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LTONews
2024-04-12
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Este artigo foi modificado pela última vez em 17 de Abril de 2024.

Dados mostram que as mortes pela doença registradas em 187 países passaram de 1,1 milhão em 2019 para 1,3 milhão em 2022.

As mortes por hepatites virais estão aumentando em todo o mundo. A doença é a 2ª principal causa infecciosa de morte no planeta, contabilizando 3.500 mortes por dia e 1,3 milhão por ano. O total é o mesmo da tuberculose, que ocupa o 1º lugar no ranking. Estudo divulgado na 3ª feira (9.abr.2024) pela OMS (Organização Mundial da Saúde) mostra que houve melhora nas ferramentas de diagnóstico e tratamento disponíveis, assim como no preço dos produtos. Contudo, aponta que a testagem e a quantidade de pacientes em tratamento estagnaram.

Confira abaixo conteúdo enviado pela SBPC/ML à Imprensa:


Como tornar mais eficaz o diagnóstico e a prevenção das hepatites virais

Além da imunização, disponível no Programa Nacional de Imunização (PNI), a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial ressalta a importância de atenção ao saneamento básico e à higiene individual

As hepatites são um grave problema de saúde pública, por isso é importante estar atento aos fatores socioambientais que provocam a infecção, como a ingestão de água ou alimentos contaminados, em decorrência da ausência de saneamento básico, contato sexual sem proteção e outras formas de contato com sangue ou fluidos corporais infectados. As hepatites mais comuns no Brasil são as do tipo A, B e C. O vírus da hepatite D é mais comum na região Norte e o da hepatite E, o menos encontrado. Dados do Ministério da Saúde indicaram mais de 700 mil casos de diagnósticos positivos da doença de 2000 a 2021. Só por hepatite C, foram mais de 62 mil óbitos no período.

Com a detecção de infecção pelo vírus da hepatite C, é possível iniciar um tratamento rápido e muito eficaz. O coordenador médico do Laboratório Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, João Renato Rebello Pinho, membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica /Medicina Laboratorial (SBPC/ML), explica que o principal problema da infecção é a característica assintomática inicial.
 

“A ausência dos sintomas e sinais precoces da doença não contribuem para um bom diagnóstico. Reforço a importância da comunidade médica solicitar a sorologia nos exames de rotina e falar sobre a imunização para prevenção das hepatites A e B”, esclarece o médico. A vacinação da hepatite A, dose única, deve ser aplicada aos 15 meses e para hepatite B, ao nascer, mas o esquema vacinal deve ser completado na adolescência e fase adulta, de acordo com a situação vacinal. Todas previstas no Calendário Nacional de Vacinação disponíveis na rede pública܂ Quando o quadro clínico é claro com icterícia ou mesmo em casos assintomáticos, uma análise laboratorial detalhada permite a identificação da forma de hepatite e guiar a melhor abordagem no tratamento", diz. 

Hepatites podem ser causadas ainda por outros vírus ou bactérias, ou até mesmo pelo uso excessivo de medicamentos ou ingestão de bebidas alcoólicas. Além disso, a caracterização dos genótipos dos 5 vírus hepatotrópicos convencionais (A, B, C, D, E) neste projeto permitirá conhecer sua dispersão na população brasileira.


Exames:

Hepatite B: Existem diferentes testes para verificar a presença de antígenos e anticorpos relacionados à Hepatite B. Os testes de antígenos incluem o HBsAg e o HBeAg, enquanto os de anticorpos são o Anti-HBc IgM, Anti-HBc IgG, Anti-HBe e Anti-HBs. A combinação desses testes pode confirmar ou descartar a infecção aguda ou crônica pela Hepatite B, bem como infecção ou vacinação prévias. Em alguns casos, a carga viral (biologia molecular) pode ser útil para fornecer informações adicionais ao diagnóstico, mas não é estritamente necessária. 
 

Hepatite C: No caso da Hepatite C, o teste sorológico principal é o anti-HCV. Se o resultado for reativo, isso indica que a pessoa teve ou está com a doença. Se o resultado for negativo, significa que a pessoa não tem a infecção. No entanto, para um diagnóstico definitivo após um resultado reativo, a realização da carga viral (teste de biologia molecular) é essencial, ao contrário da hepatite B. Se a carga viral também for positiva, indica que a pessoa está atualmente infectada. Se a carga viral for negativa, sugere que a pessoa teve a infecção no passado, mas não está mais com o vírus no organismo.