Também conhecido como
Álcool etílico
Álcool
EtOH
Nome formal
Etanol
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 22 de Junho de 2019.
De relance
Por que fazer este exame?

Para determinar se o indivíduo consumiu etanol (álcool) e medir a quantidade presente no organismo.

Quando fazer este exame?

Quando o indivíduo apresenta sintomas que sugerem toxicidade por etanol, ou quando há suspeita de violação da legislação relacionada ao consumo de bebidas alcoólicas pelo indivíduo, ou como parte de um perfil de exames de drogas.

Amostra:

O etanol pode ser determinado a partir de uma amostra de sangue, urina, saliva ou do ar expirado. As amostras de sangue, urina e saliva devem ser enviadas para o laboratório para análise. A amostra do ar expirado é analisada imediatamente no local com o uso do Etilômetro.

É necessária alguma preparação?

Nenhum preparo é necessário.

O que está sendo pesquisado?

Este exame mede a quantidade de etanol (também chamado de álcool etílico ou álcool) presente no sangue, urina ou saliva. O etanol é consumido pelas civilizações por todo o mundo há milhares de anos. Pequenas quantidades de álcool etílico podem provocar euforia, relaxamento e diminuição da inibição. A ingestão de quantidades moderadas pode causar perda do juízo crítico e diminuição da capacidade motora. O consume de grandes quantidades em um período relativamente curto pode provocar intoxicação aguda por etanol, com desorientação, depressão respiratória, coma e até mesmo morte. A ingestão crônica de grandes quantidades de álcool pode provocar alcoolismo e dano hepático permanente.

Quando o etanol é consumido, ele é absorvido pelo trato gastrointestinal e transportado pela corrente sanguínea por todo o organismo. Pequenas quantidades são excretadas na urina ou exaladas pelos pulmões, mas a maioria é metabolizada pelo fígado, para o qual o etanol é tóxico. Com a ajuda de enzimas, ele oxida o álcool, primeiro para acetaldeído, depois para acetato e, finalmente, para dióxido de carbono e água. O fígado pode processar cerca de um drinque por hora, sendo que um drinque é definido pela quantidade de etanol em 355 mL de cerveja, 148 mL de vinho ou 44,30 mL de whisky. O indivíduo que ingerir mais de um drinque por hora terá os níveis de etanol aumentados na corrente sanguínea.

Como a amostra é obtida para o exame?

Uma amostra de sangue é colhida de uma veia do braço. Uma amostra de ar expirado é coletada por um sopro no etilômetro. Amostras de urina são coletadas em frascos plásticos. Pode ser coletada apenas uma amostra ou duas separadas, sendo a primeira descartada e a segunda colhida após um determinado tempo. Amostras de saliva, geralmente, são coletadas da boca, com swab.

NOTA: Se exames médicos em você ou em alguém importante para você o deixam ansioso ou constrangido, ou se você tem dificuldade de lidar com eles, leia um ou mais dos seguintes artigos: Lidando com dor, desconforto ou ansiedade durante o exame, Conselhos sobre exames de sangue, Conselhos para ajudar crianças durante exames médicos, e Conselhos para ajudar idosos durante exames médicos.

 

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Não é necessário preparo para o exame.

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Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    O exame etanol/álcool é usado tanto para propósitos médicos quanto legais. As amostras e os resultados de cada uso são coletadas e analisados separadamente.

    Uso clínico: O objetivo do exame com fins clínicos é identificar a presença de álcool a fim de tratar efetivamente os sintomas do indivíduo intoxicado. Para fins clínicos, são realizados exames de sangue e, às vezes, de urina para detectar a presença de etanol e avaliar suas concentrações. Podem ser pedidos um ou mais desses exames quando o paciente se apresenta no Pronto Atendimento com sintomas sugestivos de intoxicação por etanol. Outros exames, como hemograma completo (HC), glicose e eletrólitos, são pedidos simultaneamente, pois existe uma variedade de doenças/estados clínicos que podem provocar sintomas similares. Se houver suspeita de uso outras substâncias, podem também ser feitos exames para drogas de abuso adicionais e de outros álcoois mais tóxicos (como metanol e álcool isopropílico).

