São quatro os principais indicadores usados para determinar a confiabilidade dos exames laboratoriais. Dois deles são a precisão e a exatidão. A precisão reflete a capacidade do sistema analítico de reproduzir o resultado quando de sua repetição (reprodutibilidade). A exatidão vai refletir, através da participação em programas externos de controle da qualidade, a proximidade do valor encontrado com o que definimos como valor “verdadeiro”. A precisão é avaliada pela introdução diária do controle interno, e a exatidão pelos resultados do controle externo. Os outros dois indicadores são a sensibilidade e a especificidade, que descrevem a eficiência do exame para diagnosticar ou excluir uma doença.
A precisão de cada método é monitorada diariamente pelos profissionais de laboratório. A sensibilidade e a especificidade são determinadas em estudos clínicos e são publicadas na literatura médica.
Exatidão e precisão
Exatidão e precisão são avaliações estatísticas da variabilidade de um método, e não devem ser confundidas. Um exame pode ser preciso sem ser exato.
Precisão (ou reprodutibilidade)
Diz-se que um método é preciso quando análises repetidas da mesma amostra produzem resultados semelhantes. Isso não significa que os resultados estão corretos, apenas que se repetem. Esta condição é avaliada através do controle interno da qualidade, que é introduzido diariamente no sistema analítico do laboratório.

Exatidão (ou acurácia)
Diz-se que um método é exato quando produz resultados próximos do valor verdadeiro da medida, obtido com amostras de valor conhecido, e este valor se revela muito próximo do valor determinado para aquela substância quando analisada através de condições e metodologias que referimos como “padrão ouro”, ou seja, podemos comparar os resultados obtidos com padrões chamados de referência.

Embora o ideal serja um exame 100% preciso e exato, na prática os instrumentos e as manipulações contribuem para pequenas variações, insignificantes quando da interpretação dos resultados. O grau de precisão e de exatidão de cada exame é monitorado nos laboratórios por procedimentos de controle da qualidade. Pode haver também alguma variação de precisão de exatidão entre diferentes laboratórios, devido a utilização de diferentes instrumentos e métodos.
Sensibilidade e especificidade
O médico pede exames para diagnosticar ou monitorar doenças, com base na capacidade inerente do exame de distinguir se o paciente tem ou não a doença suspeitada.
Sensibilidade
Sensibilidade é a capacidade do exame de identificar as pessoas que têm uma determinada doença. Por exemplo, se um exame tem uma sensibilidade de 90%, ele identifica 90 pessoas em 100 que têm a doença, e não identifica 10 pessoas em 100 com a doença. Essas 10 pessoas recebem resultados falsos negativos.
A sensibilidade é importante no diagnóstico de doenças graves. Por exemplo, a pesquisa de anticorpos anti-HIV por ELISA tem uma sensibilidade maior que 99%. Mesmo assim, algumas pessoas podem receber resultados falsos negativos, se forem testadas no início da infecção (menos de seis semanas). Testes mais sensíveis produzem menos resultados falsos negativos.
Especificidade
Especificidade é a capacidade de um exame de excluir pessoas que não tem uma doença determinada. Por exemplo, se um exame tem especificidade de 90%, produzirá resultados normais em 90 pessoas em 100 que são saudáveis. Outras 10 pessoas saudáveis receberão resultados falsos positivos. Exames mais específicos produzem menos resultados falsos positivos, o que é importante para evitar tratamentos, despesas e ansiedade desnecessários.