Também conhecido como
Contagem plaquetária
PLT
Nome formal
Contagem de plaquetas
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 29 de Maio de 2023.

O teste de contagem de plaquetas é um teste de laboratório que mede o número de plaquetas que há no sangue. As plaquetas, também conhecidas como trombócitos, são pequenos fragmentos celulares redondos que circulam no sangue. Eles são essenciais para a formação de coágulos sanguíneos, massas de sangue que o corpo forma para parar o sangramento.

As plaquetas são um dos três principais componentes do sangue, juntamente com os glóbulos vermelhos e brancos.

De relance
Por que fazer este exame?

Para diagnóstico de coagulopatias, ou seja, doenças relacionadas à coagulação e doenças relacionadas à medula óssea. 

Quando fazer este exame?

Como parte de um hemograma completo de rotina, durante episódios de sangramentos sem causa aparente ou sangramentos prolongados, ou para diagnosticar/monitorar doenças hematológicas e de medula óssea.

 

 

Amostra:

Uma amostra de sangue é retirada de uma punção venosa do braço. 

 

É necessário algum tipo de preparação?

Em geral, não.

Mas as plaquetas sobrevivem em torno de 8-10 dias no sangue. Se você tomou aspirina neste período antes de uma cirurgia, a função plaquetária poderá estar diminuída, levando à sangramento excessivo. Consequentemente, a cirurgia poderá ser cancelada. 

O que está sendo pesquisado?

Plaquetas são pequenos fragmentos de células chamadas megacariócitos, que são produzidas na medula óssea. Esses fragmentos (cerca de 2-3 micrômeros de diâmetro) são liberados da medula óssea para a circulação sanguínea. As plaquetas são os primeiros componentes a serem ativados quando há lesão a algum vaso ou tecido. Devido ao fato de serem viscosas ou "pegajosas", são as responsáveis por iniciar a formação do coágulo sanguíneo. A contagem plaquetária é um exame que determina o número de plaquetas no sangue. 

Como a amostra é coletada para o exame?

Uma amostra de sangue é coletada por uma agulha, em uma punção venosa no braço. 

É necessário alguma preparação para garantir a qualidade da amostra?

 Não é necessário nenhum tipo de preparação para o exame. 

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Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    Em distúrbios da coagulação ou doenças da medula óssea, como as leucemias, é necessário determinar o número de plaquetas no sangue, bem como se elas estão exercendo sua função corretamente.

     

  • Quando o exame é pedido?

    A contagem de plaquetas é geralmente solicitada como parte de um hemograma completo, o qual pode ser feito em uma avaliação médica de rotina. Também é pedido quando o paciente apresenta surgimento de hematomas espontâneos ou inexplicados ou quando há sangramento prolongado após pequenos ferimentos.

  • O que significa o resultado do exame?

    Em um adulto, a contagem de plaquetas está em torno de 150.000 a 450.000 plaquetas por microlitro de sangue.

    Se as plaquetas caem abaixo de 20.000/microlitro há risco de sangramento espontâneo, levando à risco de vida. Pacientes com diagnóstico de doenças da medulo óssea, como leucemia ou outras neoplasias de medula óssea, frequentemente apresentam sangramentos secundários a uma queda expressiva das plaquetas (plaquetopenia ou trombocitopenia). Isso ocorre porque as células cancerígenas ocupam a medula óssea, levando, por consequência, a uma baixa produção medular de plaquetas. 

    Baixa contagem plaquetária também pode ocorrer em pacientes com sangramento crônico (por exemplo, úlcera gástrica sangrante), levando à baixa disponibilidade de plaquetas. A plaquetopenia também pode ser vista em pacientes com sepse por bactérias gram-negativas. 

    Além disso, a destruição de plaquetas pode acontecer em indivíduos com doenças autoimunes (como Lúpus ou Púrpura Trombocitopênica Idiopática), nas quais o sistema imune cria anticorpos que atacam o próprio corpo. 

