Também conhecido como
Identificação de Autoanticorpo
Identificação de Anticorpo, GV
ID Ac GV
Nome formal
Identificação de Anticorpos Anti-Hemácias
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 04 de Outubro de 2017.
De relance
Por que fazer este exame?

Para identificar um anticorpo específico detectado pelo exame de antiglobulina direto (TAD) ou triagem de anticorpo anti GV. Para auxiliar na identificação da causa de uma reação transfusional, doença hemolítica do recém-nascido (DHRN) ou anemia hemolítica.

Quando fazer este exame?

Quando a triagem para anticorpos anti TAI ou GV for positiva. Quando há suspeita de reação transfusional ou quando o recém-nascido apresenta doença hemolítica do recém-nascido (DHRN).

Amostra:

Uma amostra de sangue é coletada de uma veia do braço.

É necessária alguma preparação?

Nenhuma preparação é necessária.

O que está sendo pesquisado?

Os anticorpos antiglóbulos vermelhos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico do organismo contra hemácias (glóbulos vermelhos) "estranhas" (GVs). Este exame identifica os anticorpos contra glóbulos vermelhos (GV) específicos existentes no sangue de um indivíduo que apresentou exame de triagem para anticorpos anti GV positivo (triagem de anticorpo anti GV ou exame de antiglobulina direto, TAD).

Cada indivíduo herda uma combinação específica de antígenos para GV, estrutura encontrada na superfície das células, incluindo aquelas associadas aos grupos sanguíneos maior tipos A, B, AB e O. Normalmente, os indivíduos só produzirão anticorpos contra os antígenos "estranhos" que não são encontrados em suas próprias células. Naturalmente, todos as pessoas produzem anticorpos contra os antígenos A e/ou B que não são encontrados em seus próprios GVs. Por exemplo, quem tem o tipo sanguíneo A, apresentará anticorpos antiantígeno B no sangue.

Outro antígeno GV importante é o Rh, denominado antígeno D. As pessoas podem apresentar o antígeno D em seus GVs (Rh-positivo) ou não apresentá-lo (Rh-negativo). Os anticorpos para o antígeno D não são de ocorrência natural. O indivíduo que é Rh-negativo produz anticorpos apenas após ser exposto aos GVs de outra pessoa que tem o antígeno D. Por exemplo, uma gestante exposta aos GVs do bebê durante a gravidez ou durante uma transfusão sanguínea.

O sangue usado na transfusão deve ser compatível ao tipo ABO e Rh sanguíneo do receptor, pois os anticorpos ABO e Rh presentes no sangue do receptor têm o potencial de destruir rapidamente os GVs transfundidos (hemólise), e causar complicações graves. Anticorpos para o grupo sanguíneo maior são rotineiramente identificados em exames de tipagem sanguínea, e o sangue para transfusão é combinado com o tipo ABO e Rh sanguíneo do receptor (para mais informações, veja Tipagem Sanguínea e Banco de Sangue.)

Além desses antígenos para os grupos sanguíneos ABO e Rh, existem muitos outros antígenos como os dos sistemas Kell, Kidd, Duffy e outros para Rh. Os anticorpos para esses antígenos não são produzidos naturalmente. O organismo os produz apenas após serem expostos a eles durante uma transfusão de sangue ou quando uma gestante é exposta às células do bebê durante a gravidez ou parto. Esses anticorpos podem ou não estar associados a reações adversas. A identificação dos tipos de anticorpos para GV específicos presentes no sangue do indivíduo pode ser importante para evitar essas reações.

Os exames de identificação de anticorpos que classificam os anticorpos contra os antígenos dos glóbulos vermelhos (GV) do sistema ABO são realizados quando a presença de um anticorpo é detectada por uma triagem de anticorpo positiva (TAD ou triagem para anticorpo anti GV). Esta triagem pode ser realizada como parte de uma "tipagem e triagem", que é solicitada em situações como:

  • Parte de exame pré-natal
  • Quando é solicitada transfusão sanguínea
  • Após suspeita de reação transfusional
  • Doença hemolítica do recém-nascido (DHRN)
  • Suspeita de anemia hemolítica autoimune (o organismo, de forma inadequada, produz anticorpos contra os antígenos de seus próprios glóbulos vermelhos)

Podem ocorrer complicações quando o indivíduo com anticorpos para GV for novamente exposto ao GV portador do antígeno "estranho", seja por transfusão sanguínea ou gravidez. Os anticorpos anti GV podem atacar os antígenos específicos dos glóbulos vermelhos estranhos e destruí-los. Dependendo do antígeno e anticorpo envolvidos e da quantidade de GVs acometida, a reação pode variar de leve a grave e ser potencialmente fatal. A combinação anticorpo/antígeno capaz de causar destruição de GV é chamada de clinicamente significativa. A reação pode ocorrer imediatamente, durante uma transfusão sanguínea, ou levar mais tempo, de um a vários dias após a transfusão. Quando os anticorpos se ligam aos antígenos, as hemácias podem ser destruídas (hemólise). Isto pode ocorrer no interior dos vasos sanguíneos, no fígado ou no baço. A hemólise pode provocar sintomas e sinais como febre, calafrios, náuseas, dor no flanco, baixa pressão arterial, hematúria e icterícia.

