Também conhecido como
Amônia plasmática
NH3
Nome formal
Amônia
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 26 de Setembro de 2017.
De relance
Por que fazer este exame?

Para detectar níveis elevados de amônia no sangue, avaliar alterações de consciência em doenças hepáticas graves e alguns distúrbios hereditários do ciclo da ureia; para apoiar o diagnóstico de encefalopatia hepática e de síndrome de Reye.

Quando fazer este exame?

Quando um paciente apresenta alterações mentais ou entra em coma de origem desconhecida; quando um bebê ou uma criança tem vômitos frequentes com letargia crescente após o nascimento ou após um doença viral.

Amostra:

Uma amostra de sangue obtida de uma veia do braço.

É necessária alguma preparação?

O paciente não deve fumar antes da colheita.

O que está sendo pesquisado?

Esse exame mede a quantidade de amônia no sangue. A amônia é uma substância produzida por bactérias intestinais e por células do corpo durante a digestão de proteínas. É um resíduo que normalmente é transportado para o fígado, onde é transformado em ureia e glutamina. A ureia é levada para os rins e excretada na urina. Se a amônia não for toda transformada em ureia, acumula-se no sangue e atravessa a barreira hematoencefálica. Outras fontes de amônia são os rins e os músculos.

No cérebro, amônia e outros compostos normalmente metabolizados pelo fígado podem se acumular, causando a encefalopatia hepática, com alterações mentais e neurológicas que incluem desorientação, sonolência e, em casos mais graves, coma e morte. Bebês e crianças com níveis elevados de amônia no sangue apresentam vômitos, irritabilidade, letargia progressiva e, se não tratados, convulsões, dificuldade respiratória, coma e morte.

Problemas no processamento da amônia podem ocorrer por diversas causas:

  • Doenças hepáticas podem prejudicar o metabolismo da amônia no fígado. Aumentos súbitos da amônia no sangue podem ocorrer após eventos desencadeantes, como sangramento gastrointestinal ou distúrbio eletrolítico.
  • Diminuição do fluxo de sangue para o fígado, quando há dificuldade no transporte da amônia para ele.
  • Síndrome de Reye - Doença rara que ocorre em crianças e adultos jovens duas a três semanas após uma infecção viral aguda, causando hipoglicemia e sofrimento hepático com encefalopatia. O risco é maior em crianças que usam aspirina.
  • Insuficiência renal – Os rins não conseguem excretar a ureia, o que aumenta o nível de amônia no sangue.
  • Defeitos hereditários raros do ciclo da ureia – Deficiência de uma ou mais enzimas necessárias para a conversão da amônia em ureia.

Como a amostra é obtida para o exame?

Uma amostra de sangue é colhida inserindo uma agulha em uma veia.

NOTA: Se exames médicos em você ou em alguém importante para você o deixam ansioso ou constrangido, ou se você tem dificuldade de lidar com eles, leia um ou mais dos seguintes artigos: Lidando com dor, desconforto ou ansiedade durante o exame, Conselhos sobre exames de sangue, Conselhos para ajudar crianças durante exames médicos, e Conselhos para ajudar idosos durante exames médicos.

Outro artigo, Siga essa amostra, fornece uma visão da coleta e do processamento de uma amostra de sangue e de uma amostra de cultura da garganta.

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

O paciente não deve fumar antes da colheita.

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Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    A dosagem da amônia é usada principalmente para investigar a causa de alterações de comportamento e de consciência. Pode ser pedida junto com outros exames, como glicose, eletrólitos e exames de função renal e hepática, para ajudar no diagnóstico de coma de origem desconhecida ou para apoiar o diagnóstico de síndrome de Reye ou de encefalopatia hepática causada por diversas doenças do fígado. Também é usada para avaliar a gravidade de defeitos do ciclo da ureia.

