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Vitamina D

Vitamina D

Este artigo foi revisto pela última vez em 27 de Outubro de 2008.

Este artigo foi modificado pela última vez em 24 de Maio de 2019.

Também conhecido como:

  •  Dosagem de 25-hidroxivitamina D;
  • 25-hidroxi-vitamina-D (calcidiol, calcifediol)
  • 25(OH)D.

Amostra:
Amostra de sangue obtida por punção venosa, geralmente soro.

É necessária alguma preparação?
Usualmente não é necessário jejum ou qualquer preparação especial, apesar de alguns laboratórios recomendarem um jejum de 4 horas para se evitar o efeito da lipemia. No entanto, é fundamental seguir sempre as orientações do seu médico e do laboratório clínico (Le Goff et al., 2015).

Por que fazer este exame?
Para avaliar o status de vitamina D no organismo, auxiliando no diagnóstico de deficiência ou toxicidade. O exame é solicitado para investigar causas de doenças ósseas (como osteoporose), distúrbios do metabolismo do cálcio, monitorar a eficácia da suplementação e avaliar pacientes em grupos de risco para deficiência (idosos institucionalizados e/ou com baixa exposição solar; obesos; pós-cirurgia bariátrica; em uso de medicamentos que reduzem a biodisponibilidade da vitamina D; bebê de mães com história de deficiência de vitamina D) (Giustina et al., 2024; Demay et al., 2024).

O que está sendo pesquisado?

A vitamina D não é um único composto, mas um conjunto de diversos metabólitos derivados do colesterol. Desses, os principais são Colecalciferol (Vitamina D3) e o Ergocalciferol (Vitamina D2). O Colecalciferol é produzido na pele humana sob estímulo dos raios solares, já a vitamina D2 é obtida, principalmente, na alimentação. Tanto a vitamina D3 quanto o Ergocalciferol serão hidroxilados no fígado pelo citocromo P450 CYP2R1 (microssomal) e CYP27A1 (mitocondrial) resultando na produção de 25-hidroxivitamina D [25(OH)D],  Calcidiol, o metabólito mais abundante da vitamina D no sangue, o qual ainda não está ativado.  Em seguida, a 25(OH)D é hidroxilada nos rins pelo CYP27B1, convertendo-a para a forma ativada, 1,25-di-hidroxi-vitamina D (calcitriol) (Alonso et al., 2023). A vitamina D é um hormônio esteroide crucial para a absorção de cálcio e fósforo, fundamental para a saúde óssea e com papéis importantes na função muscular e imunológica (Janoušek et al., 2022).

A forma biologicamente ativa, 1,25-dihidroxivitamina D, geralmente não é medida para avaliar a reserva de vitamina D, sendo sua dosagem reservada para situações clínicas específicas, como na doença renal crônica ou suspeita de distúrbios do metabolismo do cálcio (Hsu et al., 2023). Em contrapartida, a 25-hidroxivitamina D [25(OH)D], por ser a mais abundante no sangue, é o metabólito mais comumente medido para se avaliar o status de vitamina D no sangue.

Perguntas Frequentes

Grupos de risco incluem idosos, indivíduos com exposição solar limitada (por baixa mobilidade, vestimentas ou uso de protetor solar), pessoas com obesidade (a vitamina D fica sequestrada no tecido adiposo), pacientes com síndromes de má absorção (como doença de Crohn ou doença celíaca) e portadores de doença renal crônica ou hepática. O uso de certos medicamentos também pode interferir no metabolismo da vitamina D (Demay et al., 2024; Giustina et al., 2024).

