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Insulina

Este artigo foi revisto pela última vez em 27 de Outubro de 2008.

Este artigo foi modificado pela última vez em 24 de Maio de 2019.

Também conhecido como:

  • Insulina
  • INS

Amostra
Sangue

É necessária alguma preparação?
Nenhuma, no caso de solicitação de curva insulinêmica (dosagens seriadas de insulina) é recomendado jejum de 8 horas. É necessário que o paciente informe ao médico e ao laboratório o uso de medicamentos.

Por que fazer este exame?
Para avaliar a produção de insulina, diagnosticar insulinoma, determinar a causa da hipoglicemia e avaliar as células beta do pâncreas.

O que está sendo pesquisado?

Esse exame mede a quantidade de insulina no sangue. A insulina é um hormônio peptídico produzido e liberado pelas células beta das ilhotas pancreáticas com o objetivo de regular a captação da glicose no sangue, fígado, células lipídicas e células musculares esqueléticas. Além disso, também promove a homeostase (equilíbrio) da glicose no corpo por meio da regulação da síntese de glicogênio, metabolismo lipídico, síntese de DNA, transcrição gênica, transporte de aminoácido e, por fim, síntese e degradação de proteínas [1]. 

Desse modo, o aumento da quantidade açúcar no sangue estimula a secreção e, consequentemente, o aumento da insulina plasmática. Com isso, o hormônio se liga aos receptores de insulina presentes na membrana celular, o que causa um conjunto de reações complexas de fosforilação, dentre as quais a que culmina com a liberação de vesículas com Transportadores de Glicose (GLUT). Assim sendo, os GLUTs promovem a entrada da glicose nas células dos tecidos periféricos, em especial, musculares e adiposas (de gordura), onde será usada para a produção de energia [1]. 

Vale ressaltar que a secreção de insulina tem dois picos: 1º) é rápido e precoce, ocorre logo após o estímulo da glicose, necessita de íons cálcio para sua secreção e se relaciona com as insulinas já preparadas e estocadas, não só isso, é conhecida por estar na transição entre o jejum e a ingestão de alimento; 2º) é lento e gradualmente ascendente, necessitando de cálcio iônico e energia para a sua secreção, sua função é aumentar a absorção de glicose nos tecidos [2].

A meia vida da insulina no sangue varia de 5 a 8 minutos e outros tecidos podem contribuir para a sua eliminação  [3].

Há casos em que a quantidade de insulina liberada pelo pâncreas não é suficiente para promover os seus diversos efeitos sobre os tecidos causando um estado de hiperinsulinemia. A esse problema damos o nome de Resistência à Insulina (RI). A RI pode estar ligada a um conjunto de síndromes, as quais se relacionam com obesidade, doença cardiovascular, síndrome do ovário policísticos, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças renais, doença hepática esteatótica metabólica (ou doença hepática esteatótica associada à disfunção Metabólica), neoplasias, demências, dentre outras [1].  

Deve haver um equilíbrio entre a insulina e a glicose. Um dos responsáveis pela desregulação da insulina é o Insulinoma, neoplasia rara neuroendócrina predominantemente pancreática, que secreta insulina em excesso ocasionando a hiperinsulinemia hipoglicêmica [5]. 

Para outras patologias relacionadas à hiperinsulinemia o diagnóstico é feito com base no aumento da insulina e/ou supressão inadequada da insulina plasmática durante a hipoglicemia espontânea ou induzida pelo jejum. Para isso, leva-se em consideração o diagnóstico de hipoglicemia associado a níveis plasmáticos de ácidos graxos e beta-hidroxibutirato associados a mensuração de hormônios como insulina, hormônio do crescimento e cortisol, junto com a determinação da resposta glicêmica a uma dose farmacológica de glucagon [5].

Perguntas Frequentes

Quando há hipoglicemia documentada, sintomas sugestivos de liberação ou utilização inadequada da insulina, para monitorar a produção de insulina em diabéticos e, algumas vezes, para documentar resistência à insulina. Também pode ser usada para avaliar a capacidade de secreção das células beta pancreáticas.

A insulina pode ser avaliada por três grupos metodológicos como:

  • imunoensaios;
  • cromatografia;
  • eletroquímica.

A dosagem de insulina pode ser usada junto com os níveis de glicose e peptídeo C para o diagnóstico de Insulinomas, para investigar a causa de hipoglicemia aguda ou crônica e, também, para a produção de insulina endógena pelas células beta do pâncreas [2,4].   Em indivíduos diabéticos e/ou obesos é comum a resistência insulínica, por isso, a avaliação da insulina sanguínea pode ser usada para diagnosticar a RI. Nesse caso, uma ferramenta que pode ser usada é model assessment of insulin resistance (HOMA-IR), que consiste em modelo matemático que consegue predizer a resistência à insulina (insulina em jejum (μU/dL) × glicemia de jejum (mmol/L)/22,5) e seu valor de corte pode levar em consideração índice de massa corpórea (IMC), sexo biológico e idade [8].  

Os níveis de insulina são às vezes mensurados junto ao teste de tolerância à glicose (curva glicêmica). Nesse caso, os níveis sanguíneos de glicose e de insulina são medidos a intervalos pré-estabelecidos para avaliar a resistência à insulina, especialmente em pessoas obesas [2,7].  Quando utilizado para avaliar o funcionamento das células beta pancreáticas, pode-se utilizar desse exame junto ao Peptídeo C, uma vez que metade da insulina secretada é eliminada pelo fígado. Já o Peptídeo C não sofre esse processo de primeira passagem.  

