Quando há necessidade de insulina, ela é liberada pelas células beta na corrente sanguínea, em resposta a aumento dos níveis de glicose no sangue. Sempre que há liberação de insulina é também liberada uma quantidade igual de peptídio C.

O peptídio C pode ser usado para avaliar a produção de insulina pelo corpo (endógena), diferenciando-a da insulina injetada como medicamento (exógena), que não gera peptídio C.

Como a amostra é obtida para o exame?

Uma amostra de sangue é colhida inserindo uma agulha em uma veia do braço. Se for necessária uma amostra de urina de 24 horas, a pessoa deve recolher toda a urina emitida durante 24 horas.

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Em geral, é necessário jejum durante 8 a 10 horas antes da colheita de sangue
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Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    O peptídeo C é usado para monitorar a produção de insulina e para ajudar a determinar a causa de níveis baixos de glicose no sangue (hipoglicemia). O exame não é pedido para diagnosticar diabetes mas, quando uma pessoa tem um diagnóstico recente de diabetes, ele pode ser pedido isolado ou com a dosagem de insulina para determinar a quantidade de insulina que o pâncreas da pessoa ainda produz.

    O diabetes do tipo 1 é um processo autoimune que, com freqüência, começa na infância e envolve, com o tempo, a destruição quase completa das células beta. Com a evolução, pouca ou nenhuma insulina é produzida, causando uma dependência completa de insulina exógena.

    No diabetes do tipo 2resistência à insulina e um aumento compensador da produção e da liberação de insulina, que pode causar lesão das células beta. Diabéticos do tipo 2 em geral são tratados com medicamentos orais que estimulam a produção de insulina e/ou tornam as células mais sensíveis à insulina. Com o progresso da lesão das células beta, diabéticos do tipo 2 podem produzir muito pouca insulina e precisar de injeções. A produção de insulina endógena se reflete no nível de peptídeo C. Assim, esse exame pode ser usado para monitorar a atividade das células beta e pode ajudar o médico a determinar quando o tratamento com insulina deve ser iniciado.

    Pacientes em tratamento com insulina podem formar anticorpos contra insulina de qualquer origem. Esses anticorpos interferem na medida da insulina, tornando impossível a avaliação direta da produção de insulina endógena. Nesses casos, a medida do peptídeo C é uma alternativa útil para avaliar a insulina endógena.

    Medidas do peptídeo C podem ser usadas também com medidas dos níveis de insulina e de glicose para determinar a causa de hipoglicemia e monitorar seu tratamento. Sintomas de hipoglicemia podem ser causados por suplementação excessiva de insulina, consumo de álcool, deficiências hereditárias de enzimas hepáticas, doenças hepáticas ou renais, ou por insulinomas. Estes são tumores das células das ilhotas do pâncreas que produzem quantidades não controladas de insulina e de peptídeo C, causando episódios agudos de hipoglicemia. Podem ser pedidas dosagens periódicas do peptídeo C para monitorar a eficácia do tratamento do insulinoma e para detectar recidivas.

    Algumas vezes, a dosagem do peptídeo C pode ser usada para avaliar pessoas com síndrome metabólica, um conjunto de fatores de risco que inclui obesidade abdominal, aumento da glicemia e/ou resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão arterial.

  • Quando o exame é pedido?

    Os níveis de peptídeo C podem ser pedidos quando uma pessoa tem um diagnóstico recente de diabetes do tipo 1, como parte da avaliação da função residual das células beta. No diabetes do tipo 2, o exame pode ser pedido quando o médico quer monitorar o estado das células beta e a produção de insulina, para determinar quando são necessárias injeções de insulina.

    Os níveis de peptídeo C podem ser pedidos quando há hipoglicemia aguda ou recorrente. Os sintomas incluem:

    • Sudorese
    • Palpitações
    • Fome
    • Confusão
    • Visão embaçada
    • Desmaios
    • Em casos graves, convulsões e perda de consciência

    Entretanto, esses sintomas podem ocorrem em outros estados clínicos.

    A medida do peptídeo C pode ser usada para distinguir entre produção excessiva e administração excessiva de insulina, e para diagnosticar insulinoma. Quando a pessoa tem um diagnóstico de insulinoma podem ser pedidas medidas periódicas do peptídeo C para monitorar a eficácia do tratamento e para detectar recidivas.

    Quando uma pessoa tem o pâncreas removido ou quando recebe um transplante de células de ilhotas na tentativa de restaurar a capacidade de produção de insulina, raramente os níveis de peptídeo C podem ser monitorados para verificar a eficácia do procedimento.

  • O que significa o resultado do exame?

    Níveis altos de peptídeo C em geral indicam grande produção de insulina endógena, que pode ser devido a elevação da glicemia causada por ingestão de glicose e/ou resistência à insulina. São encontrados também níveis altos de peptídeo C com insulinomas e podem ocorrer com hipocalemia, gravidez, síndrome de Cushing e insuficiência renal

    Níveis baixos de peptídeo C em pessoas com insulinomas indicam resposta ao tratamento; níveis crescentes podem indicar recorrência do tumor.

    Níveis baixos de peptídeo C estão associados a baixa produção de insulina. Isso pode ocorrer devido a produção insuficiente pelas células beta ou a supressão da produção por insulina exógena ou substâncias usadas em testes de supressão, como a somatostatina.

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    A dosagem de peptídeo C não é de uso universal, e pode não ser feita em qualquer laboratório. Se estiver prevista uma série de dosagens, elas devem ser feitas no mesmo laboratório usando o mesmo método.

    Embora o peptídeo C seja produzido na mesma velocidade que a insulina, sua eliminação é diferente. A insulina é processada e eliminada principalmente no fígado, e o peptídeo C é removido pelos rins. Como a meia-vida do peptídeo C é cerca de 30 minutos e a da insulina é 5 minutos, em geral há cerca de 5 vezes mais peptídeo C que insulina no sangue. 

  • Posso medir o peptídeo C em casa do mesmo modo que verifico minha glicemia?

    Não. A dosagem de peptídeo C exige equipamento e treinamento especiais.

  • Se eu precisar usar uma bomba de insulina, devo dosar o peptídeo C?

    Bombas de insulina em geral são recomendadas para pacientes que não produzem insulina suficiente. Algumas vezes, a dosagem de peptídeo C é pedida durante uma avaliação inicial para verificar o estado das células beta e a produção residual de insulina.

  • Para que mais o peptídeo C é usado?

    Pesquisadores estão começando a compreender melhor o papel do peptídeo C no corpo. Na Europa, são feitos estudos clínicos sobre o uso do peptídeo C no tratamento do diabetes do tipo 1. Os resultados são promissores e mostram diminuição de complicações do diabetes, com melhora da função renal, do fluxo sanguíneo e da função dos nervos. Entretanto, são necessários mais estudos.

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