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2023-07-04
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Este artigo foi modificado pela última vez em 05 de Julho de 2023.

Febre Maculosa é uma doença causada por um grupo de bactérias do gênero Ricketsia. No Brasil duas espécies principais causam a febre maculosa: Rickettsia rickketsi, que é a de maior letalidade, e Rickettisia parkeri. 

De acordo com o patologista clínico e diretor científico, Andre Doi, a febre maculosa é uma síndrome febril cujos sintomas principais são: dores de cabeça, mal-estar, náuseas e vômitos, dores musculares, inchaço e vermelhidão na palma das mãos e sola dos pés, dores abdominais, etc.

A doença pode se desenvolver em suas formas leves e atípicas até formas graves, e quando não tratada adequadamente, pode apresentar taxa de letalidade de 85%. 

Essas bactérias são transmitidas através da picada de carrapatos, em especial carrapatos do gênero Amblyomma, tais como A. sculptum (= A. cajennense) conhecido como carrapato estrela, A. aureolatum e A. ovale. O reservatório deles são mamíferos que vivem na natureza, como exemplo, capivaras, mas também pode acometer outras espécies de mamíferos, incluindo cães. 

A Febre Maculosa tomou destaque nas últimas semanas devido a cinco mortes reportadas em pacientes que adquiriram a doença na região de Campinas (SP), em infecções pela bactéria Rickettsia rickettsi. 

O diagnóstico laboratorial da doença é desafiador. Pode ser realizado através da sorologia com detecção de anticorpos IgM, sendo melhor método a imunofluorescência indireta ou a detecção molecular da bactéria através da Reação da Polimerase em Cadeia (PCR). 

A sorologia apresenta baixa sensibilidade, principalmente no início da doença e a presença de IgM não é definitiva para o diagnóstico, uma vez que, resultados falso-positivos podem ocorrer.

“O PCR no sangue, apesar de ser mais sensível que a sorologia, pode se apresentar negativo nos primeiros dias dos sintomas. Sendo assim, o diagnóstico da doença deve se basear no quadro clínico do paciente associado à epidemiologia que é essencial nessa doença. Ou seja,deve-se investigar se o paciente esteve em áreas onde a doença ocorre tanto em humanos quanto em animais, picada do carrapato, e região onde o paciente esteve, uma vez que cada espécie de Rickettsia apresenta epidemiologia específica”, esclarece.  

O tratamento da doença deve ser realizado com antibióticos da classe das tetraciclinas e possui elevada eficácia quando utilizado no momento certo, que é o início das manifestações e antes das complicações endoteliais.