    Uso legal (Forense): O objetivo do exame com fins legais é identificar a presença de álcool e avaliar sua presença no contexto legal. Devem ser realizados por pessoas especializadas e seguir uma cadeia de custódia estrita. O exame pode ser solicitado para determinar se um motorista com comportamento de risco apresenta concentrações de álcool no sangue superiores ao limite legal, para determinar se uma pessoa menor de idade consumiu álcool, se o indivíduo em liberdade condicional se absteve de álcool e para determinar se o consumo de álcool contribuiu para um acidente. Exames de etanol post-mortem podem ser realizados para verificar se o álcool contribuiu para a morte do indivíduo. Testes para fins legais podem ser realizados aleatoriamente ou "com justificativa" como parte de um programa de exames de drogas de abuso de um empregador para determinar se o funcionário consumiu álcool. Também pode ser usado como parte da avaliação para aquisição de seguro de vida. Estes usos são considerados exames de alcoolemia legais, pois exigem documentação em cadeia de custódia.

    As amostras analisadas para fins legais podem incluir exames de sangue, ar expirado, urina e/ou saliva. O de ar expirado é o mais utilizado em motoristas.  Ele usa a amostra final do ar exalado do fundo dos pulmões e aplica um fator de conversão para estimar a quantidade de álcool no sangue. O exame de alcoolemia pode ser feito para confirmar ou descartar os achados e/ou como alternativa ao de ar exalado. O teste de urina também pode ser realizado como alternativa. Geralmente, o indivíduo coleta e descarta a amostra de urina e, então, coleta uma segunda amostra 20 a 30 minutos depois. A quantidade de álcool na primeira amostra pode variar, pois não se sabe por quanto tempo a urina esteve na bexiga. A segunda amostra irá refletir uma amostra temporizada e um fator de conversão diferente pode ser aplicado para estimar-se a alcoolemia. Para monitorar indivíduos quanto à presença de álcool, pode ser solicitada uma amostra de urina aleatória. O exame de álcool na saliva não é amplamente realizado, mas é feito como forma alternativa de triagem.

  • Quando o exame é pedido?

    O exame de etanol para fins clínicos é solicitado quando o indivíduo apresenta sintomas que sugerem intoxicação e/ou toxicidade por etanol. Os sintomas incluem:

    • Confusão, estupor
    • Cambaleios
    • Vômitos
    • Respiração lenta e/ou irregular
    • Letargia
    • Inconsciência

    O exame de etanol para fins legais pode ser solicitado sempre que exista razão para suspeitar que o indivíduo não respeitou a legislação relacionada ao consume de álcool e sempre que houver acidente e/ou morte inesperada - para determinar se o álcool teve participação no ocorrido. O exame de álcool no local de trabalho pode ser feito aleatoriamente e quando há suspeita, pelo empregador, que o funcionário está sob efeito de álcool durante o expediente. O exame também pode ser realizado quando o indivíduo pretende subscrever-se para uma apólice de seguro.

  • O que significa o resultado do exame?

    Para fins clínicos, a detecção de etanol na amostra indica que o indivíduo ingeriu álcool e a concentração presente pode determinar o grau de intoxicação por etanol. No entanto, os sintomas e as complicações variam de pessoa para pessoa, dependendo do estado de saúde do indivíduo, idade e outros medicamentos ou fármacos que esteja tomando. A capacidade de eliminar o álcool do organismo também depende da disponibilidade das enzimas necessárias e do funcionamento do fígado do indivíduo. Para exames com fins legais, os resultados obtidos são comparados aos limites legais permitidos. 

    O indivíduo que consome cronicamente quantidades significativas de etanol pode desenvolver tolerância a ele, apresentando menos sintomas de toxicidade e debilidade visível em um nível específico de alcoolemia do que o indivíduo que não apresenta tolerância.