    Alguns médicos pedem a dosagem da amônia para monitorar a eficácia do tratamento da encefalopatia hepática, mas nem todos concordam sobre sua utilidade clínica. Como a encefalopatia hepática pode ser causada pelo acúmulo de diversas substâncias no sangue e no cérebro, os níveis de amônia têm pouca correlação com a intensidade da lesão.

  • Quando o exame é pedido?

    A dosagem de amônia é pedida quando um recém-nascido apresenta sintomas como irritabilidade, vômitos, letargia e convulsões nos primeiros dias após o nascimento, ou quando uma criança mostra esses sintomas uma a duas semanas após uma doença viral, como gripe ou resfriado, e o médico suspeita de síndrome de Reye.

    Quando adultos apresentam alterações mentais, desorientação, sonolência ou coma, o exame pode ser pedido para avaliar a causa das alterações. Em pacientes com doença hepática estável, a amônia é verificada com outros testes de função hepática, quando o estado clínico do paciente piora.

  • O que significa o resultado do exame?

    Concentrações aumentadas de amônia no sangue indicam que o corpo não está sendo capaz de metabolizá-la e eliminá-la, mas não indicam a causa. Em bebês, níveis muito altos podem ser observados em deficiências hereditárias de enzimas do ciclo da ureia e na doença hemolítica do recém-nascido. Aumentos moderados transitórios são relativamente comuns em recém-nascidos, sem causar sintomas evidentes.

    Aumento dos níveis sanguíneos de amônia e diminuição dos de glicose podem indicar a síndrome de Reye, em crianças e adolescentes com sintomas. Aumento dos níveis de amônia pode indicar um defeito enzimático do ciclo da ureia ainda não diagnosticado. Em crianças e adultos, níveis elevados sugerem lesão hepática ou renal. Nesses casos, com frequência são doenças agudas.

    Concentrações sanguíneas normais de amônia não excluem encefalopatia hepática. Outros resíduos contribuem para as alterações mentais e da consciência, e os níveis de amônia no cérebro podem ser muitos mais altos que os níveis no sangue.

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    Níveis aumentados de ureia também podem ser encontrados com:

    • Sangramento gastrointestinal – As células do sangue são destruídas nos intestinos, liberando proteínas.
    • Esforço muscular – A atividade muscular produz amônia.
    • Uso de torniquete – Os níveis de amônia aumentam em amostras colhidas com estase prolongada.
    • Substâncias que aumentam o nível sanguíneo de amônia incluem: álcool, barbitúricos, diuréticos, ácido valproico e narcóticos.
    • Fumo

    Níveis diminuídos de amônia são vistos em hipertensão arterial e com o uso de alguns antibióticos, como a neomicina.

    A dosagem de amônia também pode ser feita em sangue arterial, mas esse método é pouco usado. Alguns médicos acreditam que a dosagem de amônia arterial é mais útil que a venosa, mas não há um consenso sobre isso.

  • A dosagem de amônia é usada para detectar ou monitorar envenenamento por amônia?

    Em geral, não. Na maioria dos casos a amônia tem ação local, queimando ou irritando os tecidos. Ela não age como um veneno sistêmico. Amônia concentrada comercial, sob a forma de líquido ou vapor, causa queimaduras mais graves que a amônia diluída usada em casa, mas ambas podem provocar lesões dos olhos, da pele, do trato respiratório e, se engolidas, da boca, da garganta e do estômago.

  • Quando os níveis de amônia voltam ao normal, podem aumentar de novo?

    Depende da causa do aumento inicial. Quando o problema é passageiro, os níveis devem permanecer normais. Com problemas crônicos, é necessária monitoração, porque eles podem se elevar novamente.

Fontes do artigo

NOTA: Este artigo se baseia em pesquisas que incluíram as fontes citadas e a experiência coletiva de Lab Tests Online Conselho de Revisão Editorial. Este artigo é submetido a revisões periódicas do Conselho Editorial, e pode ser atualizado como resultado dessas revisões. Novas fontes citadas serão adicionadas à lista e distinguidas das fontes originais usadas.

 

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