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Este artigo foi modificado pela última vez em 13 de Agosto de 2017.

O que parece ser um simples exame médico para a maioria dos adultos pode ser um grande desafio para a pessoa idosa, cuja saúde em geral é mais frágil. Aqui estão alguns motivos para tomar cuidados especiais quando uma pessoa idosa precisar fazer um exame laboratorial.

  • Os idosos são mais propensos a terem visão e audição reduzidas e apresentarem alterações cognitivas. Por isso, é difícil para eles seguirem instruções ou entenderem o que deve ser feito para que as amostras sejam coletadas de modo correto.
  • As pessoas mais velhas também têm mais problemas de diminuição do equilíbrio e de mobilidade, fatores que podem fazer com que algumas amostras sejam mais dificeis ou mais perigosas de serem coletadas.
  • Mesmo um exame de sangue pode ser mais complicado porque a pele do idoso é mais fina, o tecido subcutâneo é menos resistente e as veias são mais frágeis e propensas à ruptura quando perfuradas. Os idosos podem ter preferência por um flebotomista em particular, que sabe lidar melhor com eles.
  • Para um paciente com demência, até mesmo um procedimento de coleta pode ser traumático e provocar no paciente uma reação violenta. Neste caso, é preciso estudar cuidadosamente se há realmente necessidade de fazer os exames.
  • Acima de todos as dificuldades físicas e emocionais existem restrições financeiras e detalhes que podem fazer uma pessoa idosa desistir de realizar um exame importante para a sua saúde e qualidade de vida.

Este artigo é parte de uma coleção que oferece dicas para fazer exames de laboratório. Para obter mais informações importantes consulte os artigos Lidando com a dor e a ansiedade relacionadas com examesRecomendações para os exames de sangue e Recomendações para ajudar crianças na colheita de exames.

 


 

Realizar exames pode ser um fardo para alguém que você conhece. Neste caso, fale com o médico sobre a situação. "Sempre discutimos porque os exames são necessários e como eles irão afetar um tratamento em curso ou alterá-lo", explica a geriatra Rebecca Elon, diretora médica do Norte Arundel Sênior Care, da cidade de Severna Park, no estado de Maryland, Estados Unidos. Certifique-se que qualquer exame solicitado irá fornecer as informações necessárias para a tomada de decisão clínica. Nas  sugestões abaixo mostramos alguns aspectos práticos que ajudarão o paciente idoso a realizar exames.

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Recomendações
  • O desafio de chegar

    É comum o idoso ter problemas de locomoção, não poder dirigir e depender de alguém para levá-lo ao laboratório. Por isso, quanto menos estressante e cansativo para o motorista for o percurso até o local do exame, melhor será para o paciente.

    Planeje com antecedência — Se precisar ir a algum lugar desconhecido para fazer exames, reúna informações detalhadas sobre o local, pontos de referência próximos e por quais caminhos e ruas deve seguir. Isso vai ajudar a reduzir ou eliminar o estresse. Procure saber se é mais fácil para o paciente ser deixado em uma determinada entrada. Você também deve obter informações sobre os horários em que o movimento é maior e tentar evitá-los.

    Ficar em casa — Se a pessoa que precisa fazer o exame não dirije e tem dificuldade para conseguir carona (ou mesmo dificuldade para levar a amostra), obtenha informações sobre os serviços de coleta domiciliar.

  • Segurança

    As quedas são comuns e, especialmente, graves em pessoas com acima de 65 anos. Os banheiros podem ser lugares particularmente perigosos. Preste atenção na segurança quando você estiver coletando uma amostra de urina ou fezes, principalmente nos pacientes que têm problemas de mobilidade ou de visão. Sua atenção sobre o procedimento de coleta pode impedi-lo de perceber perigos ou condições inseguras no local. Por isso, reúna o que você vai precisar e planeje tudo com antecedência.

    Tropeções — Antes de começar, remova tapetes soltos e aqueles que podem deslizar.

    Escorregões — Fique atento para não deixar cair líquidos no chão. Tome cuidado com pisos molhados ou escorregadios.

    Quedas — Avalie a instalação de barras de apoio ou outros suportes perto da área do vaso sanitário para ajudar a prevenir lesões causadas por quedas.

  • Necessidade de ajuda

    Não é raro um paciente idoso precisar de ajuda quando for realizar um exame de laboratório. Uma pessoa com artrite, rigidez articular ou problemas de mobilidade pode achar difícil coletar sozinha uma amostra de urina ou fezes. Uma mulher com demência pode não ser capaz de seguir as instruções sobre como obter uma "coleta limpa" de amostra de urina. Ela também pode ficar confusa ou agitada quando alguém tentar fazer isso por ela. Uma pessoa que não enxerga bem ou não tem boa destreza manual pode ter problemas ao usar o equipamento necessário para a coleta, como copos de amostra ou monitores de glicose no sangue para diabetes.

    Aqui estão algumas dicas para fazer com que a coleta de exames seja mais simples.

    Instruções — Uma pessoa idosa pode ter dificuldades para ouvir instruções verbais, ler o que está impresso ou lembrar quando fazer um exame ou para que ele serve. Um pequeno amplificador de voz, que não custa caro em lojas de eletrônicos, ajuda na comunicação com um paciente que tem problemas de audição, como sugere a geriatra Rebecca Elon. Ela tém um amplificador de voz portátil em seu consultório e outro em sua maleta médica.
    Sempre peça ao laboratório instruções por escrito para o exame, de preferência em texto curto impresso em letras grandes. Ao dar instruções verbais, explique uma etapa de cada vez, falando em tom calmo e tranquilo. Antes de começar as instruções, procure reduzir o ruído e as distrações para criar um ambiente calmo. Tente tocar música suave para acalmar alguém que está aflito ou confuso.

    Equipamentos especiais — Determinados equipamentos especiais podem tornar certos procedimentos mais fáceis e mais seguros. É mais simples coletar uma amostra de urina a partir de um recipiente colocado no vaso sanitário do que em um copo. Uma luminária portátil ajuda o paciente diabético que tem deficiência de visão a realizar a, ele mesmo, a monitorização de glicose no sangue. Usar um tipo diferente de lanceta ou agulha também pode ser mais fácil, menos doloroso e menos assustador.

    Contratar ajuda — Apesar de alguns lares para idosos terem pessoal para ajudar com os procedimentos de coleta de amostras, nem sempre isso está disponível em determinadas ocasiões. Se precisar de ajuda onde ela não existe, verifique a posibilidade de contratar uma enfermeira particular ou um ajudante domiciliar especializado em saúde que possa prestar a assistência necessária.

    Privacidade — Ajudar uma pessoa a coletar uma amostra de urina ou fezes muitas vezes é uma tarefa desagradável para o paciente e para quem o ajuda. O paciente pode se sentir constrangido. Quem o auxilia pode se incomodar com os odores e com o trabalho de limpeza. Procure criar o máximo de privacidade e de segurança possíveis no ambiente para reduzir o desconforto de todos.

    Compaixão — A pessoa que ajuda na coleta da amostra é importante para mostrar ao paciente que aquilo é feito como um ato de bondade e amor. Se você sabe de uma situação em que um paciente não é  tratado adequadamente, tome medidas para garantir que ele receba a atenção e o carinho necessários.