Para determinar se hemácias, leucócitos e plaquetas têm aspecto e número normal, para diferenciar os diferentes tipos de leucócitos e determinar suas percentagems relativas no sangue, para auxiliar no diagnóstico de deficiências, doenças e distúrbios que envolvem a produção, função e destruição de células do sangue, para monitorar a produção e a maturidade das células do sangue em doenças como leucemias, durante radioterapia ou quimioterapia, ou para pesquisa de variantes da hemoglobina.
Esfregaço de sangue
Quando os resultados do hemograma estão anormais, é examinado o esfregaço de sangue e feita uma contagem diferencial de leucócitos para determinar a presença de células anormais ou imaturas. Quando o médico suspeita de uma deficiência, doença ou distúrbio que possa afetar a produção de células do sangue. Quando o paciente é tratado com medicamentos que podem afetar a produção de células do sangue.
Uma amostra de sangue obtida de uma veia do braço ou por uma picada no dedo, orelha ou, no caso de bebês, no calcanhar.
Nenhuma
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Como o exame é usado?
Preparava-se um esfregaço de sangue sempre que era feito um hemograma. Os aparelhos atuais de contagem de células fornecem uma contagem diferencial de leucócitos automatizada. Entretanto, se há suspeita de anormalidades de hemácias, leucócitos ou plaquetas anormais, o esfregaço de sangue continua a ser o melhor método de avaliação e identificação definitiva de células imaturas ou anormais. Os laboratórios normalmente fazem a contagem diferencial sempre que observam sinais de anormalidade na contagem automatizada ou quando o médico solicita.
Existem muitas doenças, distúrbios e deficiências que podem afetar o número e o tipo de células do sangue produzidas, sua função e sobrevida. Em condições normais, são liberadas na circulação apenas células maduras e normais. Há algumas circunstâncias em que a medula óssea é forçada a liberar células imaturas ou mal formadas na circulação. A presença de números significativos de células anormais sugere uma doença subjacente. Nesse caso, devem ser feitos outros exames.
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Quando o exame é pedido?
O esfregaço de sangue é pedido principalmente para avaliar as populações de células quando o hemograma com diferencial realizado por um contador automático indica a presença de células anormais ou imaturas. Pode também ser feito quando o médico suspeita que uma deficiência, doença ou distúrbio está afetando a produção ou aumentando a destruição de células do sangue, ou para monitorar o tratamento de doenças do sangue.
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O que significa o resultado do exame
Os achados do esfregaço de sangue nem sempre são diagnósticos. Muitas vezes indicam a presença de uma doença e sua gravidade, e sugerem a necessidade de outros exames diagnósticos. Podem incluir:
Hemácias
Hemácias normais e maduras têm tamanho uniforme (7 µm) e não possuem um núcleo como a maioria das outras células. São redondas a achatadas, com uma depressão no meio (bicôncavas). Devido à hemoglobina, sua cor é rosa com um centro pálido quando se usa a coloração de rotina. Alterações de tamanho e de forma em um número significativo de hemácias indicam problemas. As irregularidades presentes podem incluir:- Anisocitose – Hemácias de tamanhos variados. A presença de hemácias pequenas (menos de 7µm) é chamada microcitose, e a de hemácias grandes ( mais de 7 µm), macrocitose.
- Poiquilocitose – Hemácias de formatos variados, podendo incluir equinócitos, acantócitos, eliptócitos, ceratócitos, hemácias afoiçadas, hemácias em alvo, hemácias em gota, esquizócitos e hemácias em rouleaux.
Leucócitos
Leucócitos, as células brancas, têm um núcleo cercado de citoplasma. Todos os leucócitos derivam de células tronco da medula óssea. Nesta, elas se diferenciam em dois grupos: células mieloides e células linfoides. Formam, então, cinco tipos diferentes de leucócitos:- Neutrófilos - Células que têm grânulos róseos ou púrpura no citoplasma. Compreendem a maioria dos leucócitos no sangue de adultos normais.
- Eosinófilos - Reconhecidos com facilidade por seus grânulos grandes e alaranjados. Em geral, são em pequeno número (1-3%), mas podem estar em número maior em pessoas com alergias ou com parasitoses.
- Basófilos - Têm grandes grânulos negros e são o tipo menos encontrado (menos de 1%). É raro o aumento do número de basófilos, mas pode ser ocorrer em algumas leucemias, varicela, colite ulcerativa e após imunizações.
- Monócitos - São os maiores leucócitos (12-20 µm), ingerem e destroem partículas estranhas (fagocitose), como restos celulares e bactérias.
- Linfócitos - São os menores leucócitos (10-12 µm), têm um citoplasma homogêneo e um núcleo redondo e uniforme. São responsáveis pela produção de anticorpos (imunoglobulinas).
Para mais detalhes sobre leucócitos, clique aqui.
Plaquetas
São fragmentos de células gigantes da medula óssea chamadas megacariócitos. Quando há lesão de um vaso sanguíneo, as plaquetas se agregam, formando um tampão que inicia a coagulação do sangue. É necessário um número suficiente de plaquetas para controlar hemorragias. Número de plaquetas baixo prejudica a capacidade de formar coágulos e pode resultar em risco de vida. Em algumas pessoas, são produzidas plaquetas em excesso, o que interfere no fluxo sanguíneo e aumenta o risco de trombose. Essas mesmas pessoas também podem ter sangramentos porque as plaquetas têm função alterada, mesmo que mantenham o aspecto normal.A contagem de plaquetas em geral é parte do hemograma. Um número muito baixo ou muito alto pode ser melhor avaliado com a preparação de um esfregaço de sangue para observar anormalidades de forma ou de tamanho.
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Há mais alguma coisa que eu devo saber?
Algumas situações que podem afetar ou invalidar os resultados de um esfregaço de sangue incluem:
- O paciente recebeu uma transfusão de sangue recente.
- O paciente tem níveis elevados de proteínas.
- Amostra coagulada.
- Sangue colhido no tubo errado ou em quantidade insuficiente.
- Preparação ou coloração do esfregaço inadequada.
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Por que a contagem automatizada não substituiu completamente o exame do esfregaço de sangue?
Substituiu na rotina, mas a contagem automatizada avalia as hemácias, os leucócitos e as plaquetas com base na forma, tamanho e propriedades elétricas e fotométricas. Pode haver alguma variação de cada tipo de célula devido a estímulos fisiológicos ou externos. Em geral, os aparelhos podem detectar a presença de células anormais, mas não classificá-las com precisão. Por exemplo, fragmentos celulares ou grumos de plaquetas podem ser confundidos com leucócitos, elevando falsamente a contagem. Essas anormalidades são vistas no esfregaço de sangue por um especialista, para identificação e classificação adequadas. Além disso, na observação microscópica também identificamos eventuais parasitas do sangue.