Para auxiliar na avaliação do equilíbrio hidroeletrolítico do organismo; para investigar os baixos níveis de sódio no sangue (hiponatremia) e aumento ou diminuição da produção de urina; para detectar intoxicação por álcool devido à ingestão de toxinas, como metanol ou etilenoglicol; para monitorar a eficácia do tratamento para doenças/estados clínicos que afetam a osmolalidade; para auxiliar na determinação das causas da diarréia crônica.
Osmolalidade
Quando o indivíduo apresenta baixo nível de sódio no sangue; está tomando manitol (um diurético osmótico); pode ter ingerido metanol, etilenoglicol ou álcool isopropílico; produz quantidade significativamente elevada ou diminuída de urina; ou apresenta diarréia crônica.
Uma amostra de sangue retirada de uma veia do braço e/ou uma amostra aleatória de urina. Às vezes, uma amostra de fezes a fresco, líquidas.
Pode não ser exigido preparo ou pode haver instrução para jejum por 6 horas antes do teste. Siga as instruções fornecidas. Informe seu médico sobre todos os medicamentos que esteja tomando, especialmente manitol.
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Como o exame é usado?
O teste de osmolalidade fornece um retrato do número de solutos presentes no sangue (soro), urina ou fezes. É solicitado no auxílio da avaliação do balanço hídrico do organismo ou de sua capacidade de produzir e concentrar urina, para ajudar na investigação de baixos níveis de sódio (hiponatremia), na detecção da presença de toxinas, entre elas o metanol e o etilenoglicol, e na monitoração de terapias medicamentosas osmoticamente ativas, entre elas o manitol, usado no tratamento de edema cerebral. Também é feito para auxiliar na monitoração da eficácia do tratamento de quaisquer doenças/estados clínicos que possam estar afetando a osmolalidade do indivíduo.
Osmolalidade sérica é feita principalmente para investigar a hiponatremia. Esta pode ocorrer devido à perda de sódio pela urina ou aumento dos fluidos na corrente sanguínea. Este aumento pode ser causado por ingestão excessiva de água, retenção de água, diminuição da capacidade dos rins de produzir urina, ou a presença de agentes osmoticamente ativos, como glicose, manitol, ou glicina (substância química usada nos líquidos de irrigação cirúrgica). Maratonistas, por exemplo, podem apresentar hiponatremia aguda pela ingestão de grandes quantidades de água em um período curto de tempo para reposição dos fluidos perdidos no suor. Pessoas que ingerem cronicamente quantidade excessiva de água, por opção ou devido a uma doença/estado clínico psicológico, podem apresentar hiponatremia crônica. O indivíduo também pode parecer ter baixo sódio quando o percentual de água no sangue diminui devido à presença de maior quantidade de proteínas ou lipídeos.
Para calcular o gap osmótico, testes para sódio sanguíneo, nitrogênio ureico no sangue (NUS) e glicose devem ser realizados para o cálculo da osmolalidade esperada. Algumas versões do cálculo da osmolalidade esperada também incluem a dosagem de etanol. Exemplo de cálculo:
Cálculo da osmolalidade sérica (etanol nem sempre incluído)
2 x (Na+) + (Glicose/18) + (NUS/2.8) + (Etanol/3.8)
Nota: glicose, NUS, e etanol podem ser relatados em mg/dL (miligramas por decilitro) ou mmol/L (milimole por litro). Os números mostrados na equação acima são usados para converter de mg/dL para mmol/L. Para mmol/L, a equação é:
2 x (Na+) + (Glicose) + (NUS) + (Etanol)
Gap osmótico sérico
Osmolalidade sérica (medida) – osmolalidade sérica (calculada)
Osmolalidade urinária é frequentemente solicitada junto com a osmolalidade sérica. É utilizada para avaliar o balanço hídrico do corpo e para investigar o aumento e diminuição da produção de urina. O aumento na produção de urina pode ser provocada pelo aumento de ingestão de líquidos, pela falta de quantidades adequadas de ADH, ou diabetes, com aumento nos níveis de glicose levando a um aumento na produção de urina. A diminuição da produção de urina pode ocorrer por diversas causas, incluindo a diminuição do fluxo sanguíneo para os rins, resposta adequada à desidratação ou dano às células tubulares dos rins. Os testes de sódio e creatinina urinária são geralmente pedidos em conjunto com a osmolalidade urinária. Por vezes, o gap osmótico urinário é calculado e usado para auxiliar na avaliação da capacidade renal em eliminar ácido e reabsorver bicarbonato, para detectar a presença de moléculas osmoticamente ativas, e para comparação com o gap osmótico sérico.
Osmolalidade fecal pode, por vezes, ser solicitado para avaliar diarreia crônica, que parece não ser provocada por infecções bacterianas ou parasitárias, ou por alguma outra causa identificável, como inflamação ou dano intestinal. Pessoas com diarreia crônica aquosa apresentam alguma substância osmoticamente ativa, como um laxante comercial, que inibe a reabsorção de água pelos intestinos. Algumas vezes, é calculado o gap osmótico fecal.
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Quando o exame é pedido?
O teste de osmolalidade sérica e o osmótico podem ser solicitados quando o indivíduo apresenta sintomas que o médico suspeita serem devido à hiponatremia, como:
- sede excessiva
- confusão
- náusea
- dores de cabeça
- letargia
- em casos graves, convulsões ou coma
Esses testes também são pedidos quando há suspeita de que o indivíduo tenha ingerido alguma toxina, como metanol ou etilenoglicol.
