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2023-06-13
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 13 de Junho de 2023.

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pelo Treponema pallidum, uma bactéria em forma de espiroqueta. Gestantes com sífilis podem transmitir a doença a seus filhos durante a gestação. Em neonatos, a doença é conhecida como sífilis congênita. Nos últimos anos, casos da doença em criança têm aumentado.

São necessários dois testes para a confirmação da sífilis: um teste treponêmico e um não treponêmico. Dada a importância e gravidade da sífilis congênita, no Brasil, gestantes são submetidas a tratamento com um dos dois testes positivos.

A testagem pré-natal de sífilis não foi suficiente para o tratamento adequado de gestantes, contribuindo para um aumento de mais de metade dos casos de síflis congênita em 2018, de acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos. Ainda, segundo o relatório da entidade, houve um aumento de 22% na mortalidade por sífilis congênita.

Já segundo o Boletim Epidemiológico de 2022, no Brasil, houve um aumento do diagnóstico de sífilis congênita entre 2011 e 2021, com crescimento médio de mais de 15%. Apesar de mais casos confirmados, cerca de 81,1% de gestantes diagnosticadas com sífilis não realizaram o tratamento com benzilpenicilina e houve a elevação em 84% da mortalidade infantil por sífilis congênita de 2011 a 2021.

A testagem pré-natal de sífilis é uma importante ferramenta na prevenção de casos de sífilis congênita, uma vez que o tratamento com penicilina reduz o risco de transmissão para o feto. Sem o tratamento, a sífilis congênita pode levar ao abortamento, surdez, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e morte.

Para reduzir o número de sífilis congênita, o relatório do CDC enfatiza o rastreamento universal de gestante no primeiro trimestre, sendo retestados no terceiro trimestre. Esta estratégia também é enfatizada pelo protocolo do Ministério de Saúde brasileiro, devendo ser reforçado, especialmente após o pico da pandemia de COVID-19.   

Fontes

MMWR Media Summary. Missed Opportunities for Prevention of Congenital Syphilis — United States, 2018. Available online at https://www.cdc.gov/nchhstp/newsroom/2020/missed-opportunities-for-prevention-of-congenital-syphilis-media-summary.html. Page last reviewed June 4, 2020. Accessed July 27, 2020.

Anne Kimball et al. Missed Opportunities for Prevention of Congenital Syphilis — United States, 2018. Morbidity and Mortality Weekly Report. U.S. Centers for Disease Control and Prevention. Available online at https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/69/wr/mm6922a1.htm. Published June 5, 2020. Accessed June 27, 2020.

Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico de Sífilis 2022. Outubro. 2022

Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022.