Também conhecido como
Mielograma
Nome formal
Aspirado de medula óssea; Biópsia de medula óssea
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 31 de Março de 2019.
De relance
Por que fazer este exame?

Para avaliar os tipos, a quantidade e a maturidade das células na medula óssea, para avaliar as estruturas intersticiais da medula óssea, algumas vezes para colher uma amostra para exames mais específicos.

Quando fazer este exame?

Quando um paciente está anêmico sem uma causa aparente ou tem um problema que pode estar afetando a produção de células do sangue. Algumas vezes, quando o médico está investigando uma febre de origem desconhecida ou quando o paciente está imunodeprimido.

Amostra:

Uma amostra de medula óssea colhida com maior frequência no ilíaco (osso da bacia), algumas vezes no manúbrio ou esterno (ossos do centro do tórax), ou na tíbia (em bebês, o osso da perna, "canela").

É necessária alguma preparação?

Nenhuma

O que está sendo pesquisado?

Aspirado e biópsia de medula óssea são procedimentos usados para colher e avaliar a medula óssea. Esta é um tecido mole e gorduroso encontrado dentro dos ossos centrais do corpo. Tem estrutura porosa, formada por uma rede fibrosa cheia de líquido que contêm células tronco, células do sangue em vários graus de maturação e elementos necessários para a produção de células do sangue, como ferro, vitamina B12 e folato. O aspirado de medula óssea colhe um líquido com células que podem ser avaliadas individualmente. A biópsia colhe um fragmento cilíndrico do osso que preserva a estrutura da medula óssea. Mostra a celularidade total e as relações entre as células da medula óssea e gordura e outros componentes.

A medula óssea produz hemácias, plaquetas e cinco tipos diferentes de leucócitos. O número produzido de cada célula depende do uso e da perda das células e da substituição contínua de células velhas. Por exemplo, as hemácias, que transportam oxigênio no corpo, têm uma vida normal de aproximadamente 120 dias. A medula óssea produz hemácias em um ritmo adequado para substituir as que são retiradas da circulação, mantendo um número constante no sangue. Sempre que o número de hemácias diminui, devido a sangramento ou hemólise, a medula aumenta a produção. Esse aumento persiste até que haja um número suficiente de hemácias em circulação ou até a capacidade máxima de produção da medula óssea ser atingida. Se a necessidade supera a capacidade de produção, um número maior de reticulócitos (hemácias imaturas) é liberado na circulação e o paciente torna-se anêmico, apresentando sintomas como palidez, fadiga e falta de ar, como consequência da diminuição de oxigênio no sangue.

Existem muitos distúrbios da medula óssea, como leucemias, deficiências de vitaminas e minerais, problemas hereditários e doenças como a anemia aplásica, que podem prejudicar a capacidade de produção adequada dos diferentes tipos de células do sangue e sua passagem para a circulação. Essas doenças podem afetar o número de células produzidas, a proporção entre elas ou suas funções. Alguns distúrbios podem causar deficiência de um ou mais tipos de células, e outros podem resultar em produção excessiva de um tipo ou de um clone específico, uma única célula que se reproduz sem controle.

Por exemplo, leucemia é uma neoplasia das células do sangue. Resulta da produção excessiva de um tipo de leucócito às custas de todos os outros tipos de células do sangue, e pode resultar em liberação de grandes quantidades de leucócitos imaturos na circulação. Esses leucócitos não combatem infecções, deixando o paciente vulnerável. Ocupam a medula óssea diminuindo a produção de hemácias, o que causa anemia, e de plaquetas, o que resulta em equimoses e facilidade de sangramento. Outros problemas, como deficiência de ferro, ou de vitamina B12 ou folato, provocam a formação de hemácias pequenas ou grandes, e com formas anormais, causando tipos específicos de anemias. Outro distúrbio, a mielofibrose, caracteriza-se por proliferação da rede fibrosa da medula óssea, alterando as contagens de células e gerando hemácias com formatos anormais.

O aspirado e a biópsia da medula óssea, como exames, incluem a colheita de amostras de medula óssea e sua avaliação ao microscópio. Especialistas, patologista clínico, anátomo-patologista ou hematologista, examinam lâminas com corte do material da biópsia ou com esfregaços do aspirado da medula. Examina-se número, tamanho e forma de cada tipo de célula e as proporções entre células maduras e imaturas. Com esse exame pode ser diagnosticada uma leucemia ou outra neoplasia invadindo a medula óssea. Também podem ser estabelecidos o tipo e a gravidade (estágio) da doença.

