Também conhecido como
Anticorpos anti-EBV
Ac IgM anti-EBV anti-VCA
Ac IgG anti-EBV anti-VCA
Ac IgG anti-EBNA
Ac IgG anti-EA-D
Nome formal
Anticorpos antiantígenos do capsídeo viral do vírus Epstein-Barr, IgM, IgG; Anticorpos antiantígenos nucleares do vírus Epstein-Barr, IgG; Anticorpos antiantígeno precoce D vírus do Epstein-Barr, IgG; Anticorpos heterófilos
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 21 de Junho de 2019.
De relance
Por que fazer este exame?

Para auxiliar a diagnosticar mononucleose infecciosa (mono). Para diferenciar uma infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) de outra doença com sintomas similares. Para ajudar na avaliação da susceptibilidade para EBV.

Quando fazer este exame?

Quando o indivíduo apresenta sintomas de mono, mas o monoteste é negativo. Quando uma grávida apresenta sintomas de gripe. Raramente, quando um indivíduo assintomático entrou em contato com alguma pessoa com mono.

Amostra:

Uma amostra de sangue é retirada de uma veia do braço.

É necessária alguma preparação?

Nenhum preparo é necessário.

O que está sendo pesquisado?

O Epstein-Barr vírus (EBV) é um vírus que, normalmente, provoca uma doença leve a moderada. Esses testes detectam anticorpos contra o EBV no sangue e ajudam a estabelecer o diagnóstico de uma infecção por EBV.

O vírus Epstein-Barr provoca uma infecção que é muito comum. De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention - CDC), dos EUA, cerca de 95% das pessoas naquele país terão sido infectadas pelo EBV em algum momento de suas vidas. O vírus é facilmente transmitido de pessoa para pessoa. Está presente na saliva dos indivíduos infectados e pode ser transmitido através do contato íntimo, como beijo, ou no compartilhamento de talheres e copos.

Após a exposição inicial ao EBV há um período de algumas semanas, antes de aparecerem os sintomas associados, denominado período de incubação. Durante a infecção primária aguda, o vírus se multiplica. O seguimento se dá com a diminuição do número de vírus e a resolução dos sintomas, mas o EBV nunca desaparece completamente. O vírus latente permanece no organismo do indivíduo por toda a vida e pode se reativar. Geralmente, provoca poucos problemas, a menos que o sistema imunológico esteja muito debilitado.

A maioria das pessoas é infectada pelo EBV na infância e sente poucos sintomas ou nenhum. No entanto, quando a infecção inicial acontece na adolescência, ela pode provocar mononucleose infecciosa, conhecida como mono, uma doença/estado clínico associada à fadiga, febre, dor de garganta, linfonodos enfartados, aumento do baço e, por vezes, aumento do fígado. Estes sintomas ocorrem em cerca de 35% a 50% dos adolescentes e adultos jovens infectados e, normalmente, desaparecem em um ou dois meses.

Os indivíduos com mono são, normalmente, diagnosticados pelos sintomas e os resultados do hemograma completo (HC) e monoteste (que pesquisa por anticorpo heterófilo). Cerca de 10% a 20% das pessoas com mono não produzirão anticorpos heterófilos e apresentarão monoteste negativo. Isto ocorre principalmente nas crianças. Os testes para anticorpos anti-EBV podem ser utilizados para determinar se os sintomas dessas pessoas são ou não resultantes da infecção atual pelo vírus.

Muitas vezes é importante diferenciar o EBV de outras doenças. Por exemplo, diagnosticar as causas dos sintomas em uma paciente grávida. O teste pode ajudar a diferenciar uma infecção primária pelo EBV, que não pareceu afetar o bebê em desenvolvimento, de infecção por citomegalovírus (CMV), vírus herpes simplex ou toxoplasmose, uma vez que essas doenças provocam complicações durante a gravidez e podem prejudicar o feto. Também pode ser importante para descartar infecção por EBV para pesquisar sobre outras causas para os sintomas. Por exemplo, pacientes com faringite estreptocócica, infecção causada por estreptococos do grupo A precisam ser identificados e tratados com antibióticos. O indivíduo pode apresentar faringite estreptocócica em vez de mono ou apresentar ambas as doenças/estados clínicos ao mesmo tempo.

Estão disponíveis vários testes para diferentes tipos e classes de anticorpos anti-EBV. Os anticorpos são proteínas produzidas pelo corpo como resposta imune a vários antígenos diferentes do vírus Epstein-Barr. Durante a infecção primária pelo EBV, o nível de cada um desses anticorpos anti-EBV aumenta e diminui em vários momentos, conforme a progressão da infecção. A dosagem no sangue desses anticorpos ajuda no diagnóstico e, normalmente, fornece ao médico informações sobre o estágio da infecção e se é uma infecção atual, se ocorreu há pouco ou há muito tempo.