Pode-se solicitar para avaliação da resistência à insulina, principalmente, em indivíduos com síndrome metabólica e/ou diabetes e, desse modo, permitir um manejo clínico ideal e uma estratégia preventiva [2].   Em outros casos, a solicitação dos níveis de insulina são pedidos com maior frequência após um resultado baixo de glicose e/ou quando alguém tem sintomas agudos ou crônicos de níveis baixos de glicose no sangue (hipoglicemia), como [7]:  Sudorese Palpitações Fome Confusão Visão embaçada Tonturas Desmaios Em casos graves, convulsões  Esses sintomas podem indicar hipoglicemia, mas podem ser observados com outros problemas. 

Os níveis de insulina devem ser avaliados em conjunto com outros dados.

Resultados observados [9]:

DISTÚRBIOINSULINA EM JEJUMGLICEMIA EM JEJUM
Normal (sem distúrbio) normalnormal
Resistência à insulina↑↑normal ou ↑
Produção insuficiente de insulina pelas células beta (como em diabetes e em pancreatite, por exemplo)↓↓↑↑
Hipoglicemia devido a excesso de insulina (como em insulinomas, síndrome de Cushing, administração excessiva de insulina etc)normal ou ↑↑↓↓
↑ = um pouco aumentada;  ↑↑ = muito aumentada;  ↓↓ = muito diminuída

Níveis elevados de insulina são observados com:

  • Acromegalia
  • Síndrome de Cushing
  • Uso de medicamentos como corticosteróides, levodopa, anticoncepcionais orais
  • Intolerância à frutose ou à galactose
  • Insulinomas
  • Obesidade
  • Resistência à insulina, como ocorre no diabetes do tipo 2 e na síndrome metabólica

Em crianças são observados nas seguintes situações [4]:

  • Estresse perinatal
  • Diabetes Gestacional
  • Paraneoplasias
  • Indução por drogas
  • Autoimunidade
  • Causas genéticas

Níveis diminuídos de insulina são observados com:

  • Diabetes
  • Hipopituitarismo
  • Doenças pancreáticas, como pancreatite crônica (incluindo fibrose cística) e câncer de pâncreas

Em relação aos tratamentos, a maior parte da insulina usada hoje é sintética, produzida por síntese bioquímica, e tem atividade biológica idêntica à da insulina produzida pelas células humanas [6].

Há diferentes formulações farmacêuticas de insulina, com propriedades diferentes. Algumas são de liberação e ação rápida, e outras são de liberação lenta e agem durante um período prolongado. Diabéticos podem usar misturas e/ou tipos diferentes de insulina durante o dia [10].

Não. Os níveis de glicose podem ser monitorados em casa, mas a dosagem de insulina exige instrumentos e treinamento especializados.

Revisado em 18/12/2024 por Edy Alyson.

  1. Li M, Chi X, Wang Y, Setrerrahmane S, Xie W, Xu H. Trends in insulin resistance: insights into mechanisms and therapeutic strategy. Signal Transduct Target Ther. 2022;7(1):216. Published 2022 Jul 6. doi:10.1038/s41392-022-01073-0.
  2. Park SY, Gautier JF, Chon S. Assessment of Insulin Secretion and Insulin Resistance in Human. Diabetes Metab J. 2021;45(5):641-654. doi:10.4093/dmj.2021.0220.
  3. Norton L, Shannon C, Gastaldelli A, DeFronzo RA. Insulin: The master regulator of glucose metabolism. Metabolism. 2022;129:155142. doi:10.1016/j.metabol.2022.155142.
  4. de Herder WW, Hofland J. Insulinoma. In: Feingold KR, Anawalt B, Blackman MR, et al., eds. Endotext. South Dartmouth (MA): MDText.com, Inc.; April 4, 2023.
  5. De Leon DD, Arnoux JB, Banerjee I, et al. International Guidelines for the Diagnosis and Management of Hyperinsulinism. Horm Res Paediatr. 2024;97(3):279-298. doi:10.1159/000531766
  6. Shen Y, Prinyawiwatkul W, Xu Z. Insulin: a review of analytical methods. Analyst. 2019;144(14):4139-4148. doi:10.1039/c9an00112c. 
  7. Medline Plus. Insulin in Blood: MedlinePlus Lab Test Information. Medlineplus.gov. Published 2019. https://medlineplus.gov/lab-tests/insulin-in-blood/ ‌
  8. Tahapary DL, Pratisthita LB, Fitri NA, et al. Challenges in the diagnosis of insulin resistance: Focusing on the role of HOMA-IR and Tryglyceride/glucose index. Diabetes Metab Syndr. 2022;16(8):102581. doi:10.1016/j.dsx.2022.102581.
  9. Insulin Test – Testing.com. Testing.com. Acedido em 19 de dezembro de 2024. https://www.testing.com/tests/insulin/
  10. de Almeida-Pititto B, Lourenço Dias M, Ferreira de Moura F, Lamounier R, Vencio S, Eduardo Calliari L. Metas no tratamento do diabetes. Dir Of Soc Bras Diabetes (2023). 2023. doi:DOI:10.29327/557753.2022-3.