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2024-01-23
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 25 de Janeiro de 2024.

Estação mais quente do ano requer cuidados extras com alimentos, bebidas, inseticidas e a pele, que fica mais suscetível ao vírus, fungos e bactérias

Tempo de lazer, dias ensolarados e pura diversão. O verão, conhecido como a estação mais quente do ano, também demanda atenção redobrada aos cuidados com a alimentação, bebidas e alguns outros cuidados. Durante esse período, é mais frequente a deterioração mais rápida de alimentos, além do aumento no consumo de bebidas alcoólicas e maior propensão para contrair micoses e viroses. 

Segundo o médico patologista clínico, toxicologista e presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Alvaro Pulchinelli, o aumento do calor verificado nos últimos dias requer maior atenção aos riscos de intoxicações alimentares e aos perigos associados a essa temporada. 

"Nesse período, estamos mais propensos a nos alimentar com comidas mais leves. Por isso é preciso mais cuidado, porque essas comidas mais leves podem, eventualmente, estar mal conservadas ou mal acondicionadas. Alimentos crus e frutos do mar são muito delicados e precisam de conservação mais específica, por exemplo. É importante lembrar sempre que o alimento mal conservado não tem aspecto, cheiro ou sabor alterado. Essa proliferação bacteriana, às vezes, é silenciosa", ressaltou.

O toxicologista explica ainda que nessa época do ano sentimos mais sede e que é preciso cuidado com a bebida alcoólica, seja destilada ou fermentada, e mais cuidado ainda com a procedência dessa bebida. "Essas bebidas clandestinas já chegam para o consumidor contaminadas, muitas vezes por álcool não apropriado para a ingestão. É preciso muito cuidado, pois no carnaval, por exemplo, bebidas tipo corote, são muito consumidas e de qualidade duvidosa muitas vezes. O calor excessivo aumenta o reflexo da sede pelo suor, pela perda de líquidos do organismo. O indivíduo tenta compensar essa falta de água no organismo, com as bebidas alcoólicas, como a cerveja, por exemplo, o que pode provocar uma intoxicação alimentar, mais conhecida como embriaguez", destacou Pulchinelli, lembrando que em alguns verões passados tivemos a tragédia da cerveja contaminada com etilenoglicol, que resultou em óbitos.  

A intoxicação alimentar, por vezes, é apenas um episódio benigno, auto-limitado. Assim que a pessoa expele aquelas substâncias que causam a intoxicação, sejam bactérias ou toxinas bacterianas, o quadro tende a melhorar. Os sintomas são aqueles ligados ao trato gastrointestinal, como mal-estar, náusea, vômito e, eventualmente, febre. 

De acordo com o especialista da SBPC/ML, às vezes é até difícil diferenciá-los de outras situações. Mas sempre que esses sintomas forem intensos ou tiverem uma duração maior que dois ou três dias, é preciso atenção imediata. 

"Em casos intensos ou prolongados de sintomas, é fundamental buscar orientação médica para um diagnóstico adequado e tratamento eficaz", ressaltou Pulchinelli, acrescentando que crianças e idosos são ainda mais suscetíveis à desidratação, exigindo cuidados especiais.


Outros tipos de intoxicação e infecção típicas do verão

Também é durante o verão em que a combinação de altas temperaturas e umidade cria um ambiente propício para o crescimento de fungos e vírus, aumentando o risco de infecções, como micoses cutâneas e viroses transmitidas por vetores. O patologista clínico e presidente da SBPC/ML, Alvaro Pulchinelli, ressalta a importância de cuidados específicos, como a secagem adequada após atividades aquáticas e a importância de cuidados específicos ao usar inseticidas e repelentes, especialmente em ambientes fechados.

"Alguns cuidados precisam ser tomados caso haja aplicação desses produtos no ambiente, seja na forma de spray ou aerosol: não aplicar na presença de crianças, nem de animais domésticos, nem em um ambiente que vá ter alimentação, refeição. De preferência fechar a janela, por aproximadamente 1 hora, para que a eficácia do produto seja maior. E somente após isso, devemos deixar o ambiente aberto para ventilar e sair o excesso de resíduo. No caso dos repelentes de parede, é importante que a distância da cabeça das pessoas que estão dormindo naquele ambiente, fique a pelo menos dois metros do dispositivo", explicou.