Segundo Giustina et al. (2024), as populações em risco de deficiência de vitamina D segundo uma abordagem clínica são:

Idoso
Pessoas confinadas em casa
Pessoas com deficiência

Pessoas institucionalizadas

Trabalhadores de longas horas em ambientes fechados
Trabalhadores de escritório
Trabalhadores de fábrica ou armazém
Motoristas de aplicativo ou taxista
Trabalhadores do turno da noite

Afrodescendentes

Baixos níveis de atividade física

Doença debilitante/crônica
Diabetes
Doença renal crônica
Síndromes de má absorção gastrointestinal
Distúrbios das paratireoides
Doenças hepática

Obesidade — em particular aqueles com níveis mais elevados de circunferência da cintura

Pacientes após cirurgia bariátrica

Medicamentos que interferem no metabolismo da vitamina D:
Fenobarbital
Carbamazepina
Dexametasona
Rifampicina
Nifedipina
Espironolactona
Ritonavir
Acetato de ciproterona

Bebês de mães com deficiência de vitamina

 

  • Para avaliar o status geral de vitamina D: O principal objetivo é verificar se os níveis de vitamina D no organismo estão adequados, ou seja, se há deficiência ou excesso (toxicidade) (Giustina et al., 2024; Demay et al., 2024).
  • Para investigar a causa de doenças ósseas: O exame é fundamental na investigação de condições como osteoporose, osteomalácia e raquitismo, uma vez que a vitamina D é crucial para a saúde dos ossos (Demay et al., 2024).
  • Para diagnosticar distúrbios do metabolismo do cálcio e do fósforo: A vitamina D regula a absorção desses minerais. Portanto, o exame é solicitado quando há suspeita de problemas nesse equilíbrio (Janoušek et al., 2022).
  • Para monitorar a eficácia da suplementação: Em pacientes que estão recebendo suplementos de vitamina D, o exame é utilizado para verificar se o tratamento está sendo eficaz e se os níveis estão atingindo a faixa desejada (Giustina et al., 2024).

Para avaliar pacientes em grupos de risco para deficiência: O teste é recomendado para indivíduos com maior probabilidade de apresentar baixos níveis de vitamina D, como idosos, pessoas com exposição solar limitada, obesos e pacientes com doenças que afetam a absorção de nutrientes, como a doença de Crohn (Demay et al., 2024). Pacientes com doença renal crônica também são um grupo de risco e frequentemente monitorados (Hsu et al., 2023)

Cada laboratório é soberano para avaliar qual diretriz irá adotar para determinar os seus valores de referência. Além disso, há situações em que a idade é levada em consideração nessa mensuração e os valores serão diferentes conforme a faixa etária. Para este artigo, utilizaremos como referências a nova diretriz da Endocrine Society, publicada em 2024, e a 6ª Conferência Internacional “Controvérsias em Vitamina D :

Vale dizer que a Endocrine Society abandona a ideia de “insuficiência” e “suficiência”. Os valores são definidos pela ação que eles desencadeiam:

  • Deficiência (Requer Tratamento): Um nível de 25(OH)D abaixo de 12 ng/mL (30 nmol/L).
  • Nível Alvo para Prevenção (em Grupos de Risco): Manter os níveis acima de 20 ng/mL (50 nmol/L).

Segundo a 6ª Conferência Internacional “Controvérsias em Vitamina D”, definiu-se:

  • Nível Ideal: Manter 25(OH)D na faixa de 20-30ng/ml (50 a 75nmol/L).
  • Toxicidade: Um nível de Calcifediol acima de 150ng/ml (>375nmol/L).

Observação: Toxicidade equivale ao risco de hipercalcemia grave, hipercalciúria e hiperfosfatemia.

O resultado do seu exame de vitamina D indica a quantidade do metabólito 25-hidroxivitamina D [25(OH)D] no seu sangue (Cavalier et al., 2024; Alonso et al., 2023).

O resultado do exame pode ser interpretado da seguinte forma:

  • Deficiência: Níveis baixos de vitamina D podem levar a uma absorção inadequada de cálcio e fósforo, o que pode resultar em problemas ósseos como osteomalácia em adultos e raquitismo em crianças, também está associada a um maior risco de osteoporose e fraturas (Demay et al., 2024).
  • Nível adequado: Níveis adequados de vitamina D são essenciais para a saúde óssea e para o bom funcionamento do sistema imunológico, muscular e cardiovascular (Janoušek et al., 2022).
  • Toxicidade: Níveis excessivamente altos de vitamina D podem ser tóxicos, o que leva a um acúmulo de alguns eletrólitos no sangue (Janoušek et al., 2022).