Anticorpo Momento em que o anticorpo é normalmente detectado no sangue

Anticorpo IgM antiantígenos do Capsídeo Viral (VCA)

Aparece primeiro após a exposição ao vírus e tende a desaparecer após 4 a 6 semanas.
Anticorpo IgG anti-VCA Surge durante a infecção aguda com os mais altos níveis em 2 a 4 semanas. Então, cai um pouco, estabiliza e permanece presente por toda a vida.
Anticorpo antiantígeno precoce (EA-D) Aparece durante a fase de infecção aguda e tende a desaparecer. Cerca de 20% dos infectados continuarão a apresentar quantidades detectáveis por vários anos após a resolução da infecção pelo EBV.
Anticorpo antiantígenos nucleares do Epstein-Barr (EBNA) Normalmente, não aparece até que a infecção aguda tenha terminado. Desenvolve-se em 2 a 4 meses após a infecção inicial e, então, permanece presente por toda a vida.

Como a amostra é obtida para o exame?

Uma amostra de sangue é obtida pela inserção de uma agulha em uma veia do braço.

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Não é necessário preparo para o teste.

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Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    Os testes para anticorpos antivírus Epstein-Barr (EBV) são utilizados para auxiliar no diagnóstico de mononucleose infecciosa (mono), se o indivíduo é sintomático, mas o monoteste é negativo.

    Em mulheres grávidas com sintomas de doença viral podem ser pedidos um ou mais testes de anticorpo anti-EBV juntamente com testes para CMV, toxoplasmose e outras infecções (às vezes como parte da triagem TORCH), para ajudar a diferenciar o EBV de outras doenças/estados clínicos que provocam sintomas similares.

    Este teste pode ser solicitado para o indivíduo assintomático a fim de verificar se ele já teve contato anterior com o EBV ou é suscetível à infecção primária pelo vírus. Isto não é realizado rotineiramente, mas pode ser feito quando o paciente, adolescente ou imunocomprometido, esteve em contato próximo a outra pessoa com mono.

    Os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention - CDC), dos EUA, recomendam fazer vários testes para determinar se o indivíduo é suscetível ao EBV, ou para detectar uma infecção recente ou prévia, ou reativação da infecção pelo EBV. Entre eles:

    • IgM antiaAntígenos do Capsídeo Viral (VCA)
    • IgG anti-VCA
    • Antígeno Precoce D (EA-D)
    • Antígenos Nucleares do Epstein Barr (EBNA)
  • Quando o exame é pedido?

    Anticorpos anti-EBV podem ser solicitados quando a pessoa apresentar sintomas sugestivos de mono, mas com monoteste negativo, e quando uma mulher grávida tem sintomas de gripe e o médico quiser determinar se eles são provocados pelo EBV ou outro micro-organismo. Alguns sinais e sintomas associados a mono incluem:

    • Fadiga
    • Febre
    • Dor de garganta
    • Gânglios linfáticos enfartados
    • Aumento do baço e/ou fígado (às vezes)

    O teste pode ser realizado quando o médico quer estabelecer exposição prévia ao EBV. Em casos raros, o médico o repete quando quer rastrear as concentrações de anticorpo (títulos) e/ou quando o primeiro teste resultou negativo, mas ainda há suspeita que os sintomas do indivíduo são resultado do EBV.

  • O que significa o resultado do exame?

    Atenção ao interpretar os resultados dos testes de anticorpo anti-EBV. Devem ser considerados os sinais e sintomas, bem como a história médica do indivíduo. O médico pode precisar consultar um especialista em doença infecciosa, especificamente algum que tenha experiência com testes de EBV.

    Se o resultado for positivo para anticorpo IgM anti-VCA, então é provável que o paciente tenha infecção pelo EBV e pode estar no início do curso da doença. Se também apresentar sintomas associados a mono, é mais provável que ele seja diagnosticado com esta doença, mesmo se o monoteste for negativo.

    Caso o paciente apresente testes IgG anti-VCA e IgG anti-EA-D positivos, é muito provável que ele tenha uma infecção atual ou recente por EBV.

    Quando o IgM anti-VCA é negativo, mas os anticorpos IgG anti-VCA e EBNA são positivos, provavelmente o indivíduo teve uma infecção prévia por EBV.

    Se a pessoa é assintomática e o resultado deu negativo para IgG anti-VCA, então é provável que ela nunca entrou em contato anterior com o EBV e é vulnerável à infecção.

