2012-12-10
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Este artigo foi modificado pela última vez em 10 de Julho de 2017.

As doenças cardiovasculares tornaram-se uma epidemia e matam 17 milhões de pessoas por ano no mundo. Só no Brasil são 300 mil mortes, segundo dados do Ministério da Saúde, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Organização Mundial de Saúde.

O presidente da SBC, Jadelson Andrade, diz que, na última década, 36 milhões de mortes no mundo foram causadas por doenças não infecciosas, chamadas de doenças não comunicadas.

"Dessas, um percentual bastante expressivo se deve a doenças cardiovasculares. Então, hoje, no mundo, morrem 17 milhões de pessoas por ano por doenças cardiovasculares". Ele alerta que a expectativa é que o número cresça, até 2030, para 23 milhões.

Segundo o médico, 43% das mortes por doença cardiovascular na América Latina são de indivíduos em idade produtiva, o que causa um grande impacto socioeconômico. No Brasil, as doenças não comunicáveis causam 72% das mortes, sendo que as cardiovasculares contribuem com 31% do total. Em termos de comparação, ele relacionou que as mortes por câncer são 16,3%, por diabetes 5,2% e por doenças respiratórias 5,8%. Andrade destacou a importância de implementação de políticas públicas para prevenir o avanço da epidemia.

“Urge a necessidade de que programas e projetos de prevenção cardiovascular e de tratamentos efetivos sejam estabelecidos, porque esse foi o caminho encontrado por diversos países do mundo para conseguir controlar essa epidemia de mortes por doença cardiovascular, inclusive com a redução do custo do tratamento, que passa de US$ 20 bilhões por ano”, alerta Andrade.

O presidente da SBC disse que o Brasil tem programas de prevenção para doenças cardiovasculares, porém, ainda tímidas diante da magnitude do problema.

“Se você comparar os programas que nós temos para tabagismo e para hipertensão arterial, por exemplo, com o programa contra aids, que mata 30 vezes menos do que as doenças do coração, é quase nada. Se você comparar a campanha do câncer de mama, que mata 36 vezes menos do que o derrame e o enfarto do miocárdio, as campanhas das doenças do coração precisam ser ampliadas. Nós defendemos a ideia, claro, que as campanhas que existem nas outras áreas sejam ampliadas, mas que as campanhas das doenças cardiovasculares deixem de ser tão pouco expressivas como atualmente vem sendo”.

Sources

Agência Brasil