    De acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) nº 432, de 23/01/2013:

    - Infração administrativa será caracterizada por: I – exame de sangue que apresente qualquer concentração de álcool por litro de sangue; II – teste de etilômetro com medição realizada igual ou superior a 0,05 miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado (0,05 mg/L), descontado o erro máximo admissível nos termos da “Tabela de Valores Referenciais para Etilômetro”; III – sinais de alteração da capacidade psicomotora.

    - Crime será caracterizado por qualquer um dos procedimentos a seguir: I – exame de sangue que apresente resultado igual ou superior a 6 (seis) decigramas de álcool por litro de sangue (6 dg/L); II - teste de etilômetro com medição realizada igual ou superior a 0,34 miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado (0,34 mg/L), descontado o erro máximo admissível nos termos da “Tabela de Valores Referenciais para Etilômetro”; III – exames realizados por laboratórios especializados, indicados pelo órgão ou entidade de trânsito competente ou pela Polícia Judiciária, em caso de consumo de outras substâncias psicoativas que determinem dependência; IV – sinais de alteração da capacidade psicomotora.

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    Resultados de amostras diferentes de etanol não são comparáveis. As amostras de ar expirado e urina são consideradas boas estimativas das concentrações de alcoolemia na maioria dos indivíduos, mas podem ser afetadas por vários fatores. As concentrações na urina ficam atrás das concentrações no sangue.

    As amostras de urina que contem glicose e micro-organismos (como as observadas em diabéticos) não devem ser deixadas à temperatura ambiente por muito tempo, porque os micro-organismos presentes têm o potencial de fermentar a glicose da amostra e produzir etanol. Isto também ocorre nas amostras post-mortem. Ocasionalmente, podem ser examinados dois metabólitos da serotonina, o 5-HIAA (ácido 5-hidroxi-indol-acético) e o 5-HTOL (5-hidroxitriptfol), para avaliar esse fenômeno e confirmar a ingestão de álcool etílico. Aumento na razão 5-HTOL/5-HIAA pode ser indicativo de consumo de álcool.

    As concentrações na amostra de ar expirado podem ser afetadas pelo consumo de álcool nos minutos anteriores, pelas cetonas (liberadas no ar expirado por diabéticos e indivíduos que estão em dieta) e por outras substâncias que contem álcool, como antissépticos orais e xarope para tosse.

    Crianças frequentemente desenvolvem diminuição de açúcar no sangue (hipoglicemia), juntamente com a intoxicação por etanol.

  • Posso escolher qual amostra será coletada?

    Na maioria dos casos existe um tipo principal de amostra que é coletada, mas outra amostra alternativa muitas vezes fica disponível para confirmação e/ou contestação dos resultados. 

  • Todas as pessoas metabolizam o álcool na mesma velocidade?

    A regra geral é que uma dose equivale a uma hora, mas há variações individuais devido às diferenças em fatores como etnia, sexo e peso corporal. 

  • Há algo que eu possa fazer para me livrar do álcool do meu organismo mais rápido?

    Não. O álcool deve ser metabolizado e eliminado pelo fígado, que regula a taxa em que isto acontece. Alimentos retardarão a absorção do etanol. Café pode fazer com que o indivíduo embriagado se sinta mais alerta, mas também não irá acelerar o processo.

  • Os resultados de etanol usados para fins médicos são liberados para fins legais?

    Na maioria dos casos, os resultados médicos e legais são avaliados separadamente. Para exames com fins legais, os resultados obtidos são comparados aos limites legais permitidos. 

    No Brasil, todos os Estados seguem a mesma legislação. A Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN) nº 432, de 23/01/2013, determina os limites de álcool para motoristas e tem validade em todo o país. 

Fontes do artigo

NOTA: Este artigo se baseia em pesquisas que incluíram as fontes citadas e a experiência coletiva de Lab Tests Online Conselho de Revisão Editorial. Este artigo é submetido a revisões periódicas do Conselho Editorial, e pode ser atualizado como resultado dessas revisões. Novas fontes citadas serão adicionadas à lista e distinguidas das fontes originais usadas.

 

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