2014-06-06
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Este artigo foi modificado pela última vez em 10 de Julho de 2017.

Em maio, unidades de saúde pública de Brasília, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo começaram a receber o equipamento para realizar um teste rápido que fornece o diagnóstico de tuberculose em menos de duas horas. Ele substitui a baciloscopia, exame tradicionalmente usado para detectar a doença.

A implantação do novo teste faz parte do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), do Ministério da Saúde. No ano passado, ele foi avaliado em um projeto piloto realizado no Rio de Janeiro e em Manaus.

Segundo o coordenador do PNCT, Draurio Barreira, o teste, chamado de Xpert, é o primeiro método de biologia molecular usado para tuberculose. “É uma tecnologia utilizada para o diagnóstico de várias doenças. Infelizmente isso não acontecia com a tuberculose porque ela foi negligenciada por muitas décadas. A partir de agora, com investimentos da indústria e dos governos, esse cenário está mudando”, diz Barreira.

Ele informa que o teste rápido está disponível na rede pública de saúde, apesar de alguns laboratórios privados do Rio de Janeiro e de São Paulo também o realizarem. “Só que o custo para a iniciativa privada é de quatro a cinco vezes maior que no serviço público. É praticamente proibitivo para a população mais pobre”, explica.

Através de convênio com a Fundação Bill e Melinda Gates, o Brasil foi incluído entre os países em desenvolvimento e de alta carga da doença para receber as máquinas que fazem o novo teste”, explica Barreira.

De acordo com coordenador do PNCT, a tuberculose no Brasil é de responsabilidade pública. Mesmo uma pessoa diagnosticada na rede privada é referenciada para o Sistema Único de Saúde (SUS), onde recebe tratamento gratuito. Os medicamentos não estão disponíveis nas farmácias.

Segundo o Ministério da Saúde, a mortalidade da tuberculose no mundo é de 25 por 100 mil habitantes, enquanto o índice no Brasil é 2,4 mortes na mesma proporção. “Menos que dez vezes a mortalidade média global. A incidência, ou seja, o número de casos pela população, está em 36 casos por 100 mil pessoas no Brasil, contra 250 casos por 100 mil no mundo”, conclui Barreira.

Sources

Agência Brasil