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Gama glutamiltransferase

Gama glutamiltransferase

Este artigo foi revisto pela última vez em 27 de Outubro de 2008.

Este artigo foi modificado pela última vez em 24 de Maio de 2019.

Também conhecido como:

  • Gama GT
  • GGT
  • Gama-glutamil transpeptidase
  • GTP

Amostra:
Sangue

É necessária alguma preparação?

  • Jejum: embora não haja consenso forte, muitos laboratórios pedem jejum de 4 a 8 horas para exames de função hepática pois evita variações provocadas por lipemia pós prandial [1,2].
  • Evitar ingestão de álcool por 24 a 48 horas antes do exame, pois o álcool aumenta a GGT [1,2]
  • Informar ao laboratório todos os medicamentos em uso, especialmente aqueles conhecidos por afetar enzimas hepáticas (antiepilépticos, antifúngicos, Rifampicina, etc), e fitoterápicos/suplementos que podem ter efeito hepático ou induzir enzimas [1,2].
  • Evitar esforço físico intenso nas últimas 24 horas, se possível, porque pode haver influência indireta via metabolismo ou estresse hepático [1,2].

Por que fazer este exame?
A Gama glutamiltransferase (GGT) é uma enzima encontrada em diversos órgãos, dentre eles, o fígado e ductos biliares, relacionada com o transporte de aminoácidos [3]. Pertence ao grupo das enzimas hepáticas.

O que está sendo pesquisado?

Trata-se de uma enzima de membrana encontrada em diversas regiões do organismo, mas principalmente em hepatócitos e células epiteliais dos ductos biliares. Seu principal mecanismo é hidrolisar o grupo γ-glutami da glutationa (GSH) – uma molécula que atua na defesa celular antioxidante -, composto de tripeptídeo cisteína, ácido glutâmico e glicina, por meio da porção N-terminal. A GSH é uma das principais moléculas antioxidantes intracelulares, sendo produzida, principalmente, no citosol de células hepáticas. A sua estrutura serve de substrato quando o organismo é colocado em estresse oxidativo, permitindo que a célula use seus componentes de aminoácidos para biossíntese de novas GSH e/ou proteína, mas em nível intracelular, contribuindo para homeostase e proteção tecidual contra agentes oxidantes. É comumente encontrada na membrana extracelular expressa em epitélio de células luminais das células secretoras e absortivas particularmente de ductos biliares, pâncreas, fígado, túbulos proximais renais [3]. Pode ter um papel importante na desintoxicação, progressão de tumores, resistência a medicamentos, processos inflamatórios crônicos e doenças relacionadas ao estresse oxidativo [3]. A GGT pode sofrer influência da administração de fármacos, uso de álcool, xenobióticos e carcinogênicos. Essa influência pode provocar elevações reversíveis e irreversíveis. Além disso, processos oxidativos oriundos de doença aterosclerótica, disfunção endotelial, inflamação das vias aéreas também interferem na GGT [3]. É mais comumente solicitada para avaliação de alterações hepáticas e biliares. Apresenta boa sensibilidade, mas baixa especificidade na indicação da função hepática.

Perguntas Frequentes

No geral, é indicado quando uma pessoa apresenta sinais e sintomas sugestivos de injúria hepática ou biliar. Alguns dos sintomas de lesão hepática incluem icterícia, náusea, vômito, inchaço abdominal (ao redor da área do estômago), dor abdominal, prurido (coceira intensa), acolia (fezes claras) e cansaço [3-5].

É indicado na suspeita de cálculo no ducto biliar (sensibilidade 69,88% e especificidade 68,24%) com aumento 5 a 30 vezes acima do normal [4]. acompanhamento de Hepatite C, atividade e gravidade de Hepatite B, síndrome colestáticas, risco de hipertensão portal na fibrose cística, Doença Hepática Associada à Disfunção Metabólica e ao Álcool, Lesão hepática induzida por medicamentos, Esteato-hepatite Associada à Disfunção Metabólica [4,5].

Há alguns estudos que correlacionam um aumento de GGT com aumento do risco cardiovascular e síndrome metabólica. Outros estudos correlacionam a GGT como preditor de mortalidade a longo prazo após revascularização coronária [6,7].

A faixa normal para GGT costuma ser inferior a 50 U/L (unidades por litro), mas pode variar de acordo com o laboratório que realiza o teste. Sempre verifique a faixa de referência fornecida nos seus resultados. É importante observar que os níveis de GGT são, em média, um pouco mais altos em homens. Eles também podem variar com a idade [1]. Conforme orientações da bula de uns dos Kit laboratoriais que determina quantitativamente a GGT no soro ou plasma por meio da fotometria, os intervalos de referência são [2]:

Gama GT (U/L)
Mulheres

0-6 meses15-132
6-12 meses1-39
1-12 anos4-22
13-18 anos4-24
Adultos5-39

 

Gama GT (U/L)
Homens

0-6 meses12-122
6-12 meses1-39
1-12 anos3-22
13-18 anos2-42
Adultos7-58

 

Conversão: Unidades Convencionais (U/L) x 16,7 = Unidades SI (nkat/L).

Obs:  na própria bula há uma recomendação que tais valores são usados apenas como orientação recomendando que cada laboratório estabeleça sua própria faixa. 