Dependendo da suspeita do médico, podem ser feitos outros exames no material da medula óssea, como o cultivo para pesquisar infecções por vírus, bactérias, ou fungos; uso de colorações especiais ou a determinação de marcadores antigênicos (imunofenotipagem) para classificar leucemias; e corantes especiais para pesquisar excesso de reservas de ferro na medula óssea. Algumas vezes ela é usada para pesquisar anormalidades cromossômicas.

Como a amostra é obtida para o exame?

Os procedimentos de aspirado ou biópsia de medula óssea são feitos por um médico. Os dois materiais são colhidos do osso ilíaco. Em adultos, também é obtido do esterno, e em bebês, as amostras são retiradas da tíbia.

O local mais comum de colheita é a crista ilíaca posterior. Antes do procedimento, são medidas a pressão arterial, a frequência cardíaca e a temperatura do paciente. Alguns pacientes tomam um sedativo suave. Ele é colocado de bruços ou de lado, e a parte inferior do corpo é coberta, deixando exposta apenas a área da colheita.

O local é limpo com antissépticos, como iodo, e é usado um anestésico local. Quando a anestesia está completa, o médico insere uma agulha através da pele até o interior do osso. Para o aspirado, o médico conecta uma seringa à agulha e puxa o êmbolo. Esse movimento cria vácuo, que suga um pequeno volume de líquido da medula óssea, usado para preparar esfregaços. Para a biópsia, o médico usa uma agulha especial que retira um cilindro de osso com a medula óssea contida nele.

Mesmo com a anestesia, durante esses procedimentos o paciente pode ter uma sensação desconfortável de pressão. Depois que a agulha é retirada, coloca-se um curativo estéril sobre o local. O paciente fica em repouso durante alguns minutos ou até normalizar o pulso e a pressão arterial, e é instruído para manter o curativo durante 48 horas.

NOTA: Se exames médicos em você ou em alguém importante para você o deixam ansioso ou constrangido, ou se você tem dificuldade de lidar com eles, leia um ou mais dos seguintes artigos: Lidando com dor, desconforto ou ansiedade durante o exame, Conselhos sobre exames de sangue, Conselhos para ajudar crianças durante exames médicos, e Conselhos para ajudar idosos durante exames médicos.

Outro artigo, Siga essa amostra, fornece uma visão da coleta e do processamento de uma amostra de sangue e de uma amostra de cultura da garganta.

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Nenhuma preparação é necessária.
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Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    O aspirado e a biópsia de medula óssea fornecem informações sobre o estado e a capacidade de produção de células do sangue. Não é um exame de rotina. Portanto, não será feito pela maioria das pessoas. Pode ser pedido para avaliar a produção de células do sangue, para o diagnóstico de leucemia e outros distúrbios da medula óssea, para diagnosticar e determinar o estágio de outros tipo de câncer invadindo a medula óssea e para determinar se uma anemia é ocorre devido à diminuição da produção de hemácias, por perda ou destruição excessiva de hemácias ou por deficiências de vitaminas ou minerais. Problemas na medula óssea podem afetar a quantidade, a proporção e a maturidade das células, e podem inteerferir na sua estrutura fibrosa.

    Quando o paciente tem febre de origem desconhecida pode ser avaliada e  cultivada uma amostra de medula óssea para pesquisar micro-organismos, como fungos ou bactérias, incluindo micobactérias causadoras da tuberculose. Podem ser realizados outros exames da medula óssea para pesquisar anormalidades cromossômicas ou distúrbios do armazenamento do ferro, que causam acúmulo desse metal na medula.

    O aspirado ou a biópsia de medula óssea podem ser feitos em pacientes com câncer para avaliar a resposta ao tratamento e determinar se a função inibida da medula voltou ao normal.

    Para avaliar a produção e o estado atual das células de sangue também são realizados com frequência hemograma e contagem de reticulócitos, juntamente com o aspirado e a biópsia de medula óssea.

  • Quando o exame é pedido?

