Para determinar se o paciente apresenta deficiência de ácido fólico ou de vitamina B12, para ajudar a diagnosticar uma doença hereditária rara denominada homocistinúria; para determinar se há risco aumentado de infarto do miocárdio ou de AVC.
Homocisteína
Quando o médico suspeita de deficiência de vitamina B12 ou de ácido fólico ou suspeita que um lactente ou jovem possa ser portador de homocistinúria; quando um paciente sofreu infarto do miocárdio ou AVC e não apresenta os fatores de risco tradicionais, como parte da avaliação do risco cardíaco.
Amostra de sangue obtida de veia do braço; algumas vezes, amostra de urina, além do sangue.
O paciente pode ser orientado a manter jejum por 10 a 12 horas antes do exame.
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Como o exame é usado?
O médico pode pedir dosagem de homocisteína para verificar se o indivíduo apresenta deficiência de itamina B12 ou de ácido fólico. A concentração de homocisteína pode se elevar antes que os testes de B12 e ácido fólico tenham se alterado. O médico também pode solicitar dosagem de homocisteína em pacientes desnutridos, idosos, que absorvem menos vitamina B12 da alimentação e em usuários de drogas ou álcool.
O médico pode solicitar dosagem de homocisteína no sangue e na urina para ajudar no diagnóstico de homocistinúria se houver suspeita de que uma criança em fase de amamentação possa apresentar essa doença hereditária. Em alguns estados dos EUA, os bebês são testados para excesso de metionina como parte dos exames de triagem de recém-natos. Se o teste for positivo, são realizadas dosagens de homocisteína no sangue e na urina para confirmar o diagnóstico.
A dosagem de homocisteína também pode ser solicitada como parte dos exames de triagem em pessoas com alto risco de infarto do miocárdio ou de AVC. Pode ser útil em indivíduos com história familiar de doença arterial coronariana, mas nenhum outro fator de risco. Entretanto, sua utilidade nesse contexto continua a ser questionada porque não ainda foi estabelecida a participação da homocisteína, se houver, na evolução da doença cardiovascular (DCV). O exame de rotina, tal como o realizado para o colesterol total, ainda não é recomendado.
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Quando o exame é pedido?
Quando o médico suspeitar de deficiência de B12 ou de ácido fólico ou quando um bebê apresentar sinais ou sintomas que sugiram homocistinúria.
A dosagem de homocisteína também pode ser solicitada como parte da avaliação de risco cardíaco dependendo da idade do paciente e da existência de outros fatores de risco. O teste também pode ser pedido após infarto do miocárdio ou AVC, para direcionar o tratamento.
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O que significa o resultado do exame?
Em casos suspeitos de desnutrição ou de deficiência de B12 ou de ácido fólico, os níveis de homocisteína podem estar aumentados. Se a pessoa não absorve vitamina B12 em quantidades suficientes pela alimentação ou com uso de suplementos, seu organismo não será capaz de converter a homocisteína a formas que possam ser usadas por ele. Neste caso, podem aumentar os níveis de homocisteína no sangue.
Nos testes em recém-nascidos, concentrações muito elevadas de homocisteína na urina e no sangue significam que é provável que o bebê seja portador de homocistinúria e indicam a necessidade de investigar para confirmar a causa do aumento.
Trabalhos realizados entre 1995 e 1999 sugeriram que indivíduos com níveis aumentados de homocisteína teriam risco elevado de infarto do miocárdio ou de AVC, em comparação com aqueles que apresentavam níveis medianos. Atualmente, contudo, o uso da dosagem de homocisteína para avaliação de risco de doença cardiovascular (DCV), doença vascular periférica e AVC tem sido questionado porque, em vários ensaios realizados para investigar a suplementação de ácido fólico e vitamina B12, não foi encontrada uma relação entre níveis de homocisteína e taxa de sobrevida a infarto do miocárdio e a AVC.
A American Heart Association (AHA) reconhece que há evidências com força estatística relacionando níveis de homocisteína e taxas de sobrevida a infarto do miocárdio ou AVC, mas deixou de considerar que a elevação da homocisteína seria um fator de risco maior para doença cardiovascular. A obstrução de artéria coronária, que precede o infarto cardíaco, ocorre com frequência média dobrada em indivíduos com homocisteína nos níveis 25% superiores, em comparação com aqueles nos níveis 25% inferiores.
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Há mais alguma coisa que eu devo saber?
Quando os resultados dos testes realizados sugerem homocistinúria, há indicação para biópsia de fígado ou de pele a fim de determinar se está presente a enzima cistationina beta-sintase (CBS). A ausência dessa enzima é a causa mais comum de homocistinúria. Também podem ser solicitados testes genéticos para identificar uma ou mais das mutações mais comuns. Se o paciente possuir história familiar importante de aterosclerose precoce ou um familiar que tenha sido diagnosticado com homocistinúria, deverá ser testado para a mutação gênica que foi encontrada no membro da família.
Os níveis de homocisteína podem aumentar com a idade, em fumantes e com o uso de medicamentos como carbamazepina, metotrexato e fenitoína. Os níveis são mais baixos nas mulheres. A concentração de homocisteína aumenta após a menopausa possivelmente devido à redução na produção de estrógenos.
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Quais são as melhores fontes de ácido fólico e vitamina B12?
Grãos de cerais são as principais fontes de ácido fólico. Além disso, a Food and Drug Administration, dos EUA, determinou a adição de ácido fólico aos produtos em grão naquele país. As frutas e os vegetais contêm quantidades significativas de vitamina B6. A vitamina B12 pode ser encontrada em carnes vermelhas, aves, peixes e outros frutos do mar.
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Algum dos medicamentos que eu uso pode ter efeito sobre o nível de homocisteína?
Sim. Há diversos medicamentos que podem aumentar ou reduzir a quantidade de homocisteína no seu organismo. Avise seu médico sobre qualquer medicamento que esteja tomando, sejam eles tradicionais ou fitoterápicos, considerando que alguns podem alterar o resultado dos testes.