    Certas drogas, como o paracetamol, quinidinas, sulfas, digoxina, vancomicina, diazepam e nitroglicerina são alguns dos exemplos de drogas associadas à queda da contagem de plaquetas. Pacientes realizando quimioterapia ou radioterapia podem apresentar queda da contagem plaquetária. Cerca de 5% das grávidas apresentam plaquetopenia no fim da gestação. 

    O consumo de plaquetas também pode ser observado em doenças renais. A Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) e a Síndrome Hemolítico-urêmica (SHU) são causas de injúria renal e podem levar à plaquetopenia. Por fim, o sequestro esplênico (aprisionamento de plaquetas dentro de um baço patologicamente aumentado) também é causa de plaquetopenia. 

    Mais comumente (cerca de 1% da população), hematomas e sangramentos espontâneos podem ocorrer devido à uma condição hereditária chamada Doença de von Willebrand. Nesta doença, apesar de a contagem plaquetária poder ser normal, a capacidade de agregação das plaquetas está prejudicada pela deficiência do fator de von Willebrand, uma proteína necessária para iniciar o processo de coagulação. Muitos casos são subdiagnosticados devido à natureza indolente da doença, sendo descobertos apenas quando o paciente faz extração dentária, por exemplo, ou no momento do parto. Contudo, alguns casos podem ser de apresentação mais severa, podendo ser agravados ao uso de certas medicações, levando à sangramentos ameaçadores à vida. 

    Já o aumento da contagem de plaquetas (plaquetose ou trombocitemia) pode ser encontrado desde indivíduos saudáveis, até em contextos mais graves, como nas síndromes mieloproliferativas. Em alguns casos, apesar da contagem plaquetária alta, o paciente pode ter tendência à sangramentos devido à dificuldade de agregação das plaquetas. Em outros casos, as plaquetas mantêm sua capacidade de agregação, o que, associado ao número elevado de plaquetas no sangue, pode levar à formação de trombos, levando à oclusões dos vasos sanguíneos (tromboembolismo), podendo causar inclusive morte. 

     

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    Residir em elevadas altitudes, exercício físico extenuante e o período pós-parto podem levar ao aumento da contagem de plaquetas. Drogas que aumentam a contagem plaquetária incluem estrogênios e anticoncepcionais orais. 

    Queda do nível de plaquetas pode ser visto em mulheres antes da menstruação.

    Outras doenças hereditárias causadas por diminuição ou ausência de proteínas que ativam as plaquetas são: Trombastenia de Glanzmann, doença de Bernard-Soulier, síndrome de Chediak-Higashi, síndrome de Wiskott-Aldrich, síndrome de May-Hegglin e Síndrome de Down. A ocorrência dessas doenças genéticas, contudo, é rara. 

     

  • Quais são os sintomas de plaqueta baixa?

    Hematomas sem causa aparente, epistaxe (sangramento do nariz), gengivorragia (sangramento pela boca) ou sangramento retal sem causa aparente, período menstrual prolongado ou dificuldade de estancar sangramentos advindos de pequenas lesões pode indicar baixo nível de contagem de plaquetas.

  • A contagem de plaquetas é estável?

    A contagem de plaquetas pode variar ao longo do dia, costumando ser mais elevada no meio do dia. Em alguns casos, as plaquetas podem se agregar levando à uma contagem falsamente baixa. 

     

Referências

Henry's Clinical Diagnosis and Management by Laboratory Methods, 21st. Saunders. 2007. p. 1414.
Pagana, Kathleen D. & Pagana, Timothy J. (© 2007). Mosby’s Diagnostic and Laboratory Test Reference 8th Edition: Mosby, Inc., Saint Louis, MO. Pp 732-734.
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Pagana, Kathleen D. & Pagana, Timothy J. (2001). Mosby’s Diagnostic and Laboratory Test Reference 5th Edition: Mosby, Inc., Saint Louis, MO.
Thomas, Clayton L., Editor (1997). Taber’s Cyclopedic Medical Dictionary. F.A. Davis Company, Philadelphia, PA [18th Edition].