Esse método molecular usa sondas fluorescentes para observar genes ou sequências de DNA em cromossomos.
Seres humanos normalmente têm 23 pares de cromossomos: 22 pares independentes do sexo (autossomos) e um par de cromossomos sexuais (XX em mulheres e XY em homens). Os cromossomos contêm DNA (ácido desoxirribonucleico) e proteínas associadas. O DNA é uma sequência de quatro bases que se repetem formando milhares de genes que dirigem a produção de proteínas no corpo e determinam nossas características físicas. Contem duas cadeias complementares que formam uma hélice dupla, como uma escada em espiral.
No método FISH, uma amostra de células da pessoa é fixada em uma lâmina de vidro, incluindo células do sangue, da medula óssea, do líquido amniótico ou de tumores, dependendo da indicação do exame. As lâminas são, então, aquecidas para separar as duas cadeias do DNA das células. Sondas fluorescentes que contêm sequências de DNA complementares à que se deseja observar são adicionadas e se ligarão à sequência pretendida nas células. Quando as lâminas são examinadas em um microscópio de fluorescência, os genes correspondentes às sondas podem ser observados como manchas fluorescentes brilhantes contra um fundo escuro.
Esse método é usado para mostrar a presença de um excesso de cópias de um gene (genes duplicados ou amplificados) e sequências que estão em falta (deleções de genes) ou se moveram (translocação de genes). Um aumento do número de cromossomos, como na trissomia 21, ou síndrome de Down, também pode ser diagnosticado com esse método. Diversas sequências de DNA podem ser investigadas na mesma lâmina usando sondas com corantes fluorescentes de cores diferentes.
As fotografias abaixo mostram alguns exemplos de células examinadas com o método FISH.
Sindrome de Down
Na Figura 1, o método FISH é aplicado a células do líquido amniótico obtidas de uma mulher com um feto com suspeita de síndrome de Down (trissomia 21). Em vermelho, podem ser observadas três cópias do cromossomo 21 nas células do feto. O brilho verde mostra duas cópias do cromossomo 13, obtidas com uma sonda controle para verificar se o método está funcionando direito.
Câncer de mama
Na Figura 2, o método FISH é usado para pesquisar amplificação do gene HER-2/neu, em vermelho. Em cerca de 25% dos casos de câncer de mama, esse gene está amplificado, o que significa sensibilidade do tumor ao medicamento Herceptina, que visa a proteína codificada por esse gene. Não havendo amplificação, devem ser considerados outros tratamentos.
Leucemia
A Figura 3 mostra o método FISH usado para pesquisar a sequência BCR-ABL na leucemia mieloide crônica. Essa sequência anormal é formada pela translocação de uma parte do cromossomo 22 (BCR, em verde) com uma parte do cromossomo 9 (ABL1, em vermelho). A mancha amarela (mistura de vermelho e verde) mostra o gene formado pela fusão. O achado da sequência BCR-ABL confirma o diagnóstico de leucemia mieloide crônica e permite prever a resposta ao medicamento imatinib.
Fontes
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