Na triagem de gestantes e recém-nascidos para diversas infecções capazes de causar malformações congênitas.
TORCH
Se a mãe foi exposta a determinadas doenças infecciosas ou adoeceu durante a gravidez, ou quando um bebê nasce com anomalias congênitas que possam ter sido causadas por uma das infecções incluídas no painel.
Coleta-se uma amostra de sangue da veia do braço da gestante ou procede-se ao teste do pezinho (triagem neonatal) na criança em fase de amamentação.
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Como o exame é usado?
O teste TORCH é usado para rastreamento de gestantes e recém-nascidos quando se pesquisa a presença de anticorpos para as doenças infecciosas incluídas no painel, caso a mãe ou o bebê apresentem sintomas. O exame pode determinar se o indivíduo teve infecção recente, passada ou nunca foi exposto ao vírus.
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Quando o exame é pedido?
O teste é solicitado quando há suspeita de que a gestante seja portadora de qualquer uma das infecções contidas no TORCH. Estas podem ser graves quando ocorrem durante a gravidez, porque podem atravessar a placenta, passar da mãe para o feto em desenvolvimento e causar malformações congênitas.
A rubéola nas primeiras 16 semanas de gravidez representa um grande risco para o feto. Quando a gestante apresenta exantema ou outros sintomas de rubéola, é necessário realizar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico. O médico não pode afirmar que alguém está com rubéola apenas pelo aspecto clinico, uma vez que há outras infecções semelhantes. As mulheres com toxoplasmose ou infectadas por CMV podem apresentar sintomas de gripe com diagnóstico diferencial difícil em relação a outras doenças. Os testes para anticorpos ajudam o médico a diagnosticar infecções prejudiciais ao feto.
O exame deve ser solicitado para a criança quando o bebê revelar qualquer sinal sugestivo dessas infecções, tais como:
- Tamanho excepcionalmente menor que o esperado para a idade da gestação.
- Surdez.
- Retardo mental.
- Convulsão.
- Malformação cardíaca.
- Catarata.
- Aumento do fígado ou do baço.
- Redução na contagem de plaquetas ou
- Icterícia.
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O que significa o resultado do exame?
O resultado é liberado como positivo ou negativo indicando presença ou ausência de anticorpos IgG e IgM para cada agente infeccioso. A presença de IgM no recém-nascido indica grande probabilidade de infecção por aquele micro-organismo. Anticorpos IgM maternos não atravessam a placenta. Por isso, a presença desse tipo de anticorpo sugere que há infecção ativa no bebê. A presença de IgG ou a ausência de IgM no recém-nascido pode significar que houve transferência de anticorpos da mãe para o feto e não indica infecção ativa no bebê.
De forma semelhante, a presença de anticorpo IgM na gestante sugere infecção recente por aquele vírus ou parasita. Devem ser realizados outros exames complementares para confirmar esse resultado, uma vez que o anticorpo IgM pode estar presente por outros motivos. A presença de IgG na gestante pode ser sinal de infecção anterior por um desses agentes infecciosos. Testando-se uma nova amostra de sangue duas semanas mais tarde, é possível comparar as titulações dos anticorpos. Se houver aumento do anticorpo IgG na segunda amostra, provavelmente a gestante apresenta infecção recente pelo agente testado.
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Há mais alguma coisa que eu devo saber?
O uso do perfil TORCH para diagnóstico dessas infecções está se tornando menos comum uma vez que já existem exames mais específicos e sensíveis. O diagnóstico com base na presença de anticorpos pode ser demorado porque há necessidade de esperar alguns dias ou semanas para que sejam produzidos. Com a detecção de antígenos ou com o crescimento do micro-organismo em meio de cultura obtém-se mais cedo os resultados do processo de infecção. Portanto, esses exames são mais específicos.
Outros exames para doenças infecciosas são frequentemente realizados para rastreamento de gestantes e recém-nascidos, como sífilis, hepatite B, vírus da imunodeficiência em humanos (HIV), enterovírus, vírus de Epstein-Barr, vírus varicela-zoster e parvovírus humano. Para mais informações, consulte Gravidez e Exames de rastreamento para recém-natos: Doenças Infecciosas.
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Se meu exame der positivo para anticorpos, isso significa que estou infectada?
Um exame positivo para anticorpo IgG significa que você foi infectada por aquele agente recentemente ou anteriormente. Se a amostra de sangue foi colhida próximo do início dos sintomas da doença, o resultado positivo para IgG provavelmente significa que a exposição ocorreu mais de um mês antes da doença atual. Comparando a quantidade de anticorpos presentes em duas amostras de sangue obtidas com duas a três semanas de intervalo, o médico pode dizer se os níveis de IgG estão aumentando (o que acontece na infecção recente) ou se estão estáveis (o que ocorre quando em infecção no passado). A interpretação do exame de anticorpos IgM é mais complicada porque podem ocorrer resultados falso-positivos. Todos os resultados positivos devem ser confirmados por exames mais específicos antes que se possa considerar válido o diagnóstico. Se o médico suspeitar que você ou seu filho recém-nascido apresentam uma dessas infecções, mesmo com resultados negativos, não está afastada a possibilidade de doença e há indicação para realizar outros exames para a infecção que se suspeita.
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Que tipo de exame é usado para confirmar a infecção por esses micro-organismos?
Para o diagnóstico de uma infecção ativa por um dos patógenos incluídos no TORCH, há necessidade de exames confirmatórios mais específicos. Em um bebê, o exame do líquido cefalorraquidiano (faz-se por punção na região lombar) frequentemente é usado para confirmar herpes e rubéola. Pode ser solicitada cultura de urina para citomegalovirus. Lesões cutâneas podem ser raspadas e submetidas à cultura para vírus herpes simples Para o diagnóstico de toxoplasmose na gestante ou no bebê, é possível ser necessário obter outras amostras de sangue, que serão enviadas a um laboratório de referência, especializado nesse exame.