    Um aspirado ou uma biópsia de medula óssea podem ser realizados como um procedimento diagnóstico quando há suspeita de:

    Também são pedidos para estadiamento de alguns tipos de câncer. O estadiamento é um exame cuidadoso e completo feito para determinar a extensão da doença e quias órgãos estão envolvidos. Podem incluir:

    • Linfomas de Hodgkin e não-Hodgkin
    • Carcinoma pulmonar de pequenas células (a medula óssea não é mais examinada com frequência)

    Também são feitas culturas em casos de:

    • Febre em pacientes com HIV/AIDS ou outros tipos de imunodeficiência
    • Quando há suspeita de infecções como brucelose ou febre tifoide

    Biópsias e aspirados de medula óssea podem ser pedidos em intervalos durante o tratamento de câncer, para avaliar a supressão e a recuperação da função da medula óssea.

  • O que significa o resultado do exame?

    Com um aspirado ou uma biópsia de medula óssea, o médico avalia o que há na medula para determinar se as células encontradas estão normais e presentes em quantidades típicas, para determinar se há células que não deveriam estar lá e para verificar o que está faltando.

    O treinamento e a especialização do patologista ou do hematologista que avalia amostras de medula óssea permitem que ele determine o que está acontecendo na medula. Na maioria dos casos, as informações obtidas permitem confirmar ou excluir o envolvimento da medula, mas também podem indicar a necessidade de outros exames. Por exemplo, se há diminuição do número de hemácias e aumento de reticulócitos no sangue e a medula mostra aumento da produção de hemácias, o médico sabe que essa produção na medula aumentou de acordo com as necessidades. O que ele não sabe é a razão do aumento da demanda, que pode ser uma perda aguda ou crônica de sangue, como em um sangramento gastrointestinal ou uma destruição excessiva de hemácias, como ocorre algumas vezes com válvulas cardíacas artificiais.

    Um paciente com número diminuído de hemácias, sem aumento da contagem de reticulócitos, pode ter anemia aplástica, com supressão da produção de hemácias pela medula óssea. Mas o exame não indica se isso ocorre por causa de um distúrbio da medula, de exposição à radiação ou a algumas substâncias, de câncer ou seu tratamento, ou é provocado por tuberculose.

    A presença de algumas células específicas caracteriza algumas doenças, como a de Gaucher ou a de Niemann-Pick.

    Pode haver massas de células formando tumores na medula óssea, como ocorre no mieloma múltiplo, e alterações da rede fibrosa que abriga a produção de células.

    Para chegar a um diagnóstico, o médico combina as informações da avaliação da medula e as dos exames clínico, de sangue e outros, como os de imagem. Esse processo pode ser simples ou não. O paciente deve participar, conversar com o médico antes e depois do exame da medula óssea e perguntar quais são suas suspeitas, que informações ele espera obter da avaliação e quais são os outros exames indicados.

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    São raras as complicações da aspiração ou biópsia de medula óssea, mas há casos de pacientes que apresentam sangramento excessivo ou infecção no local da colheita. É importante falar com o médico sobre alergias e medicamentos tomados antes do procedimento, e procurá-lo se ocorrer eritema (avermelhamento), dor ou sangramento persistentes no local da colheita, ou febre.

  • É necessário que eu durma para que sejam feitos o aspirado ou a biópsia?

    Em geral não é necessário. Pode ser dado um sedativo antes do procedimento.

  • Qual é a diferença entre o aspirado ou a biópsia de medula óssea e a colheita de medula óssea para transplante?

    O processo de colheita é semelhante, mas o doador de medula óssea é submetido a exames antes da colheita para garantir sua saúde e a compatibilidade da medula óssea com o receptor. Normalmente é aplicada anestesia geral no doador, por causa da quantidade maior de medula óssea que deve ser colhida em condições estéreis. A medula óssea colhida é então processada, filtrada e infundida no receptor por uma veia. As células tronco do doador percorrem a corrente sanguínea, se fixam na medula óssea e, se o procedimento for bem sucedido, começam a produzir hemácias, leucócitos e plaquetas.

Fontes do artigo

NOTA: Este artigo se baseia em pesquisas que incluíram as fontes citadas e a experiência coletiva de Lab Tests Online Conselho de Revisão Editorial. Este artigo é submetido a revisões periódicas do Conselho Editorial, e pode ser atualizado como resultado dessas revisões. Novas fontes citadas serão adicionadas à lista e distinguidas das fontes originais usadas.

 

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