 

 

Característica25-hidroxivitamina D [25(OH)D]1,25-di-hidroxivitamina D [1,25(OH)2D]
O que Representa?É o principal metabólito circulante e o indicador mais confiável das reservas totais de vitamina D do corpo (obtida do sol, dieta e suplementos).É a forma hormonal biologicamente ativa da vitamina D. Seus níveis são rigidamente controlados pelo corpo e não refletem as reservas de vitamina D.
Principal Uso ClínicoÉ o exame padrão para avaliar o status geral de vitamina D, ou seja, para diagnosticar deficiência ou suficiência na maioria dos pacientes.Não é usado para triagem de rotina da deficiência de vitamina D. É um teste especializado para investigar distúrbios específicos.
Meia-vida no SangueLonga, de aproximadamente 2 a 3 semanas, o que a torna um indicador estável.Curta, de apenas algumas horas
Quando é Solicitado?Na avaliação de rotina de pacientes com risco de deficiência (ex: idosos, doenças ósseas), para investigar distúrbios do metabolismo do cálcio e para monitorar a terapia de suplementação.Em situações clínicas específicas, como em pacientes com doença renal crônica, suspeita de doenças genéticas do metabolismo da vitamina D ou na investigação de algumas causas de cálcio elevado no sangue (hipercalcemia).

 

É crucial que a interpretação do resultado do seu exame seja feita por um médico. O profissional de saúde levará em consideração o seu histórico clínico, estilo de vida, fatores de risco e outros exames para determinar o que o resultado significa para você e se há necessidade de tratamento ou mudança nos hábitos de vida (Giustina et al., 2024). A falta de padronização entre os métodos laboratoriais também reforça a importância da avaliação médica para uma interpretação correta (Atef, 2018; Naik et al., 2023).

  • Quando solicitar Vitamina D para rastreio?

Conforme a nova diretriz da Endocrine Society publicada em 2024:

Grupo PopulacionalRecomendação de Rastreio (Triagem)Recomendação de SuplementaçãoJustificativa / Observações
População Geral Saudável (adultos sem fatores de risco)CONTRA o rastreio de rotina.CONTRA a suplementação de rotina.Não há evidências de que o rastreio ou a suplementação em massa previnam doenças ou melhorem os resultados clínicos nesta população.
Adultos com 75 anos ou maisNÃO recomendado como rotina.A FAVOR da suplementação. (Condicional).O foco é na suplementação direta devido ao risco aumentado de deficiência e possíveis benefícios na redução da mortalidade, sem a necessidade de um teste prévio.
Crianças e AdolescentesNÃO recomendado como rotina.A FAVOR da suplementação. (Forte)A suplementação é recomendada para prevenir o raquitismo. O rastreio só é considerado em casos de suspeita clínica de deficiência grave.
GestantesNÃO recomendado como rotina.A FAVOR da suplementação. (Forte)A suplementação é indicada para a saúde materno-fetal. A recomendação se baseia no status de “grupo de risco”, e não em testes de rotina.
Adultos com Alto Risco de Pré-diabetesNÃO recomendado como rotina.A FAVOR da suplementação. (Condicional)A suplementação é sugerida pelo seu potencial benefício na redução do risco de progressão para diabetes, independentemente de um teste prévio.

Tabela elaborada pelo autor.

De acordo com a 6ª Conferência Internacional “Controvérsias em Vitamina D”, embora a triagem geral para deficiência/insuficiência de 25(OH)D não seja recomendada, as medições podem ser realizadas em pacientes com vários fatores de risco para deficiência grave ou que estão sendo avaliados para doença óssea metabólica

A dosagem de vitamina D é complexa por várias razões. Existem múltiplos metabólitos (incluindo D2, D3 e epímeros inativos) que podem interferir nos resultados. Além disso, há uma grande variedade de métodos laboratoriais, como os imunoensaios e a espectrometria de massa (LC-MS/MS), que carecem de uma padronização o que pode levar a resultados diferentes entre laboratórios, dificultando a comparação e a definição de valores de referência universais (Atef, 2018; Naik et al., 2023; Alonso et al., 2023).

Revisado em 24 de agosto de 2025 por Edy Alyson.