    Em geral, níveis elevados IgG anti-VCA indicam infecção ativa por EBV, enquanto concentrações decrescentes indicam infecção recente por EBV, que está  em remissão. No entanto, é preciso tomar cuidado ao interpretar as concentrações do anticorpo anti-EBV, pois a quantidade de anticorpo presente não está relacionada à gravidade da infecção ou à sua duração. Níveis elevados de IgG anti-VCA podem estar presentes e permanecerem nessas concentrações por toda a vida.

    Abaixo, exemplos de alguns resultados são apresentados na forma de tabela.

    Os resultados dos testes muito provavelmente indicam o seguinte:
    IgM anti VCA
    IgG anti VCA
    EA-D, IgG
    EBNA, IgG
    Possível interpretação
    Negativo Negativo  Negativo Negativo Sem infecção. Os sintomas têm outra causa. É suscetível à infecção pelo EBV.
    Positivo Positivo Negativo Negativo Início; infecção primária.
    Negativo ou Positivo Positivo  Positivo  Negativo Infecção ativa, embora o EA-D IgG possa permanecer por toda a vida em cerca de 20% das pessoas.
    Negativo Positivo Negativo Positivo Infecção passada
    Negativo  Positivo Positivo  Positivo Pode indicar reativação do vírus.
  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    Existem pelo menos dois outros anticorpos que surgem durante uma infecção pelo EBV - um anticorpo IgA  contra os antígenos do capsídeo viral do EBV (EBV VCA-IgA) e um anticorpo IgG  contra os antígenos precoces restritos do EBV (EA-R IgG). Embora seja possível testar esses dois como parte da investigação diagnóstica do EBV, raramente é necessário fazê-lo.

    A complicação mais comum da mono é a ruptura do baço. Outros problemas provocados pela infecção pelo EBV incluem dificuldade respiratória devido à garganta inchada e, raramente, icterícia, exantema cutâneo, pancreatite, convulsões e/ou encefalite. O vírus também está associado - e pode desempenhar ter participação - em várias formas raras de câncer, incluindo linfoma de Burkitt, linfoma de Hodgkin e carcinoma nasofaríngeo, bem como esclerose múltipla.

    A reativação do vírus raramente é um problema de saúde, a menos que a pessoa esteja significativa e persistentemente imunocomprometida, como acontece com indivíduos que tem HIV/AIDS ou receptores de órgãos transplantados. Nessas pessoas, a infecção primária pode ser mais grave e alguns podem apresentar sintomas crônicos relacionados ao EBV.

  • Como a infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) ou a mononucleose infecciosa (mono) são tratadas?

    Os cuidados são amplamente de suporte e, normalmente, incluem bastante descanso e ingestão de líquidos, bem como tratamento dos sintomas. Pode ser recomendado evitar esportes de contato ou levantamento de peso por algumas semanas ou meses para evitar ruptura do baço. Não existem medicamentos antivirais disponíveis nem vacinas para acelerar a recuperação ou prevenir a infecção.

  • Os adultos pegam mononucleose?

    Sim, mas é raro porque a maioria já foi infectada pelo EBV ainda jovem. Quando apresentam a doença, os adultos tendem a ter menos linfonodos aumentados, menos dor de garganta e maior aumento do fígado e icterícia.

  • A infecção por EBV e a mononucleose ocorrem por todo o mundo?

    Sim. Porém, em países menos desenvolvidos a mono não é tão comum porque a maioria da população é infectada por EBV ainda bem jovem, quando os sintomas são mínimos.

  • Por que a mononucleose também é conhecida como "doença do beijo"?

    Porque o EBV está presente na saliva do indivíduo infectado e é geralmente transmitido através do beijo. A transmissão também pode ocorrer pela transferência da saliva para mãos e/ou brinquedos (principalmente em crianças) e pelo compartilhamento de talheres e copos.

  • Se eu já tive uma infecção por EBV, ainda posso pegar mononucleose?

    Não. Depois de ter uma infecção por EBV, o indivíduo não terá mono. No entanto, pode apresentar sintomas similares de outra doença viral. Em pessoas com o sistema imunológico debilitado, o vírus pode se reativar e provocar a doença.

  • Existem outros tipos de testes para EBV disponíveis?

    Sim. Existem testes moleculares que podem detectar e quantificar o DNA do EBV .

Fontes do artigo

NOTA: Este artigo se baseia em pesquisas que incluíram as fontes citadas e a experiência coletiva de Lab Tests Online Conselho de Revisão Editorial. Este artigo é submetido a revisões periódicas do Conselho Editorial, e pode ser atualizado como resultado dessas revisões. Novas fontes citadas serão adicionadas à lista e distinguidas das fontes originais usadas.

 

Fontes usadas na atual revisão deste artigo

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