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Este artigo foi revisto pela última vez em 27 de Outubro de 2008.
Este artigo foi modificado pela última vez em 24 de Maio de 2019.
Também conhecido como:
Amostra:
Amostra do jato médio de urina, principalmente em adultos.
Pode ser coletada por meio de uma sonda (de alívio ou na sonda de demora através do dispositivo de coleta) ou saco coletor. Pode ser necessário o jato inicial.
É necessária alguma preparação?
É recomendado não urinar por pelo menos duas horas antes da coleta. Quando possível, recomenda-se coletar a primeira urina da manhã3.
Por que fazer este exame?
Para diagnosticar uma infecção do trato urinário (ITU)1.
A urina é um líquido amarelado produzido nos rins, transportado pelos ureteres até a bexiga (órgão de armazenamento) e eliminado através da uretra. A cultura de urina detecta e identifica bactérias e leveduras presentes nesse líquido. Embora se pensasse que a urina era estéril, estudos indicam a presença de bactérias comensais2-4,5.
No laboratório, uma pequena amostra de urina é semeada em placas que contêm um meio nutritivo e incubada à temperatura corporal. Se houver microrganismos, eles crescerão formando colônias, cujo tamanho, formato e cor auxiliam na sua identificação. O número de colônias indica a quantidade de microrganismos na amostra original. As bactérias isoladas são examinadas ao microscópio pela coloração de Gram e submetidas a testes bioquímicos para identificação detalhada. Adicionalmente, são realizados testes de sensibilidade a antibióticos para orientar o tratamento1.
Trata-se de um exame que visa detectar microrganismos (bactérias e fungos) em amostras de urina e, com isso, nortear o tratamento de infecções do trato urinário (ITU) por meio dos testes de sensibilidade bacteriana1.
É recomendável realizar o exame em casos de suspeita de ITU, ITU complicada e/ou ITU recorrente. Configura-se infecção complicada quando os sintomas clássicos de ITU (dor ao urinar, dor lombar, urgência urinária e dor suprapúbica) estão associados a um ou mais dos seguintes fatores: febre, náuseas, vômitos, determinadas doenças crônicas, alterações anatômicas ou uso de imunossupressores. Além disso, casos de ITU recorrente ou a ineficácia de um tratamento empírico também se beneficiam da urocultura1,2.
A urina para cultura pode ser colhida a qualquer hora. A coleta inadequada pode comprometer de 40% a 50% do valor diagnóstico do exame. Portanto, a higienização cuidadosa da área genital com água e sabão é fundamental (o uso de antissépticos não é recomendado), reduzindo em mais de 20% os resultados falsos-positivos.
A coleta do “jato médio” é feita da seguinte forma: o paciente inicia a micção no vaso sanitário, interrompe o fluxo, posiciona o frasco coletor para obter a amostra e, por fim, descarta o restante da urina no vaso. A coleta por sonda deve ser realizada por um profissional de saúde habilitado3,5,6.
Conforme Nelson et al. (2024) é possível dividir a ITU conforme a gravidade em: ITU não complicada e ITU complicada. No entanto, não há um consenso sobre a melhor definição. Toda ITU complicada terá os sintomas da ITU não complicada associado a um ou mais dos seguintes: febre, náusea e vômitos, doenças prévias (Diabetes Mellitus tipo 2, Divertículo Vesical, Bexiga neurogênica etc.), imunossupressão, alterações anatômicas e cálculos renais obstruindo o canal.
Os valores de referência para diagnóstico de ITU variam conforme a contagem e o método de coleta:
O teste de sensibilidade deverá ser considerado toda vez que tiver maior ou igual a 100 colônias6.
COLETA ESPECIAIS:
Bebês e crianças: Em crianças que ainda não têm controle dos esfíncteres, a coleta pode ser feita com um saco coletor plástico adesivo, posicionado ao redor da área genital após higienização. A amostra deve ser transportada ao laboratório o mais rápido possível. Para evitar contaminação, pode-se indicar a aspiração suprapúbica, procedimento no qual uma agulha é inserida diretamente na bexiga6.
Nefrostomia: É uma conexão artificial entre o rim e a pele. A coleta deve ser feita por um profissional de saúde treinado, a partir do orifício de nefrostomia6.
Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) não recomenda a realização de cultura de urina das seguintes amostras:
1 Miller, J. M., Binnicker, M. J., Campbell, S., Carroll, K. C., Chapin, K. C., Gonzalez, M. D., Harrington, A., Jerris, R. C., Kehl, S. C., Leal, S. M., Jr, Patel, R., Pritt, B. S., Richter, S. S., Robinson-Dunn, B., Snyder, J. W., Telford, S., 3rd, Theel, E. S., Thomson, R. B., Jr, Weinstein, M. P., & Yao, J. D. (2024). Guide to Utilization of the Microbiology Laboratory for Diagnosis of Infectious Diseases: 2024 Update by the Infectious Diseases Society of America (IDSA) and the American Society for Microbiology (ASM). Clinical infectious diseases : an official publication of the Infectious Diseases Society of America, ciae104. Advance online publication. https://doi.org/10.1093/cid/ciae104
3 Professional, C. C. M. (2025, July 18). Urine culture. Cleveland Clinic. https://my.clevelandclinic.org/health/diagnostics/22126-urine-culture.
4 Karah, N., Rafei, R., Elamin, W., Ghazy, A., Abbara, A., Hamze, M., & Uhlin, B. E. (2020). Guideline for Urine Culture and Biochemical Identification of Bacterial Urinary Pathogens in Low-Resource Settings. Diagnostics (Basel, Switzerland), 10(10), 832. https://doi.org/10.3390/diagnostics10100832
5 Sinawe H, Casadesus D. Urine Culture. [Updated 2023 May 1]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2025 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK557569/.
6 CLSI. Urinalysis; Approved Guideline—Third Edition. CLSI document GP16-A3. Wayne, PA: Clinical and Laboratory Standards Institute; 2009.