FONTES DO ARTIGO

Alonso, N., Zelzer, S., Eibinger, G., & Herrmann, M. (2023). Metabólitos da vitamina D: desafios analíticos e relevância clínica. Tecido calcificado internacional, 112(2), 158–177. https://doi.org/10.1007/s00223-022-00961-5.

Atef S. H. (2018). Vitamin D assays in clinical laboratory: Past, present and future challenges. The Journal of steroid biochemistry and molecular biology, 175, 136–137. https://doi.org/10.1016/j.jsbmb.2017.02.011.

Cavalier, E., Makris, K., Heijboer, A. C., Herrmann, M., & Souberbielle, J. C. (2024). Vitamin D: Analytical Advances, Clinical Impact, and Ongoing Debates on Health Perspectives. Clinical chemistry, 70(9), 1104–1121. https://doi.org/10.1093/clinchem/hvae056.

Demay, M. B., Pittas, A. G., Bikle, D. D., Diab, D. L., Kiely, M. E., Lazaretti-Castro, M., Lips, P., Mitchell, D. M., Murad, M. H., Powers, S., Rao, S. D., Scragg, R., Tayek, J. A., Valent, A. M., Walsh, J. M. E., & McCartney, C. R. (2024). Vitamin D for the Prevention of Disease: An Endocrine Society Clinical Practice Guideline. The Journal of clinical endocrinology and metabolism, 109(8), 1907–1947. https://doi.org/10.1210/clinem/dgae290..

Giustina, A., Bilezikian, J. P., Adler, R. A., Banfi, G., Bikle, D. D., Binkley, N. C., Bollerslev, J., Bouillon, R., Brandi, M. L., Casanueva, F. F., di Filippo, L., Donini, L. M., Ebeling, P. R., Fuleihan, G. E., Fassio, A., Frara, S., Jones, G., Marcocci, C., Martineau, A. R., Minisola, S., … Virtanen, J. K. (2024). Consensus Statement on Vitamin D Status Assessment and Supplementation: Whys, Whens, and Hows. Endocrine reviews, 45(5), 625–654. https://doi.org/10.1210/endrev/bnae009.

Hsu, S., Zelnick, L. R., Bansal, N., Brown, J., Denburg, M., Feldman, H. I., Ginsberg, C., Hoofnagle, A. N., Isakova, T., Leonard, M. B., Lidgard, B., Robinson-Cohen, C., Wolf, M., Xie, D., Kestenbaum, B. R., de Boer, I. H., & CRIC Study Investigators * (2023). Vitamin D Metabolites and Risk of Cardiovascular Disease in Chronic Kidney Disease: The CRIC Study. Journal of the American Heart Association, 12(14), e028561. https://doi.org/10.1161/JAHA.122.028561.

Janoušek, J., Pilařová, V., Macáková, K., Nomura, A., Veiga-Matos, J., Silva, D. D. D., Remião, F., Saso, L., Malá-Ládová, K., Malý, J., Nováková, L., & Mladěnka, P. (2022). Vitamin D: sources, physiological role, biokinetics, deficiency, therapeutic use, toxicity, and overview of analytical methods for detection of vitamin D and its metabolites. Critical reviews in clinical laboratory sciences, 59(8), 517–554. https://doi.org/10.1080/10408363.2022.2070595.

Le Goff, C., Souberbielle, J. C., Delvin, E., & Cavalier, É. (2015). Le dosage de la vitamine D : considérations pré-analytiques et analytiques [Vitamin D measurement: pre-analytical and analytical considerations]. Annales de biologie clinique, 73(1), 79–92. https://doi.org/10.1684/abc.2014.1002.

Naik, M., Kamath U, S., Uppangala, S., Adiga, S. K., & Patil, A. (2023). Vitamin D metabolites and analytical challenges. Analytical methods : advancing methods and applications, 15(4), 399–410. https://doi.org/10.1039/d2ay01692.

Pludowski, P., Grant, W. B., Karras, S. N., Zittermann, A., & Pilz, S. (2024). Vitamin D Supplementation: A Review of the Evidence Arguing for a Daily Dose of 2000 International Units (50 µg) of Vitamin D for Adults in the General Population. Nutrients, 16(3), 391. https://doi.org/10.3390/nu16030391.

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