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Este artigo foi modificado pela última vez em 29 de Novembro de 2019.
Resumo

Asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada por constrição totalmente ou parcialmente reversível dos brônquios. Estes são tubos musculares que transportam ar nos pulmões para ramos menores, chamados bronquíolos. Na asma, as paredes dos brônquios ficam inflamadas e inchadas. Isso estreita a passagem de ar, causando sibilos, falta de ar e tosse. Nas crises de asma, esse efeito é ampliado por contrição brônquica e produção de quantidades excessivas de muco. As crises, de causa desconhecida, podem ocorrer em qualquer momento, mas são mais frequentes à noite e de manhã. Crises graves podem pôr a vida em risco e precisam de cuidados médicos imediatos.

Cerca de 22 milhões de pessoas nos EUA têm asma. Calcula-se que seis milhões sejam crianças, o que torna essa doença um dos problemas crônicos infantis mais frequentes. Antes da puberdade, a asma afeta mais meninos que meninas. Após a puberdade, ela atinge mais as meninas. É mais comum em áreas urbanas do que nas rurais. É mais frequente em pessoas de origem africana e hispânica do que em caucasianos. Não é uma doença evitável ou curável, mas pode ser controlada. A maioria dos pacientes pode levar uma vida ativa e relativamente normal.

A asma é classificada em quatro categorias, com base na gravidade e na frequência dos sintomas: branda intermitente, branda persistente, moderada persistente e grave persistente. Pessoas com asma branda intermitente têm crises ocasionais. Aquelas que apresentam asma grave persistente podem precisar de vários medicamentos todos os dias.

A doença resulta de uma interação complexa de diversos fatores, que variam entre pessoas. Muitas têm asma, mas nem todas são alérgicas. Os brônquios mostram uma reação excessiva a alergênios do ar encontrados em casa, no trabalho ou no ambiente, como pólens, poluição, mofo, ácaros, pelos de animais, baratas, partículas e fumaças. As crises podem também ser causadas por estresse, respostas emocionais (riso, choro, raiva), exercício e exposição a ar frio. Algumas  pessoas podem sofrer crises provocadas por medicamentos, como bloqueadores beta e aspirina, sulfitos, encontrados em vinhos e em frutas secas, e infecções.

Outros problemas pulmonares que provocam sintomas semelhantes aos da asma, podem coexistir com ela ou piorá-los. Em algumas pessoas, é possível que as crises sejam desencadeadas ou agravadas pela doença de refluxo gastroesofágico.

Orientação sobre asma
Em agosto de 2007, o National Asthma Education and Prevention Program (NAEPP) do National Heart, Lung, and Blood Institute (NHLBI), dos EUA, publicou o Expert Panel Report 3: Guidelines for the Diagnosis and Management of Asthma, orientações atualizadas para o diagnóstico e o acompanhamento de pacientes com asma. No Brasil, temos a Diretriz Diagnóstico e Tratamento da Asma Brônquica, elaborada pelas Sociedades Brasileiras de Pneumologia, Alergia e Pediatria, com apoio da Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina (CFM). Esses documentos abordam a avaliação e a monitoração da asma, a educação dos pacientes e o estímulo a que participem do tratamento da doença, o controle de fatores ambientais que possam desencadear ou piorar as crises, e o uso de medicamentos. Recomendam a avaliação das limitações dos pacientes, do risco de efeitos colaterais dos medicamentos, das exacerbações e da perda da função pulmonar.

 

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Sobre Asma
  • Exames

    Os objetivos dos exames iniciais são diagnosticar a asma e avaliar sua gravidade. Podem ser feitos exames para distingui-la de outras doenças que causam sintomas semelhantes e para identificar problemas, como alergias, que podem desencadear ou piorar as crises de asma. São feitos exames repetidos para monitorar a função pulmonar e controlar a asma, para tratar crises e para identificar e tratar complicações e efeitos colaterais de medicamentos.

