Nome formal
Cistatina C
Este artigo foi revisto pela última vez em
Este artigo foi modificado pela última vez em 06 de Junho de 2019.
De relance
Por que fazer este exame?

Para detectar e monitorar disfunção renal aguda e crônica. A utilidade clínica da cistatina C ainda não está estabelecida completamente.

Quando fazer este exame?

Quando o médico suspeita que uma pessoa pode ter diminuição da função renal, em especial quando ela tem resultados normais de creatinina e da taxa de filtração glomerular estimada. Pode ser pedida em intervalos regulares para monitorar disfunção renal.

Amostra:

Uma amostra de sangue de uma veia do braço.

É necessária alguma preparação?

Nenhuma.

O que está sendo pesquisado?

A cistatina C é uma proteína relativamente pequena produzida por todas as células nucleadas do corpo. É produzida e destruída em uma velocidade constante, e é encontrada em líquidos corporais como o sangue, o líquido cefalorraquiano e o leite.

A cistatina C é filtrada do sangue pelos glomérulos, grupos de pequenos vasos sanguíneos nos rins que permitem a passagem de água, substâncias diluídas e resíduos metabólicos através de suas paredes, mas retêm células do sangue e moléculas grandes. O que atravessa a parede dos glomérulos é chamado filtrado. Desse líquido, os rins reabsorvem cistatina C, glicose e outras substâncias. O filtrado restante é levado à bexiga urinária e é excretado como urina. A cistatina C reabsorvida é decomposta e não retorna à corrente sanguínea.

A velocidade de filtração do sangue é chamada taxa de filtração glomerular. Diminuições da função renal causam diminuição da taxa de filtração glomerular e aumento da cistatina C e de resíduos no sangue.

Como os níveis sanguíneos de cistatina C variam com alterações da taxa de filtração glomerular, há interesse em usá-la como um método de avaliação da função renal. Os testes usados atualmente incluem a creatinina, um resíduo do metabolismo muscular que é medido no sangue e na urina, a ureia e a taxa de filtração glomerular estimada. A cistatina C, ao contrário da creatinina, não é afetada de modo significativo por massa muscular, gênero, idade ou etnia. Quando a função renal está normal, os níveis sanguíneos de cistatina C são estáveis. Quando a função renal diminui, os níveis sanguíneos de cistatina C aumentam. Esse aumento ocorre com a queda da taxa de filtração glomerular e, com frequência, é detectável antes que as medidas da taxa de filtração glomerular se alterem. Enquanto se acumulam dados e trabalhos apoiando o uso da cistatina C para avaliar a função renal, ainda há certa incerteza sobre quando e como ela deve ser usada.

Como a amostra é obtida para o exame?

Uma amostra de sangue é obtida inserindo uma agulha em uma veia do braço.

NOTA: Se exames médicos em você ou em alguém importante para você o deixam ansioso ou constrangido, ou se você tem dificuldade de lidar com eles, leia um ou mais dos seguintes artigos: Lidando com dor, desconforto ou ansiedade durante o exame, Conselhos sobre exames de sangue, Conselhos para ajudar crianças durante exames médicos, e Conselhos para ajudar idosos durante exames médicos.

Outro artigo, Siga essa amostra, fornece uma visão da coleta e do processamento de uma amostra de sangue e de uma amostra de cultura da garganta.

É necessário algum preparo para garantir a qualidade da amostra?

Não é necessária nenhuma preparação.
Accordion Title
Perguntas frequentes
  • Como o exame é usado?

    A cistatina C pode ser usada como uma alternativa à creatinina e ao clearance da creatinina para triagem e monitoração em pessoas com doença renal suspeita ou conhecida. Ela pode ser de utilidade especial nos casos em que a medida da creatinina não é adequada, como pessoas com cirrose hepática, muito obesas, desnutridas ou com massa muscular reduzida. Medidas da cistatina C podem também ser úteis na detecção precoce de doenças renais quando outros exames ainda estão normais e a pessoa tem poucos ou nenhum sintomas.

    Pesquisadores estão explorando outros usos para a cistatina C, que podem se desenvolver com o tempo. Além de disfunção renal, a cistatina C foi associada a aumento do risco de doença cardiovascular e de insuficiência cardíaca em idosos.

  • Quando o exame é pedido?

    A cistatina C está ganhando aceitação à medida que os estudos confirmam e definem sua utilidade, em especial como um marcador sensível e precoce de doença renal crônica. Pode ser pedida quando uma pessoa tem uma doença conhecida ou suspeitada que possa afetar a função renal e reduzir a taxa de filtração glomerular. Ela pode também ser pedida quando o médico não está satisfeito com os resultados de outros exames, como creatinina, taxa de filtração glomerular estimada ou clearance de creatinina, ou quando quer detectar lesão renal inicial, especialmente em idosos, ou quando quer monitorar a evolução de distúrbios conhecidos.