Como a amostra é obtida para o exame?

Uma amostra de sangue é coletada de uma veia do braço.

NOTA: Se exames médicos em você ou em alguém importante para você o deixam ansioso ou constrangido, ou se você tem dificuldade de lidar com eles, leia um ou mais dos seguintes artigos: Lidando com dor, desconforto ou ansiedade durante o exame, Conselhos sobre exames de sangue, Conselhos para ajudar crianças durante exames médicos, e Conselhos para ajudar idosos durante exames médicos.

Outro artigo, Siga essa amostra, fornece uma visão da coleta e do processamento de uma amostra de sangue e de uma amostra de cultura da garganta.

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Não é necessário preparo para o exame.

Accordion Title
Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    Os exames de identificação de anticorpos antiglóbulos vermelhos são usados como exames suplementares após o resultado positivo de triagem de anticorpo anti GV ou do exame de antiglobulina direto (TAD). O exame é realizado:

    • Em gestantes, durante cada gravidez, para determinar se a mãe desenvolveu anticorpos antiglóbulos vermelhos (GV).
    • Para confirmar a presença e determinar a causa de doença hemolítica do recém-nascido (DHRN).
    • Antes de transfusão de GV como parte de uma "tipagem e triagem" ou "tipagem e prova cruzada".
    • Na investigação de suspeita de reação transfusional.
    • Para ajudar a determinar se a anemia hemolítica foi provocada por um autoanticorpo contra próprias hemácias do indivíduo.

    Se anticorpos anti GV clinicamente significativos forem identificados durante a gravidez, a saúde do bebê deverá ser monitorada. Se os anticorpos irão afetar ou não a saúde do bebê, depende do anticorpo presente e do antígeno de GV que o feto herdou. Alguns anticorpos podem cruzar a placenta da mãe para o bebê e causar DHRN.

    O exame de identificação de anticorpos anti GV é usado para identificar o(s) anticorpo(s) específico(s) presente(s) e determinar se eles são clinicamente significativos. Por exemplo, se eles podem causar reação transfusional. Alguns anticorpos anti GV são conhecidos por provocarem reações moderadas a graves, enquanto outros, menos significativos, trazem resultados positivos, mas pouco ou nenhum sintoma ou complicação provocam no receptor da transfusão sanguínea ou no bebê.

    Nas transfusões sanguíneas, se forem identificados um ou mais anticorpos anti GV clinicamente significativos, só poderão ser usados sangue de doadores que não possuem antígenos de GV correspondentes. Quando o indivíduo apresenta alguma doença/estado clínico que requer transfusões constantes, ele é exposto a muitos antígenos estranhos de GV e pode desenvolver múltiplos anticorpos anti GV ao longo do tempo, tornando o processo de encontrar sangue compatível cada vez mais desafiador.

    Por vezes, o anticorpo anti GV pode estar presente em quantidades tão pequenas que não apresentam triagem positiva para anticorpo anti GV positiva durante o exame de compatibilidade sanguínea pré-transfusão. Uma vez que o indivíduo tenha desenvolvido anticorpos anti GV, ele deverá sempre ser combinado com sangue negativo para o antígeno, mesmo se o anticorpo não for mais detectável. A partir do momento que o sangue é dado ao receptor, ele pode renovar o desencadeamento, levando a rápida produção de anticorpos e provocando uma reação transfusional hemolítica tardia, muitos dias depois.

  • Quando o exame é pedido?

    O exame de identificação de anticorpos pode ser pedido quando a triagem do anticorpo anti GV ou TAD for positiva. O exame também pode ser realizado quando o indivíduo apresentar reação transfusional ou quando a mãe tiver um bebê com DHRN.

  • O que significa o resultado do exame?

    Os resultados da identificação dos anticorpos anti GV irão identificar o(s) anticorpo(s) específico(s) presente(s) no sangue do indivíduo examinado. Se o anticorpo identificado é considerado clinicamente significativo, será necessário levar em consideração cada transfusão e/ou gravidez. Se o anticorpo não for considerado clinicamente significativo, provavelmente não provocará reação transfusional ou a doença hemolítica do recém-nascido (DHRN). Nas transfusões sanguíneas não é necessário procurar por sangue compatível se o anticorpo identificado não for plausível de provocar reação transfusional (não é clinicamente significativo).

    Exemplos de anticorpos anti GV e seus significados clínicos são mostrados na tabela abaixo.

