Também conhecido como
Anti-Beta-2 Glicoproteína I
Nome formal
Anticorpo anti-Beta-2 Glicoproteína I
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 26 de Junho de 2023.
De relance
Por que fazer este exame?

Para ajudar a diagnosticar a síndrome anticorpo-antifosfolípide (SAAF); para ajudar a diagnosticar a causa de uma trombose inexplicada; para ajudar a determinar a causa de abortos recorrentes em mulheres. 

Quando fazer este exame?

Quando você tem sinais e sintomas de SAAF e/ou teve um ou mais episódios inexplicados de trombose em uma veia ou artéria; quando você teve mais de um aborto espontâneo, especialmente no segundo e terceiro trimestres de gravidez. 

Amostra

Uma amostra de sangue é retirada de uma veia do braço. 

 

É necessária alguma preparação?

Não. 

O que está sendo pesquisado?

O anti-beta-2 glicoproteína 1 é um autoanticorpo que está associado à coagulação sanguínea inadequada. Este teste detecta e mede os anticorpos beta-2 glicoproteína 1 no sangue.

O anti-beta-2 glicoproteína 1 é considerado um dos autoanticorpos primários chamados de anticorpos antifosfolípides, que atacam erroneamente as próprias proteínas lipídicas do corpo (fosfolipídios) encontradas na camada mais externa das células (membranas celulares) e plaquetas. Esse teste geralmente é solicitado juntamente com testes para outros anticorpos antifosfolípides, incluindo anticorpo anticardiolipina e anticoagulante lúpico.

Os anticorpos antifosfolípides interferem no processo de coagulação sanguínea do corpo de uma forma que ainda não é totalmente compreendida, levando ao aumento do o risco de tromboses venosas e arteriais. Estes autoanticorpos se desenvolvem com mais frequência em pessoas com uma doença autoimune chamada síndrome anticorpo-antifosfolípide (SAAF). Esta síndrome está associada a episódios trombóticos recorrentes, além de baixa contagem de plaquetas (trombocitopenia) ou a complicações na gravidez, como pré-eclâmpsia e abortos recorrentes, especialmente no segundo e terceiro trimestres.

Além disso, algumas pessoas com doenças autoimunes como lúpus (lúpus eritematoso sistêmico, LES), podem começar a produzir um ou mais desses autoanticorpos, o que pode colocá-las em risco de também formar trombos na corrente sanguínea e, consequentemente, de apresentar tromboses. 

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Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    Os anti-beta-2 glicoproteína 1 é usado principalmente junto com a dosagem de anticorpo anti-cardiolipina e o anticoagulante lúpico para ajudar a diagnosticar:

    • Síndrome anticorpo-antifosfolípide (SAAF); 
    • A causa de uma trombose inexplicada; 
    • A causa de abortos recorrentes em mulheres;
    • Às vezes, o teste pode ser usado para determinar se você desenvolveu esses autoanticorpos se tiver outro distúrbio autoimune, como lúpus.

    Os exames laboratoriais podem detectar três classes diferentes desses autoanticorpos: IgG, IgM e IgA. Se os testes iniciais de anticorpos antifosfolípides para as classes IgG e IgM forem negativos, mas ainda houver forte suspeita de SAAF, então a classe IgA desses anticorpos pode ser testada, juntamente com outros anticorpos antifosfolípides menos comuns, como antifosfatidilserina e antiprotrombina.

    No entanto, o valor do teste para a classe IgA de anticorpos antifosfolípides permanece controverso. De acordo com a declaração de consenso internacional sobre SAAF, a presença da classe IgA (anticorpos anticardiolipina ou anti-beta-2 glicoproteína 1) não preenche os critérios laboratoriais para o diagnóstico de SAAF.

  • Quando o exame é pedido?

    Este exame pode ser solicitado quando você tiver sinais e sintomas de coagulação excessiva ou de síndrome anticorpo-antifosfolipíde (SAAF), como:

    • Trombose venosa profunda (TVP) ou tromboembolismo pulmonar (TEP); 
    • Acidente vascular cerebral (AVC) ou ataques isquêmicos transitórios (também conhecidos como AIT); 
    • Abortos repetidos ou complicações na gravidez, como pré-eclâmpsia

    Este exame também pode ser feito em algum momento quando você foi diagnosticado com um distúrbio autoimune e seu médico deseja determinar se você desenvolveu o autoanticorpo.

  • O que significa o resultado do exame?

    Seu médico irá considerar os resultados de seus testes juntamente com outros fatores, como histórico médico, exame físico e sinais e sintomas.

    Um teste de anti-beta-2 glicoproteína 1 positivo pode indicar que você tem síndrome anticorpo-antifosfolipíde (SAAF). Se o teste for positivo, será repetido cerca de 12 semanas depois para determinar se o resultado é persistente ou temporário.

    Atualmente, os profissionais de saúde diagnosticam a SAAF com base nos achados clínicos e na presença persistente de um ou mais anticorpos antifosfolípides. Um quadro clínico compatível, associado a um alto nível de anticorpo anti-beta-2 glicoproteína 1 que é testado e confirmado como positivo 12 semanas depois significa que é provável que você tenha SAAF. Isso é especialmente verdadeiro se outros testes de anticorpos antifosfolípides forem positivos.

    Se você for negativo para anticorpos anti-beta-2 glicoproteína 1, mas positivo para outros anticorpos antifosfolípides e tiver sinais e sintomas, provavelmente você tem SAAF. Se o teste for fraco a moderado positivo para anticorpos anti-beta-2 glicoproteína 1 e fracamente positivo ou negativo para outros anticorpos antifosfolípides, isso significa que o anticorpo pode ser devido a uma condição diferente da SAAF. Se o teste repetido for negativo, é provável que os anticorpos sejam temporários. Esses autoanticorpos podem ser encontrados temporariamente em pessoas com infecções agudas, HIV/AIDS, alguns tipos de câncer ou em uso de medicamentos como fenitoína, penicilina e procainamida.

    Se você tem um distúrbio autoimune, como lúpus, e teste positivo para anticorpos anti-beta-2 glicoproteína 1, pode ter um risco aumentado de desenvolver tromboses. Um ou mais anticorpos antifosfolípides podem estar presentes em uma variedade de distúrbios autoimunes. Uma pessoa também pode ter distúrbios autoimunes coexistentes, como SAAF e lúpus.

    Se você tiver um distúrbio autoimune e testar negativo para anticorpos antifosfolípides, o teste pode ser repetido posteriormente para determinar se você começou a produzi-los, porque eles podem se desenvolver a qualquer momento no curso da doença.

  • A presença de anticorpos antifosfolípides significa que eu com certeza apresentarei episódios de trombose?

    Não necessariamente. Os anticorpos aumentam o risco de formação de trombos, mas isso não determina que você terá trombose. Caso você desenvolva uma trombose, a presença dos anticorpos não pode prever a frequência ou a gravidade do quadro. 

  • Devo sempre informar o profissional de saúde que tenho Anticorpos ntifosfolípides?

    Sim, esta é uma parte importante do seu histórico médico. Seu médico precisa dessas informações, mesmo que você não tenha sintomas, a fim de adaptar quaisquer procedimentos ou planos de tratamento médico em torno desse fator de risco.

Referências

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