Níveis de GGT acima do normal no sangue podem indicar uma condição ou doença danosa ao fígado. Mas os níveis de GGT por si só não conseguem identificar a causa específica do dano. As condições hepáticas que podem causar níveis elevados de GGT incluem [1, 4-7]: 

  • Hepatite (inflamação do fígado), especialmente hepatite viral e hepatite alcoólica;
  • Cirrose; 
  • Colestase (bloqueio do ducto biliar do fígado); 
  • Doença Hepática Associada à Disfunção Metabólica e ao Álcool;
  • Esteato-hepatite Associada à Disfunção Metabólica; 
  • Isquemia hepática (fluxo sanguíneo insuficiente para o fígado, o que leva à morte do tecido hepático);
  • Um tumor no fígado ou câncer no fígado;
  • Transtorno por uso de álcool;
  • Pancreatite ou câncer de pâncreas; 
  • Diabetes; 
  • Insuficiência cardíaca congestiva; 
  • Certos medicamentos (como fenobarbital, fenitoína ou varfarina); 
  • Consumir álcool antes da coleta de sangue; 
  • Tabagismo. 

É importante saber que um resultado alto no teste de GGT não significa necessariamente que você tenha uma condição médica. Outros fatores podem afetar seus níveis de GGT.

Casos específicos:

  • Atresia biliar (AB): é uma doença neonatal idiopática caracterizada por processo inflamatório e de obliteração inflamatória dos ductos biliares intra-hepáticos e externos, podendo levar a icterícia, cirrose e hipertensão portal. Os valores de GGT geralmente são elevados. Valores superiores a 300 U/L ou um aumento diário de 6 U/L podendo diferenciar AB de hepatite neonatal com acurácia de 88% e 88%, respectivamente. Para esses casos, a sensibilidade pode variar de 64-84% e a especificidade 71-90%  [8].
  • Colangiocarcinoma (câncer do ducto biliar): é uma neoplasia maligna do trato epitelial biliar subdividida de acordo com a sua localização anatômica. Os sintomas são caracterizados por icterícia, prurido, dor abdominal, alteração da cor das fezes, redução do peso e outros. A GGT pode ser solicitada como rastreio junto com fosfatase alcalina e outras enzimas hepáticas [9]. 
  • Relação com o risco de mortalidade em pacientes com revascularização: Há possibilidade de a GGT ser utilizada como fator de risco prognóstico preditivo de mortalidade a longo prazo em pacientes com DAC complexa, mesmo após revascularização. Em pacientes com GGT elevada, pode ser necessário uma forte prevenção secundária pode ser necessária. Ainda falta estudos para confirmar tal informação.[7].

O GGT pode estar aumentado mesmo na ausência de sintomas, pois é um exame muito sensível às alterações no organismo. Essa elevação pode ser temporária, talvez devido a medicamentos que você esteja tomando ou à ingestão de álcool nas últimas 24 horas [1].

Revisado em 06 de outubro de 2025 por Edy Alyson.

Fontes do Artigo

1 Cleveland Clinic. (2024, 21 de outubro). Gamma-glutamyl transferase (GGT) blood test. Recuperado de https://my.clevelandclinic.org/health/diagnostics/22055-gamma-glutamyl-transferase-ggt-test

2 Labtest Diagnóstica S.A. (2013). Gama GT Liquiform. Recuperado de https://labtest.com.br/wp-content/uploads/2016/09/Gama_GT_Liquiform_105_Port.pdf

3 Mitrić, A., & Castellano, I. (2023). Targeting gamma-glutamyl transpeptidase: A pleiotropic enzyme involved in glutathione metabolism and in the control of redox homeostasis. Free radical biology & medicine, 208, 672–683. https://doi.org/10.1016/j.freeradbiomed.2023.09.020

4 Lin, H., Zhou, X., & Zhang, Z. (2022). The Diagnostic Value of GGT-Based Biochemical Indicators for Choledocholithiasis with Negative Imaging Results of Magnetic Resonance Cholangiopancreatography. Contrast media & molecular imaging, 2022, 7737610. https://doi.org/10.1155/2022/7737610

5 Lonardo A, Ndrepepa G. Concise review: gamma-glutamyl transferase – evolution from an indiscriminate liver test to a biomarker of cardiometabolic risk. Metab Target Organ Damage. 2022;2:17. http://dx.doi.org/10.20517/mtod.2022.20

6 Neuman, M. G., Malnick, S., & Chertin, L. (2020). Gamma glutamyl transferase – an underestimated marker for cardiovascular disease and the metabolic syndrome. Journal of pharmacy & pharmaceutical sciences : a publication of the Canadian Society for Pharmaceutical Sciences, Societe canadienne des sciences pharmaceutiques, 23(1), 65–74.

7 Ninomiya, K., Serruys, P. W., Garg, S., Kageyama, S., Kotoku, N., Masuda, S., Revaiah, P. C., O’leary, N., Kappetein, A. P., Mack, M. J., Holmes, D. R., Davierwala, P. M., Mohr, F. W., Thuijs, D. J. F. M., Onuma, Y., & SYNTAX Extended Survival (SYNTAXES) Investigators (2024). γ-Glutamyl Transferase and Long-Term Survival in the SYNTAXES Trial: Is It Just the Liver?. Journal of the American Heart Association, 13(8), e032276. https://doi.org/10.1161/JAHA.123.032276

8 Kong, F., Dong, R., Chen, G., Sun, S., Yang, Y., Jiang, J., Meng, L., Chen, H., Zhu, J., & Zheng, S. (2024). Progress in Biomarkers Related to Biliary Atresia. Journal of clinical and translational hepatology, 12(3), 305–315. https://doi.org/10.14218/JCTH.2023.00260

9 Buckholz, A. P., & Brown, R. S., Jr (2020). Cholangiocarcinoma: Diagnosis and Management. Clinics in liver disease, 24(3), 421–436. https://doi.org/10.1016/j.cld.2020.04.005

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