     

    Clinicamente significativo

    Algumas vezes clinicamente significativo

    Geralmente não significativo

    Considerado não significativo

    Rh (D, C, E, c, e)

    MNS (U, Vw, Mur)

    Lutheran (Lua, Lub)

    Chido/Rodgers (Cha, Rga)

    Kell (K, k, Ku)

    Vel

    Lewis (Lea, Leb)

    JMH

    Duffy (Fya, Fyb, Fy3)

    Ge

    MNS (M, N)

    Bg

    Kidd (Jka, Jkb, Jk3)

    Hy

     

    Csa

    Diego (Dia, Dib, Wra)

    Yta

    P1

    Xga

    MNS (S, s)

     

     

     

    A1

     

     

     

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    Alguns anticorpos anti GV são de ocorrência natural e não precisam de exposição inicial a um antígeno desencadeante específico. Entre eles estão os anticorpos que correspondem aos principais antígenos de glóbulos vermelhos A e B.

    Anticorpos anti GV não são os únicos que podem provocar reação transfusional. O sistema imunológico do receptor também pode reagir aos leucócitos e plaquetas de outra pessoa ou a fármacos que o doador pode ter tomado. Raramente os anticorpos no plasma de um sangue doador podem fixar os GVs do receptor, se forem transfundidos produtos com grandes quantidades de plasma.

    Alguns anticorpos anti GV podem não fixar um antígeno específico, mas reagir a uma ampla gama de diferentes tipos de antígenos de glóbulos vermelhos, incluindo os da própria pessoa. Estes tipos de anticorpos podem ocorrer em associação doenças autoimunes, linfomas e leucemia linfocítica crônica, certas infecções virais ou micoplasmáticas e alguns medicamentos.

    Um anticorpo anti GV pode ter sido perdido no exame de identificação de anticorpos, se o título do anticorpo for baixo ou se for produzido contra um antígeno raro. É por essa razão que a prova cruzada é um processo importante, mesmo em pacientes que não demonstram anticorpos. Ela avalia a compatibilidade entre os glóbulos vermelhos do doador e o soro do receptor para cada unidade de GVs transfundida (veja Banco de Sangue).

  • Todos os indivíduos devem realizar triagem de anticorpos anti GV?

    Não é necessário, a menos que a pessoa esteja grávida ou necessite de transfusão. A presença dos anticorpos anti GV não compromete a saúde de outra maneira. O médico pode pedir o exame em uma mulher depois da gravidez, principalmente se o bebê apresentou complicações, para determinar se haverá risco em uma gravidez futura. O médico também pode solicitar TAD e Triagem de anticorpos anti GV se há suspeita de hemólise ou anemia devido a autoanticorpos.

  • Os anticorpos anti GV desaparecem?

    Não. Os níveis sanguíneos podem cair, mas uma vez que o indivíduo desenvolveu esses anticorpos, as células que os mantêm no sangue e os níveis de anticorpos podem aumentar novamente se houver exposição ao mesmo antígeno de GV. O indivíduo deve, sempre, receber sangue negativo para os antígenos correspondentes aos anticorpos clinicamente significativos.

  • Os anticorpos anti GV comprometem a doação de sangue?

    Eles não comprometem a segurança do doador e não comprometerão o processo de transfusão de hemácias. No entanto, se o indivíduo apresentar anticorpos anti GV potentes no plasma, este plasma pode não ser aceito para transfusão.

Fontes do artigo

NOTA: Este artigo se baseia em pesquisas que incluíram as fontes citadas e a experiência coletiva de Lab Tests Online Conselho de Revisão Editorial. Este artigo é submetido a revisões periódicas do Conselho Editorial, e pode ser atualizado como resultado dessas revisões. Novas fontes citadas serão adicionadas à lista e distinguidas das fontes originais usadas.

 

Wu, A. (© 2006). Tietz Clinical Guide to Laboratory Tests, 4th Edition: Saunders Elsevier, St. Louis, MO. Pp 122-123.

Taylor, C. (2008 November 25). Immunological Complications of Blood Transfusion. Medscape Today from Transfusion Alternatives in Transfusion Medicine [On-line information]. Available online at http://www.medscape.com/viewarticle/583195 through http://www.medscape.com. Accessed June 2009.

Boucher, B. and Hannon, T. (2007 October 29). Blood Management: A Primer for Clinicians. Medscape Today from Pharmacotherapy [On-line information]. Available online at http://www.medscape.com/viewarticle/564606 through http://www.medscape.com. Accessed June 2009.

Dean, L. (2008 February 25). Blood Groups and Blood Cell Antigens. National Center for Biotechnology Information [On-line information]. Available online at http://www.ncbi.nlm.nih.gov/bookshelf/br.fcgi?book=rbcantigen through http://www.ncbi.nlm.nih.gov. Accessed June 2009.

Dugdale III, D. (Updated 2009 March 02). Transfusion Reaction - hemolytic. MedlinePlus Medical Encyclopedia [On-line information]. Available online at http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/article/001303.htm. Accessed June 2009.

(© 2006-2008). Transfusion, Compatibility Testing. ClinLab Navigator [On-line information]. Available online at http://www.clinlabnavigator.com/transfusion/compatibilitytesting.html through http://www.clinlabnavigator.com. Accessed June 2009.

(Revised 1999 January). The Use of Human Blood and Blood Components. American Red Cross, Education Circular of Information [On-line information]. Available online at http://chapters.redcross.org/ca/socal/research/circular.html through http://chapters.redcross.org. Accessed June 2009.