    Os pesquisadores esperam aprender mais sobre a cistatina C como um indicador de risco de insuficiência cardíaca e de morte, especialmente em idosos. Nesses termos, o exame pode se mostrar útil em momentos em que o paciente tem um risco maior de problemas cardíacos. Por exemplo, o exame pode ser pedido como parte da triagem pré-operatória, antes da prescrição de alguns medicamentos ou antes de exames que usam contrastes intravenosos.

  • O que significa o resultado do exame?

    Um aumento da cistatina C no sangue corresponde a uma diminuição da taxa de filtração glomerular e, em consequência, da função renal. Como a cistatina C é produzida em todo o corpo em quantidade constante e é removida pelos rins, seu nível deve permanecer constante se a função renal e a taxa de filtração glomerular estiverem normais. As concentrações de cistatina C não são afetadas por gênero, idade ou etnia, infecção, dieta, inflamação nem pela maioria dos medicamentos (veja abaixo).

    Estudos recentes sugerem que níveis aumentados de cistatina C podem também indicar um risco aumentado de doença cardíaca, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e morte.

  • Há mais alguma coisa que eu devo saber?

    Aumentos da cistatina C foram associados a hiper-homocisteinúria, que é observada com frequência em pacientes que recebem transplantes renais, e a progressão de doenças hepáticas. Pelo menos um estudo dos níveis de cistatina C no sangue e em derrames pleurais foram comparados para ajudar a determinar a causa do derrame. A utilidade dessas associações pode se confirmar ou não.

    Os níveis sanguíneos de cistatina C podem ser aumentados por corticoesteroides e diminuídos por ciclosporina. Na ausência de doença renal, os níveis sanguíneos de cistatina C podem se elevar em doenças reumáticas e em certos tipos de câncer, embora não sejam afetados pela carga tumoral, uma medida do tamanho de doenças malignas

  • A cistatina C pode ser medida na urina?

    Não. Ao contrário da creatinina, a cistatina C é reabsorvida do filtrado glomerular e metabolizada nos rins. Em condições normais, não há níveis detectáveis de cistatina C na urina.

  • Como é calculada a taxa de filtração glomerular estimada?

    A equação mais usada para o cálculo da taxa de filtração glomerular estimada é a recomendada pela National Kidney Foundation para uso geral, chamada equação MDRD (estudo Modification of Diet in Renal Disease). Ela usa o valor da dosagem de creatinina no sangue, a idade e valores baseados no gênero e na etnia.

    Pesquisadores estão avaliando a utilidade de diversas equações para cálculo de taxa de filtração glomerular estimada, que combinam exames como creatinina, ureia e cistatina C.

  • Há outros modos de determinar a taxa de filtração glomerular?

    O melhor método para determinar a taxa de filtração glomerular é um procedimento chamado clearance de inulina. Envolve uma infusão intravenosa de inulina (não confunda com insulina) e colheita de amostras de urina em momentos determinados durante algumas horas. Os volumes de urina são anotados e a inulina é medida em cada amostra para permitir a determinação da taxa de filtração glomerular. Esse exame e outros métodos de determinação da taxa de filtração glomerular, como os que usam isótopos radioativos, não são exames de rotina. São usados em ambientes de pesquisa.

Fontes do artigo

NOTA: Este artigo se baseia em pesquisas que incluíram as fontes citadas e a experiência coletiva de Lab Tests Online Conselho de Revisão Editorial. Este artigo é submetido a revisões periódicas do Conselho Editorial, e pode ser atualizado como resultado dessas revisões. Novas fontes citadas serão adicionadas à lista e distinguidas das fontes originais usadas.

 

S1
Thomas, Clayton L., Editor (1997). Taber’s Cyclopedic Medical Dictionary. F.A. Davis Company, Philadelphia, PA [18th Edition].

S2
Jeffrey, S. (2006 August 16). Cystatin C May Identify “Pre-CKD” in Elderly With Normal eGFR [24 paragraphs]. Medscape Medical News [On-line information]. Available FTP: http://www.medscape.com/viewarticle/543019

S3
Jeffrey, S. (2005 September 6). Cystatin C is a sensitive marker of prognosis acute heart failure [13 paragraphs]. Medscape Medical News [On-line information]. Available FTP: http://www.medscape.com/viewarticle/538789

S4
Shlipak, M. (2005 May 19). Cystatin C and the Risk of Death and Cardiovascular Events among Elderly Persons [4 paragraphs]. NEJM v 352(20) 2049-2060. [On-line journal]. Available FTP: http://content.nejm.org/cgi/content/short/352/20/2049

S5
Sarnak, M. (2005 April 5). Cystatin C Concentration as a Risk Factor for Heart Failure in Older Adults [36 paragraphs]. Annals of Internal Medicine v142(7) [On-line information]. Available FTP: http://www.annals.org/cgi/content/abstract/142/7/497?ct

S6
Villa, P. et. al. (2005 April). Serum cystatin C concentration as a marker of acute renal dysfunction in critically ill patients [18 paragraphs]. Crit Care. 2005; 9(2): R139–R143. [On-line journal]. Available FTP: http://www.pubmedcentral.gov/articlerender.fcgi?tool=pmcentrez&artid=1175926