2016-07-04
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Este artigo foi modificado pela última vez em 10 de Julho de 2017.

Botões de elevador, teclas de caixas eletrônicos, relógio de ponto biométrico. Locais aparentemente inofensivos se comparados às salas de isolamento, laboratórios e contêineres de lixo infectado são, na verdade, porto seguro para diversos micro-organismos que causam as temidas infecções hospitalares.

Foi utilizando uma tecnologia chamada sequenciamento de nova geração que uma equipe do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (IMT) da USP conseguiu identificar uma quantidade surpreendente de bactérias em superfícies frequentemente tocadas com as mãos dentro do Hospital das Clínicas (HC), maior complexo hospitalar da América Latina, ligado à Faculdade de Medicina (FM) da USP.

Métodos modernos de biologia molecular, com equipamentos que conseguem ler rapidamente milhões de fragmentos de DNA ao mesmo tempo, permitem análises antes impossíveis de fazer. Assim, o grupo liderado pelo pesquisador Sabri Sanabani coletou amostras que resultaram na identificação de 926 famílias de 2.832 gêneros de bactérias. Algumas delas, como a Salmonella enterica e a Staphylococcus aureus, podem ser perigosas, inclusive, para pessoas saudáveis, como os familiares e servidores, “mas especialmente perigosos para os pacientes imunocomprometidos, como pacientes com câncer submetidos a quimioterapia, e transplantados e pacientes que são HIV positivo”, ressalta.

Segundo Sanabani, pela própria metodologia utilizada, sabia-se de antemão que o resultado seria um número grande de bactérias, já que o foco eram superfícies de contato de áreas de grande circulação. “No entanto, a enorme diversidade de população bacteriana foi uma verdadeira surpresa para nós”, afirma.

Sources

Agência USP de Notícias