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Este artigo foi modificado pela última vez em 27 de Dezembro de 2019.
Resumo

Doença inflamatória pélvica é uma infecção dos órgãos reprodutores femininos. Ocorre quando bactérias atravessam a camada de muco que protege a abertura do colo uterino e se movem da vagina para o útero, as trompas de Falópio e os ovários. A infecção resultante pode causar uma doença aguda ou crônica quase sem sintomas. Se não for tratada, provoca fibrose e lesão irreversível de um ou mais órgãos reprodutores. A fibrose das trompas de Falópio é uma causa importante de infertilidade e aumenta o risco de gravidez ectópica.

As principais bactérias responsáveis pela doença inflamatória pélvica são Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae, agentes comuns de infecções transmitidas sexualmente. Outras bactérias muito encontradas na vagina, como Gardnerella vaginalis e Escherichia coli, também são identificadas como causa da infecção.

Embora possa ocorrer em qualquer idade, a doença inflamatória pélvica afeta com maior frequência mulheres na idade fértil com atividade sexual. O uso de dispositivo intrauterino (DIU) é um fator de risco durante alguns meses após a inserção. Duchas vaginais também podem facilitar a infecção porque empurram bactérias através do colo do útero. Durante a gravidez, como o colo do útero é vedado, a doença inflamatória pélvica é rara.

Sinais e sintomas

Uma mulher com doença inflamatória pélvica pode não ter sintomas, ou apresentar desconforto abdominal com dor crônica ou progressiva, ou, ainda, mostrar-se doente com alguma gravidade. Os sinais e sintomas não são específicos e ocorrem em diversos distúrbios que afetam a pelve.

Sintomas comuns:

  • Dor no abdome inferior é o sintoma mais comum.
  • Febre, em geral baixa e intermitente.
  • Corrimento vaginal com odor desagradável.
  • Sensibilidade abdominal.
  • Dor ou sangramento durante relações sexuais.
  • Micção dolorosa.
  • Menstruação irregular.
  • Náuseas.

Complicações incluem infertilidade, dor crônica pélvica, lesões das trompas e nos ovários e gravidez ectópica. Mesmo uma pequena fibrose das trompas pode prejudicar a fertilidade, impedindo a fertilização do ovo ou a passagem deste, já fertilizado, para o útero. O ovo fertilizado pode se desenvolver na trompa e provocar ruptura com sangramento interno e dor intensa, o que constitui uma emergência cirúrgica. 

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Sobre Doença Inflamatória Pélvica
  • Exames

    Os exames visam o diagnóstico da doença inflamatória pélvica e a identificação da bactéria que a provocou. Na maioria dos casos, o diagnóstico é clínico. Como os sintomas podem ser brandos e inespecíficos, cerca de dois terços dos casos permanecem sem diagnóstico ou são diagnosticados durante exames de rotina.

    Exames laboratoriais

    Alguns exames que podem ser pedidos para identificar a bactéria causadora:

    • Preparação a fresco. Uma amostra de secreção vaginal ou cervical é examinada ao microscópio, para verificar um aumento do número de leucócitos, que é frequente na doença inflamatória pélvica.
    • Cultura da secreção do colo do útero, para identificar outras bactérias causadoras.

    Outros exames não específicos para avaliar a inflamação e a resposta imunológica:

    • Hemograma  - Analisa alterações dos leucócitos.
    • Proteína C reativa - Avalia a intensidade da inflamação.

    Um teste de gravidez pode ser feito para confirmar uma gravidez ou para auxiliar o diagnóstico de gravidez ectópica.

    Exames não laboratoriais

    • Exame físico - Avalia a secreção, a sensibilidade e a dor. Uma característica dessa doença é dor no colo uterino e no útero. O diagnóstico pode se basear apenas no exame físico.
    • Ultrassonografia pélvica ou transvaginal - Para examinar os órgãos reprodutores.
    • Laparoscopia - Para confirmar o diagnóstico, examinar os órgãos e colher amostras para biópsia.
    • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética - Para visualização dos órgãos
  • Tratamento

    A suspeita clínica de doença inflamatória pélvica justifica o tratamento mesmo sem uma confirmação com exames de imagem ou laboratoriais, porque uma pequena fibrose resultante pode provocar infertilidade.

    O tratamento é feito com um ou mais antibióticos eficazes contra Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae e outras bactérias. Se for identificada a bactéria causadora, o tratamento é adaptado de acordo com o teste de sensibilidade aos antibióticos. O parceiro sexual da mulher também deve ser tratado, para não reinfectá-la novamente após ser tratada.

    Na maioria dos casos, o tratamento é ambulatorial, mas, se a infecção for grave ou não houver resposta ao tratamento, pode haver necessidade de internação hospitalar. Em casos raros, quando se forma um abscesso, é necessário fazer uma cirurgia para drenagem.

Fontes do Artigo

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