O teste de osmolalidade urinária é feito em conjunto com o exame de sangue, quando o médico quer comparar os resultados urinários com a osmolalidade sérica e/ou quando o paciente examinado está produzindo quantidades aumentadas ou diminuídas de urina. Ambos os testes podem ser pedidos quando há suspeita que a pessoa tenha diabetes.
O teste de osmolalidade pode ser feito em indivíduos assintomáticos com hiponatremia inexplicável, quando há descoberta de baixo nível de sódio durante realização de testes por outras razões. Os testes de osmolalidade urinária e sérica são, frequentemente, realizados para monitorar a eficácia do tratamento dessas doenças/estados clínicos e, periodicamente, no acompanhamento daqueles que tomam o medicamento manitol.
Faz-se o teste de osmolalidade fecal quando o médico suspeita que a diarreia crônica do paciente é provocada por alguma substância osmoticamente ativa. -
O que significa o resultado do exame?
A osmolalidade é dinâmica e flutua dependendo da resposta do organismo na correção de desequilíbrios hídricos temporários. Os testes de osmolalidade urinária e sérica devem ser avaliados no contexto da apresentação clínica do indivíduo e em conjunto com os achados de outros testes, como sódio, glicose e NUS. Os resultados da osmolalidade não são diagnósticos. Eles sugerem que o paciente está com um desequilíbrio, mas não identificam a causa.
Em geral, se a pessoa apresenta osmolalidade sérica aumentada, é devido à diminuição de água no sangue ou aumento de solutos. Se apresenta osmolalidade sérica diminuída, é causado pela maior retenção de líquidos.
Quando o indivíduo apresenta gap osmótico aumentado e suspeita de ingestão de alguma toxina, como o metanol, então é provável que ele realmente o tenha ingerido porque o tamanho do gap está relacionado com a quantidade de toxina. Durante o monitoramento, se a osmolalidade, o gap osmótico e os achados, como o baixo nível de sódio, retornarem ao normal, então significa que o tratamento foi eficaz.
Na terapia com manitol, o objetivo do acompanhamento é a manutenção de um gap osmótico "terapêutico" estável e alívio do cerebral edema.
Osmolalidade sérica pode ficar aumentada com:
- desidratação
- diabetes mellitus
- hiperglicemia
- hipernatremia
- intoxicação alcoólica devido à ingestão de etanol, metanol, etilenoglicol ou álcool isopropílico
- uremia (acúmulo de toxinas no sangue)
- acidentes vasculares
- traumatismo craniano
- danos renais
- terapia com monitol
- choque
Osmolalidade sérica pode ficar diminuída com:
- excesso de hidratação
- hiponatremia
- secreção inadequada de ADH
Quando a pessoa apresenta aumento na produção de urina e baixa osmolalidade, então ou quer eliminar o excesso de líquidos no organismo ou é incapaz de concentrar urina adequadamente. O aumento da produção de urina e uma osmolalidade elevada podem se observados quando há alguma substância sendo lavada do corpo, como o excesso de glicose no diabetes. Se o paciente apresenta diminuição na produção de urina com osmolalidade elevada, significa que pode estar desidratado. Se apresenta osmolalidade baixa ou normal, pode estar com dano renal.
Osmolalidade urinária pode ficar aumentada com:
- diabetes insipidus
- excesso de ingestão de líquidos
- Hipercalemia
- Hipocalemia
- insuficiência renal
- Dano tubular renal
Se o indivíduo apresenta osmolalidade fecal aumentada, então é provável que alguma substância osmoticamente ativa esteja causando a diarreia crônica aquosa. Isto pode ser observado no caso de má absorção e abuso de laxantes.
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Há mais alguma coisa que eu devo saber?
Algumas vezes é solicitado cálculo de "clearance de água livre" para auxiliar na avaliação da capacidade dos túbulos renais em concentrar e diluir a urina adequadamente. Quando a osmolalidade urinária está aproximadamente igual a osmolalidade plasmática, o clearance de água livre é zero. Quando o volume no sangue diminui e a urina fica concentrada, o clearance de água livre será negativo. Quando os níveis líquidos estão aumentados e a urina é diluída, então o clearance de água livre será positivo.
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Qual a diferença entre osmolalidade e gravidade específica urinária?
A gravidade específica é uma parte comum da urinálise: avalia o peso de sólidos na água. A osmolalidade e a gravidade específica geralmente se alteram em paralelo. Quando uma grande quantidade de moléculas grandes e pesadas (como glicose e proteína) está presentes na urina, os resultados serão opostos. A gravidade específica estará mais aumentada, por causa do peso das moléculas, enquanto a osmolalidade urinária terá um aumento menor refletindo o número de moléculas. Geralmente, a osmolalidade é considerada a medida mais exata da concentração de urina do que a gravidade específica.
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Qual a diferença entre osmolalidade e osmolaridade?
Osmolalidade mede a concentração de solutos em um fluido, observando o número de partículas por peso (quilogramas) de fluido. Osmolaridade avalia o número de partículas por volume (litro) do fluido. Com os fluidos diluídos, eles são essencialmente iguais, mas as diferenças serão mais visíveis em concentrações mais elevadas, e deve-se tomar cuidado ao compará-las com outras unidades de osmolalidade e osmolaridade.