    Testes de função pulmonar e exames de imagem

    Diagnóstico da asma
    As orientações da NAEPP, dos EUA, recomendam para o diagnóstico da asma:

    • História clínica e exame físico detalhados, focalizando o tórax e o trato respiratório.
    • Espirometria para pacientes com cinco anos de idade ou mais, demonstrando obstrução das vias aéreas reversível em parte ou totalmente com a inalação de um broncodilatador de ação curta. Esse exame mede a quantidade e a velocidade do ar expirado quando o paciente sopra em um tubo.
    • Exames adicionais para excluir outros diagnósticos. Podem incluir “provocação” da constrição brônquica com exercícios, ar frio, metacolina ou histamina, outros estudos da função pulmonar e radiografias do tórax.

    Avaliação e monitoração da asma

    • Espirometria – Para avaliar a função pulmonar.
    • Pico de fluxo expiratório – Mede a capacidade de expulsar o ar dos pulmões, com um pequeno dispositivo que pode ser usado pelo paciente em casa para monitorar a função pulmonar.
    • Oximetria de pulso – Medida não invasiva da saturação de oxigênio no sangue, usada em hospitais.
    • Radiografia do tórax.
    • Óxido nítrico exalado – Nos EUA, foi licenciado um exame que mede o óxido nítrico no ar expirado. Uma concentração muito baixa de óxido nítrico é normal na respiração, mas os níveis aumentam quando há inflamação das vias aéreas e diminuem com o tratamento adequado. Esse exame pode ser útil na orientação do tratamento da asma, mas não é recomendado nas orientações da NAEPP e não é muito usado.

    Para mais informações sobre testes de função pulmonar, veja John Hopkins Medicine: Pulmonary Function Laboratory.

    Exames laboratoriais
    Exames laboratoriais podem ajudar a excluir problemas que causam sintomas semelhantes aos da asma e identificar complicações. Durante crises graves da doença, são pedidos alguns exames para avaliar e monitorar a função de órgãos, os níveis de oxigênio e o equilíbrio ácido-base, incluindo:

    • Exames de sangue para alergia – Específicos para alergênios suspeitos de causar sintomas, como ácaros, mofo, pelos de animais e pólens. Podem ser pedidos para determinar fatores desencadeantes da asma.
    • Gasometria – É colhida uma amostra de sangue arterial para avaliar o pH, o oxigênio e o dióxido de carbono no sangue durante crises.
    • Hemograma – Para avaliar as células do sangue.
    • Teofilina – Para monitoração dos níveis sanguíneos em pacientes que estão tomando o medicamento.

    Outros exames:

    Outros exame: veja em Doenças pulmonares.

  • Tratamento

    Os objetivos do tratamento da asma são:

    • Evitar as crises ou diminuir sua incidência.
    • Resolver as crises com rapidez, reduzindo atendimentos em setores de emergência e hospitalizações.
    • Minimizar e retardar a progressão de lesões pulmonares irreversíveis.
    • Identificar, tratar e resolver problemas que podem exacerbar a asma e complicações associadas à asma e a seu tratamento.
    • Educar os pacientes para participarem do tratamento.
    • Estimular um estilo de vida normal.

    A prevenção da asma inclui evitar substâncias que podem desencadear crises e reconhecer os sinais precoces de uma crise iminente. Para mais informações, visite o site da American Lung Association (ALA) em Home Control of Asthma.

    O tratamento da asma é adaptado para cada paciente, dependendo da intensidade das crises. Devem ser considerados controles a curto e a longo prazo. Mesmo pessoas com asma branda intermitente estão sujeitas a ter crises graves.

    Os pacientes e os responsáveis precisam aprender a monitorar a doença, determinando os melhores medicamentos para cada pessoa. Devem desenvolver com o médico um plano de tratamento visando o controle diário, o controle das crises e a necessidade de cuidados médicos. Os médicos consideram o quadro clínico completo e os medicamentos em uso para determinar o melhor tratamento. O site da American Lung Association (ALA) mostra informações detalhadas sobre os medicamentos usados na asma e seu uso.

Fontes do Artigo

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