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Este artigo foi modificado pela última vez em 29 de Novembro de 2019.
Resumo

Angina de peito, ou angina pectoris, é uma dor torácica causada por um suprimento insuficiente de sangue e de oxigênio para o coração. Mais de 9 milhões de pessoas nos EUA têm angina pectoris. Ela está associada ao estreitamento das artérias que ocorre na doença arterial coronariana. Esse estreitamento é causado por aterosclerose. O coração do paciente com angina pectoris pode receber sangue suficiente para as atividades diárias, mas não quando aumenta a necessidade de oxigênio durante exercício, estresse emocional ou físico, ou extremos de temperatura.

A angina pectoris pode ocorrer e desaparecer, ou não, quando o paciente está em repouso. Entre os sintomas estão dor, desconforto ou pressão no tórax, ou sentir dor referida no ombro ou braço esquerdos, nas costas ou na mandíbula. É possível que a angina pectoris seja difícil de identificar em alguns pacientes idosos que sentem dor abdominal após as refeições (devido ao aumento da necessidade de sangue para a digestão) ou dor nas costas ou no ombro (que pode ser interpretada como artrite). A atividade necessária para desencadear um episódio de angina varia entre pessoas e entre episódios na mesma pessoa. Como a doença arterial coronariana tende a ser progressiva, é possível que a angina piore com o tempo, passe a apresentar sintomas mais intensos ou mais frequentes, ou diminua a resposta ao repouso ou tratamento.

Há três tipos de angina:

  • A estável se caracteriza por padrões previsíveis de sintomas que ocorrem durante exercício ou estresse. A dor em geral é aliviada com repouso ou tratamento com nitroglicerina ou outros medicamentos adequados. Muitos pacientes com esse tipo de angina têm uma vida relativamente normal durante muitos anos, mas alguns progridem para angina instável.
  • A instável, uma das síndromes coronarianas agudas mais frequentes, ocorre em repouso e/ou não responde ao tratamento. Em geral, é um sinal de piora do paciente. A dor pode ser mais intensa e mais prolongada que a dor da angina estável. Pessoas com angina instável têm um risco maior de infarto do miocárdio e de arritmia ou parada cardíaca, e devem ser tratadas imediatamente. A angina instável pode ser o primeiro sintoma de alguns pacientes.
  • A angina variante (ou angina de Prinzmetal) quase sempre ocorre em repouso, em geral à noite. É causada por um espasmo de uma artéria coronária. Muitas pessoas com esse tipo de angina têm aterosclerose grave em pelo menos uma artéria coronária importante. A angina variante pode ser observada, com menor frequência, em pacientes com doença valvar cardíaca ou com hipertensão arterial não controlada, e após o uso de cocaína ou de metanfetaminas.

 

 


 

 

 

 

 

 

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Sobre Angina Pectoris
  • Exames

    O objetivo dos exames para angina é distinguir dor torácica não relacionada com o coração (como dor devida a lesão muscular esquelética), angina tratável (sem lesão cardíaca) e infarto do miocárdio. Quando um paciente se apresenta no setor de emergência com uma síndrome coronariana aguda – um grupo de sintomas sugestivos de lesão cardíaca, é avaliado com diversos exames laboratoriais e não laboratoriais, usados para determinar a causa da dor e a gravidade da situação. É necessário um diagnóstico rápido e preciso porque o tratamento do infarto do miocárdio deve ser feito o mais cedo possível para diminuir a lesão cardíaca.

    Exames laboratoriais
    Marcadores cardíacos são proteínas liberadas no sangue quando há lesão das células cardíacas, e são usados para distinguir angina de infarto do miocárdio. Incluem:

    • Troponina - É o marcador mais usado e mais específico para lesão cardíaca. Os valores aumentam algumas horas após a lesão cardíaca e ficam elevados durante até duas semanas.
    • CK-MB - Uma forma da enzima creatina quinase encontrada principalmente no músculo cardíaco, que se eleva no sangue quando há lesão cardíaca.
    • Mioglobina – Proteína liberada no sangue quando há lesão do músculo cardíaco ou de um músculo esquelético.
    • Albumina modificada por isquemia (IMA) – Marcador cardíaco ainda não usado amplamente, que parece ajudar a excluir isquemia em pacientes com dor torácica. Pode ser pedida com troponina e eletrocardiograma, ou depois.
    • Peptídeo natriurético cerebral – Liberado como uma resposta a insuficiência cardíaca. Níveis elevados não são diagnósticos de infarto, mas indicam problemas cardíacos em pessoas com síndrome coronariana aguda.

    Um ou mais desses exames são realizados no setor de emergência quando uma pessoa se apresenta com angina instável e uma ou duas vezes nas 12 a 16 horas seguintes. Se estiverem normais, é improvável que tenha havido lesão cardíaca, e há maior possibilidade de que a dor seja devida a angina estável.

    Podem ser pedidos outros exames mais gerais para avaliar outros órgãos, o equilíbrio eletrolítico, a glicemia e as células do sangue, para detectar excessos, deficiências ou disfunções que estejam aumentando os sintomas do paciente.

    Avaliações não laboratoriais

    Dados não laboratoriais usados para avaliar dor torácica incluem:

    • História clínica, incluindo fatores de risco como idade, doença arterial coronariana, diabetes e fumo.
    • Exame físico.
    • Eletrocardiograma - Exame que avalia a atividade elétrica e o ritmo do coração.
    • Eletrocardiograma continuo – Um monitor mostra o eletrocardiograma do paciente durante algum tempo.

    Com base nos achados desses exames, outros procedimentos podem ser necessários, como:

    • Prova de esforço.
    • Radiografia de tórax.
    • Cintilografia cardíaca – Um composto radioativo é injetado no sangue para avaliar o fluxo sanguíneo e vasos estreitados em imagens do coração.
    • Ecocardiograma – Imagens do coração usando ultrassom.
    • Cateterismo cardíaco – Um tubo flexível é inserido em uma artéria da perna até o coração, para avaliar as pressões e os fluxos do coração e das artérias coronárias.
    • Angiografia coronariana – Radiografias das artérias coronárias usando um contraste radiopaco. É feita durante o cateterismo cardíaco.
  • Tratamento

    Os tratamentos da angina pectoris incluem alterações do estilo de vida, medicamentos e, quando necessário, cirurgia. As alterações do estilo de vida têm o objetivo de reduzir fatores de risco, retardar a doença arterial coronariana e prevenir e controlar as crises de angina. Incluem controle da pressão arterial, redução de níveis elevados de colesterol, exercícios sob supervisão médica, perda de excesso de peso e suspensão do fumo. Em pacientes com angina estável, pode ser útil acompanhar os padrões e os fatores que desencadearam as crises. Em algumas pessoas, é possível reduzir a frequência das crises evitando estresse, alterações bruscas de atividade ou de temperatura e refeições pesadas.

    Novos medicamentos, procedimentos e orientações para lidar com a angina pectoris estão sendo avaliados todo o tempo. Pessoas com angina devem consultar o médico sobre as melhoras opções de tratamento para elas.

Fontes do Artigo

Fontes usadas na revisão atual
American Heart Association: Heart Attack and Angina Statistics. Available online at http://www.americanheart.org/presenter.jhtml?identifier=4591 through http://www.americanheart.org. Accessed September 5, 2008.

Fontes usadas em revisões anteriores
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